Capítulo Trinta e sete

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                           Taylor

  Você ferrou com tudo Doutor Brasart

  O meu livro favorito de romance sempre foi A culpa é das estrelas, eu amava a idéia de viver um amor épico com um final trágico. Grifei o trecho do filme, " Me desculpe Hazel Grace. Mas…Eu era a granada ".
   Sempre pensei que a granada seria eu. Que quem explodiria e machucaria as pessoas a minha volta seria eu. Mas... Não. A granada foi ele, a granada foi o Will.
  Ele estendeu a mão com uma toalha.

  — O que veio fazer aqui? — ele perguntou indo direto ao assunto.

  — A Jay contou tudo.

  Will inclinou o rosto para o lado, sua respiração ficou pesada, ele cruzou os braços e segurou os lábios com os mesmos por segundos e disse:

  — Hum.

  — Você me deixou pensar o pior, eu disse coisas ruins para você. Por que não me contou?
 
  Ele suspirou.

  — Eu não tinha nada para contar.

  Engoli em seco e juntei as sobrancelhas sem compreender o que ele estava dizendo.

  — Não entendo. — falei.

  — O áudio, a entrevista, nem tudo foi mentira. E nem tudo foi por você. — contou. Will colocou as mãos no bolso e encarou-me.

  — Sem voltas. — pedi.

  — Taylor, eu sou um neurocirugião residente, tenho ambições, tenho arrogância e prepotência. A segunda vez que nós dois nos encontramos não foi por acaso, entre nós dois nada foi por acaso. — Will disse. Ainda parado, ele continou olhando para mim. — No começo queria provocar a Jaqueline,  depois você me mostrou seus exames, o seu tumor, e ele, para mim foi como encontrar um pote de ouro no fim do arco-íris.

  Virei a cabeça devagar para o lado sem acreditar no que estava escutando. Puxei todo ar que conseguia e soltei, me esforçando para não derramar nenhuma lágrima. A voz do Will estava trêmula.

  — Você me usou?

  Perguntei.

  — Eu nunca quis magoar você.

  Não conseguir controlar os meus sentimentos. Levei a minha mão no lado direito da sua face e desferir um tapa. Passei a mão no meu olho impedindo uma lágrima de cair.

  — Isso era tudo o que eu não queria ouvir da sua boca. —  falei.

  — O seu tumor iria mudar a minha carreira e a minha pesquisa seria incluída em muitos lugares. Usei você como cobaia. — Will tirou sua mão do lado do rosto que eu havia estapeado.

  Suspirei magoada.

  — O áudio?

  Questionei. De relance olhei para uma prateleira e vi a Elle servindo como objeto de decoração.

  — Por mais cruel que tenha sido, foi real. Eu mandei no grupo com uns amigos, mas juro que foi antes das coisas entre nós evoluírem. — explicou. O coração do Will estava apertado e seus cabelos desalinhados. Fiquei brava comigo mesma por ter pensando no quão adorável ele estava.

  O meu coração estava batendo bem rápido. A mesma raiva de antes, estava correndo junto ao meu sangue por minhas veias. Baixei o olhar para o chão e um lágrima veio abaixo, passando pelo meu rosto diretamente e caindo no chão.
 
  — Mas hoje na entrevista...

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