Capítulo Cinquenta e nove

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— CASAR? — gritei em choque. — Thomas Augustus. — andei de um lado para o outro sussurando minha descrença no que ele havia dito no Piqué. — Você ficou maluco? Bateu a cabecinha na cabeceira da cama?

Thomas estava parado, estava pensativo e escutando calado tudo o que eu tinha para lhe dizer. Eu me importava com a felicidade do meu irmão mais do que ninguém, era aquela que o apoiava em qualquer de seus sonhos. O problema não era dinheiro, mas sim a condição da Manoella e a saúde emocional do Thomas. Pela primeira vez em dez minutos ele pediu para que eu me calasse.

— Eu sei é loucura, mas ela é o amor da minha vida. Não é por mim, é por ela. Eu sei, a Manoella não tem tempo e eu vou subir no altar para me tornar viúvo, que seja. Eu a amo, e vou fazer isso com ou sem você. Mas eu espero que com. — Thomas suspirou e saiu me deixando sozinha.

Sentei no sofá e encostei minha cabeça na almofada. Thomas estava me preocupando, a forma como ele engoliu o que sentiu com a visita à penitenciária foi de zero a mil muito rápido, e agora tinha isso. Um casamento.
Papai entrou na sala.

— Thomas quer se casar com a Manoella. — comentei. — O que acha disso?

— Pessoas desesperadas tomam atitudes desesperadas.

— Pai, ele vai se machucar.

— Thomas está machucado. — disse.

— O que a gente faz?

— Eu acho que vou comprar um terno, não é todo dia que caso um filho. — ele tocou o meu ombro e riu. Era estranho, papai sempre criticava as decisões do Thomas e nessa loucura estava dando apoio a ele. Como era possível?

— Por que parece que sou uma pessoa maldosa por não concordar com isso?

— Eu sempre quis que o Thomas fosse mais racional como você, mas às vezes é bom ser coração. Ele está fazendo por ela. O amor tem dessas coisas, você coloca as jh
A hnecessidades de quem ama, acima das suas.

Me levantei do sofá, papai perguntou onde estava indo.

— Encomendar um vestido. — falei abalada.

Santa Mônica continuava radiante. Lembrei sobre o que papai falou sobre pessoas desesperadas que tomavam atitudes desesperadas e decidir fazer um apelo a Manoella. Sua mãe me recebeu com um ótimo café da manhã.

— Ela sabe do casamento?

— Só não sabe do noivo. — sorriu. — O seu irmã é admirável, estou muito grata.

— Realmente concorda com isso?

Ela deu uma respirada funda.

— A minha filha perdeu tudo, a carreira, a saúde, mal consegue ficar em pé sozinha, só restou ele. Eu sei que é egoísmo desejar que o Thomas a faça feliz, sendo que ele a ama muito, e isso vai partir o seu coração, mas ele saudável, tem uma vida inteira pela frente, vai se apaixonar novamente e vai ter um futuro, a minha Manoella não vai ter isso. — ela chorou, e aquilo doeu em mim. — Desculpe.

— Não precisa se desculpar, eu entendo.

Toquei a porta do quarto da Manoella e a abrir. Ela estava numa rede de tricô na varanda. Quando eu a vi, entendi o motivo que levou o Thomas decidir se casar e compreendi. A Manoella estava morrendo lentamente, a cada minuto, contudo ainda tinha um pouco de brilho nos seus olhos, ela tirou os fones e abriu um sorriso.

— O que essa estrela pop está fazendo aqui? — brincou.

— Trouxe um presente. — mostrei a sacola.

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