Quarenta e cinco

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       As mudanças vão no coração

                        Taylor

   — MY HEART WILL GO ON!

  Ninguém mais naquela casa estava aguentando a cantoria desafinada da Kimberley. Ela estava com a mesma repetição da música desde que havia chegado do seu encontro. Tentei abafar o som com o travesseiro por cima da minha cabeça, porém o som ficava mais alto ainda. Dei um pulo da cama ao escutar Luccas e Gaby me chamando.

  — Não estou mais aguentando.

  Luccas e eu falamos simultaneamente. Perguntei para Gaby o que havia acontecido. Como as duas sempre estavam juntas, ela poderia saber. Porém Gaby deu de ombros. Violet não estava em casa, ela havia saído com alguns amigos para beber.
  
  — Talvez ela tenha brigado com o namorado. — comentou Luccas, encostei minhas costas na parede.

  — Namorada. — Gaby corrigiu. — Tem algumas semanas que a namorada dela e ela estão se desentendendo.

  — Não seria melhor alguém conversar com ela, oferecer apoio?

  — Estou fora.

Disse Luccas.

  — Por que? — perguntei.

  — Homens não são os melhores conselheiros amorosos. Isso é assunto para mulher.

  Gaby cruzou os braços.

  — Não estou sendo machista. — Luccas  disse fazendo rendição com as mãos. — Só acho que não sou a melhor opção.

  — Poderia conversar com ela? — Gaby pediu para mim.

  Fiquei receosa em aceitar, minha vida amorosa estava bastante desastrosa para tentar ajudar salvar a relação de outra pessoa. Concordei com a cabeça.
Dei dois toques na porta, como não tive resposta, apenas abrir a mesma. Kim estava deitada em uma pilha de revistinhas, CD's, pacotes de salgadinhos e papéis. Ela estava em uma situação deplorável. Encostei no seu ombro fazendo com que ela tirasse o fone dos ouvidos.

  — Me chamou?

  — Chamei sim, estamos preocupados com você. Está tudo bem? — perguntei.

  Puxei a cadeira da mesinha de estudos e sentei. Kim se ajeitou na cama.

  — Não é nada, só um dia ruim.

  — Kim, você pode confiar em mim.

  Ela suspirou.

  — Tá. — levantou os olhos. — Alguém já deve ter comentado com você, sobre a minha sexualidade. Sou bissexual, há alguns meses conheci uma pessoa, uma mulher, e eu estou apaixonada por ela.

  Kim esperou que a julgasse.

  — Vocês terminaram?

  — Acho que ela tem outra pessoa.

  — Você perguntou isso a ela? — questionei.

  Kim negou e disse:

   — Estávamos bem. De repente, quando mencionei que queria conhecer a família dela e ter um relacionamento sério, ela mudou completamente. Surgiram inúmeros pretextos, o último foi que ela iria para Nova Iorque resolver um problema de emprego. E isso já tem dias e ela não retorna minhas ligações.

  Inclinei a cabeça. Entendia um pouco como Kim se sentia.
  
  — Eu não preciso dessa droga, e se ela estiver com outra pessoa por mim tudo bem. Não me importo. — terminou dando de ombros.

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