Capítulo Sessenta e um

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                🦋 Capítulo pode conter gatilho.
                                
                                A Despedida

                                      Taylor

" — O amor é tudo Taylor, tudo mesmo. Às vezes pode não ser suficiente para manter uma relação, é duradouro, mas para isso tem que cuidar. — Manoella olhava para mim com calma. — Se você cuidar, dura.
  Estávamos sentadas na areia olhando a imensidão do mar. "

  A dor da perda é devastadora. Chorar, gritar, xingar, quebrar, o que poderíamos fazer? Não teve uma pessoa que não houvesse escutado o choro gritante do meu irmão aquela noite. Não sabíamos o que fazer e o que dizer ou até mesmo o tipo de consolo que poderíamos oferecer. O enterro seria perto da hora do almoço, nossos pais ofereceram a capela da nossa família para que a Manoella fosse velada. Thomas não havia saído de lá desde que o caixão havia chegado, ele estava paralisado ao lado do corpo dela. Mak estava inconsolável, assim como Manoella havia previsto que ela estaria. Muitas pessoas vieram, amigos, família, instrutores do ballet, antigos colegas do colégio, até mesmo Tamires havia vindo.
Como vestimenta comum todos usavam preto, e seguravam flores ou terços nas mãos. Os meus pais estavam recepcionando quem chegava. Mak e eu entramos na capela de rosto limpo, afinal ainda choraríamos muito naquele dia. Cumprimentei os pais da Manoella e dei minhas lamentações, Makayla se ajoelhou perto do altar para rezar, desde que o corpo havia sido levado para o necrotério, ela não havia dito nenhuma palavra. 
  O olhar do meu irmão estava vago, não havia expressão nenhuma no seu rosto. Ele estava incrédulo, toquei seu ombro e me aproximei. Manoella estava tão serena. Pedi desculpas ao Thomas e me retirei rapidamente, não conseguia respirar, as lágrimas vieram mais rápido do que pensei. Tia Francine me puxou para um abraço. Ela também chorou. Meu coração estava apertado.

  " — Você não tem que segurar o mundo todo nas mãos. Eles vão precisar de você e você vai precisar deles. Não se contenha, não limite o que você vai sentir ou como vai se sentir. — Manoella disse. "

  Chorei tanto.

  — Coloque para fora. — Tia Francine passou suas mãos nas minhas costas como se estivesse amenizando a dor.

— Estou tão... Tão triste. — me afastei e limpei o rosto. Respirei fundo e a abracei novamente. — É inacreditável.

— Eu sei, eu sei meu bem.

— Ela disse que eu tenho os sentimentos frios, que saberia o que fazer quando esse momento chegasse. Mas eu não sei. Não sei o que fazer.

— Querida, tudo bem, está tudo bem.

  Tia Francine me consolou ao máximo, voltei para ver como Mak estava e me surpreendi ao vê-la agarrada e chorando no colo de Tamires. Como mencionei antes a relação das duas era quase inexistente e com muitos atritos.
  Observei aquele momento com tristeza no olhar. Thomas pela primeira vez se sentou, ele manteve a cabeça baixa. Mak se sentou ao seu lado e eu também. A família da Manoella se dispôs a realizar um discurso fúnebre comovente. Um pastor fez uma oração, e fizemos um momento de silêncio de sete minutos.
  Faltava menos de uma hora para o enterro, então logo a capela se tornou um lugar rotativo, o falecimento da Manoella abalou várias pessoas do seu ciclo social. Pessoas vinham e iam, havia seguranças por todo lugar para evitar com que paparazzis se aproximassem. Queríamos manter respeito e oferecer conforto a todos os familiares.

— Nossas profundas lamentações. — disse uma mulher alta e loira, ela foi instrutora de ginástica artística da Manoella. — Ela era uma mulher extraordinária.

  Abaixei a cabeça após perceber que a encarava demais. Tia Francine a convidou para entrar e conversar com os pais da Manoella. Encostei na parede da entrada onde uma moça passou por mim chamando minha atenção. Ela era da altura da Mak, a pele morena, os cabelos eram curtos com mechas roxas, o seu rosto não era desconhecido, já o tinha visto em algum lugar. Notei que ela parecia perdida e procurando por algo, devagar me aproximei, ela usava tênis azuis, imagino que tenha sido os primeiros que havia visto ao acordar.

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