Capítulo Quarenta e dois

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                Velha rabugenta

                         Taylor
  
    

   Tudo estava como da ultima vez. As malas estavam no closet, sentei na cama e tirei os saltos dos meus pés e os massagei. Mamãe deu um toque na porta e entrou no quarto.

  — Queria saber como você está?

  — Mãe. — ela olhou para mim e sentou ao meu lado. — Alguma vez já se arrependeu da minha adoção?

  — Não, claro que não. — respondeu rapidamente.

  Ela arqueou as sobrancelhas e questionou o motivo da minha pergunta.

  — Eu tenho dado tantos problemas para a Space Black e para vocês. E vocês nunca falam nada, tento pensar, mas nunca consigo lembrar de vocês gritando comigo.

  Mamãe riu.

  — Porque nós nunca gritamos com você.

  — Por que não?

  Ela pensou por um instante e respondeu:

  — Nunca nós deu motivo. — respondeu. — Você sempre foi o exemplo de responsabilidade e maturidade. Suas notas eram impecáveis. Dizíamos: " Chegue às 23:00 " e você voltava às 21:00. E todo mundo sabe que as melhores farras começam a partir das 22:00. — ela segurou a minha mão. — Sempre acertou 99% por que brigar por 1%?

  — Vocês viviam brigando com o Thomas.

  — Seu irmão era uma estrela do basquete. Nada mais importava para ele, além daquela bola laranja e da ginastra. Suas notas estavam indo ladeira a baixo, e ele não se esforçava muito, só nos escutava quando brigávamos.

  Mamãe olhou para mim de novo.

  — Vocês são a motivação da minha existência. Jamais vou me arrepender.

  Soltei um suspiro acompanhado por uma lágrima.

  — Ele me deixou mãe. — joguei minha cabeça nos seus ombros.

Ela me abraçou, colocou suas mãos sobre a minha cabeça e a afagou. Não queria chorar por ele na sua frente. Meu Deus, como era dolorosa aquela sensação de corte profundo no peito. Ela levantou a minha cabeça, obrigando que a olhasse diretamente nos olhos.

  — Escute minha querida. — mamãe falou. — As pessoas vêem e vão, você tem que se acostumar com isso. É um princípio básico da vida. Nem sempre quem amamos ficarão.

  " Nem sempre quem amamos ficarão ", isso mexeu comigo de uma forma avassaladora. Pois ela me disse a mesma coisa quando Joan morreu.

  — Me magoaram.

  — Eu sinto muito meu bem.

  — Só queria que não doesse tanto.

   A cama parecia mais espaçosa e fria do que antes. Estiquei o meu braço e acendir o abaju na mesinha de cabeceira. Calcei minhas pantufas e andei até o frigobar, tirei uma garrafa de água e fui até a varanda. Eram uma e pouco da manhã, Will havia me enviando uma mensagem de voz.

  " — Baker, eu preciso de você. Por favor, vamos conversar? Me deixa dizer o quanto te amo, está bem? "

  Desliguei o celular e o deixei na mesinha da varanda. Vi papai correndo pelo jardins, fazendo seus exercícios rotineiros. O encontrei perto da aérea da piscina, segurava em minha mãos dois copos com chá com leite. Ele sorriu e me convidou para sentar na mesa de madeira que ficava do lado de dentro.

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