Capítulo Quarenta e oito

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               Shopie Wortmann
     
                           Taylor

 
   O jeito que a diretora do orfanato, Tereza, olhava para mim me deixava ansiosa. Me encolhir na cadeira, e desviei o olhar para o lado ao contrário do dela. O tempo não havia sido bom com ela, e isso era digno de pena.
 
  — Arrume a postura.

  Ordenou com a voz séria.
  A encarei.

  — Não imaginei que a veria novamente.

  — Nem eu.

  O escritório estava diferente, a decoração estava seguindo a nova tendência da estação. Constatei de imediato o quão próspero o orfanato estava. Ela retirou alguns papéis de uma pasta, e madre Felipa retornou com uma caixa.

  — Aqui está o seu arquivo hospitalar e o seu arquivo do orfanato. — entregou uma folha quase em branco.

  Dei uma lida rápida.
  Não tinha nada relevante.
  Suspirei.
 
  — Alguém procurou por mim?

  Madre Tereza olhou para Felipa.

  — Não sei porque perguntei.

  Levantei.

  — Houve uma pessoa.

Madre Tereza quase fez o meu coração parar de bater. A olhei e perguntei quem se tratava.
Ela direcionou o olhar para Luccas.

  — Seu nome é Sophie Wortmann. — respondeu. Luccas arregalou os olhos.

  — Minha mãe?

  Olhei para Luccas.

  — Sua mãe? Sophie Wortmann é sua mãe? — o questionei.

  — Sim, é a minha mãe, mas está usando o sobrenome de solteira.

  — Não estou entendendo, por que sua mãe procurou por mim? E por que vocês nunca me comunicaram?

  Elas ficaram sem graça com o interrogatório.

— Informamos os seus pais adotivos, sobre a senhora Wortmann. — diretora Tereza contou. — Você ainda era menor de idade. De acordo com as distrezes do orfanato não tínhamos o direito de te dizer.

  — Está dizendo que os meus pais não concordaram com que eu soubesse?

  — Lamentamos. — Felipa disse.
 
  Juntei as sobrancelhas e falei em pensamento vários xingamentos.

— Madre, por que a minha mãe procurou pela Taylor?

— Terá que perguntar a ela.

Nós dois nos entreolhamos.
 Luccas nos deixou um tempo sozinhas. Apenas diretora Tereza e eu.

  — Por que me odeia? — perguntei.

  — Não odeio você.

  — Odeia. A senhora me odeia desde que me viu pela primeira vez, por que?

  Ela sorriu.

  — Não odeio você menina. — se levantou. — Quando te vi, certamente pensei que seria um grande problema. Mas sou filha de Deus, como posso odiar ao próximo?

  — Não se esconda dentro da bíblia.

  Falei.
  Luccas tinha razão. Já não era uma criança indefesa. Diretora Tereza era apenas uma marionete que assombrava minhas memórias.

  — Você me odeia muito. — constatou.

  — Não tenho afeto pela senhora.

  — Talvez não saiba, mas pedi para a família Baker adotá-la.

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