Capítulo Cinquenta e sete

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            Thom, Tata, e um abraço

  Charlotte não saia da minha mente juntamente com suas palavras e expressões faciais. Tudo o que ela havia me dito e a forma como agiu parecia ter sido planejado. Porém, a chegada repentina de Sophie parecia ter lhe deixado perdida. Sophie apresentava ser alguém cujo agia pela emoção, enquanto Charlotte era mais cautelosa. Mas admito, ambas eram inteligentes. E usavam bem a negação.

— Charlotte quer me convencer que não é culpada.

— Assumiria um crime para uma pessoa que mal conhece? — tia Francine sabia minha resposta, então deu início a um novo embate. — Ambas não são confiáveis, e você estando perto delas é muito perigoso. Não acha que seja melhor deixar com que o FBI e a polícia resolvam?

Cocei a cabeça e coloquei o celular encostado em um livro de decoração.

— Tia, você sabe que sou insistente quando quero. Tem alguma tecla solta nesse piano, e para mim ficar em paz, preciso concertar.

— Sua segurança deve ser sua prioridade. — argumentou.

— A verdade é minha prioridade. Se eu realmente for a Alicia, meus pais  morreram e os culpados estão soltos, e vivendo as custas do que eles construíram. Sabe o peso disso?

— E se a resposta for não? E se você não for ela? Realmente meu amor, vai valer a pena tanto risco?

— Talvez não, eu não sei. Mas preciso entender.

Dei um suspiro alto e joguei minha cabeça para trás. Após uns minutos finalizei a conversa e disse que ligaria pela manhã. Juntei as sobrancelhas, meus pais e Thomas não haviam me enviado nenhuma mensagem a respeito do evento. Mak e Manoella também não haviam feito nenhuma atualização nos stories e no twitter. Mandei algumas mensagens para o meu irmão, entretanto nenhuma havia chegado para ele. Tentei descansar um pouco, mas as situações dos últimos tempos pesaram minha cabeça e as horas continuavam marcando o mesmo horário. Levantei da cama e coloquei um casaco por cima do meu pijama. Avisei a Jay que estaria na frente do hotel sentada beira mar. É claro que acompanhada discretamente por um segurança. Sentei na areia, e olhando para a imensidão do mar deixei com que meus pensamentos me levassem ao doutor Brasart. Ali conseguir ordenar os meus sentimentos, queria colocar uma pedra no que havia acontecido e tentar começar do zero, mas não dava para apagar tudo o que dizemos um para o outro. Nos meus fones tocava uma antiga da Alicia Keys e logo me afundei em uma bad. Senti uma mão tocando meu ombro e me assustei, o meu semblante apavorado se desfez e se tornou mais aliviado. Tirei os fones e ofereci um lugar junto a mim para que Luccas se sentasse.

  — Não deveria está comemorando o sucesso que foi a exposição da vitrine? — perguntei curiosa.

Qualquer pessoa que houvesse alcançado tantas críticas boas e arrasado com as vendas a ponto de faltar estoque em um evento beneficente estaria comemorando.

  — Já comemorei bastante. — sorriu pouco entusiasmado. — Fui no seu quarto, mas sua acessora disse que estaria aqui. Algo ocorreu?

  Balancei a cabeça de forma negativa e culpei a falta do sono. Observei um pequeno corte vermelho no seu pescoço e outro hematoma na sua mão.

  — Briga de bar? — brinquei com ele, apontando para os ferimentos.

  — Quase isso. — abaixou a cabeça, porém sorriu. — Mas juro que não levei a pior.

  Luccas entonou uma voz brincalhona. Ficamos em um silêncio por um tempo observando a paisagem até que ele questionou meus planos após o evento.

  — Não podemos continuar vivendo juntos, não quero alimentar nenhuma expectativa sua em relação a mim, então voltarei para minha casa em West Hollywood.

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