Capítulo 36.-"Coincidências a parte."

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De boca aberta, a tão temida Senhorita Dragão permanece imóvel. O que ela olhava? Bom... nada mais doloroso do que ver o seu marido e sua assistente dando amassos.

O seu coração era arrancado. Ou então, uma parte dele era moído.

—Senhorita Tate! -Diz a assistente de Margaret, Larissa.
—Aaah, continuem! Por favor! Não quero atrapalhar-los. -Diz ela, com a tentativa de soar firme, olhando indiretamente para eles, arrumando o seu cabelo.
—Não sabia, que a Senhorita viria. -Diz Larissa abraçando Andrew.
—Pois é! Engraçado! Nem eu. -Diz Margaret.

Passam-se alguns minutos; cada um se encarando. Andrew vai falar algo?

—É... deixem-me ir! Continuem! Desculpem-me pela interrupção. Quer dizer, Larissa aproveite muito o Andrew! Beije-o bastante! -diz ela com ironia e sarcasmo- E você, se delicie. -ela parou de falar por instantes- O gato comeu a sua língua. Mas... antes... -ela se aproxima de Andrew- vê se aprende a ser homem! -Diz a Senhorita Dragão que dá um belo soco em Andrew.

Pois é... o mundo dá voltas. Quem diria que um homem aparentemente carinhoso e amigo poderia fazer o que foi capaz. Ele simplesmente disse nada. Bem aquele ditado- "boca fechada não entra mosquito."

A Senhorita Dragão, andando pelo Central Park para respirar "ar fresco" não parava de voltar naquela cena que viu com os próprios olhos. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Seu peito doía. Ela estava sem ar. Como nos livros que publica, era como se estivesse nadando por um mar tenebroso sem fim.

E como o mundo é feito de coincidências, por coincidências a parte, começa a chover fortemente. O temido Dragão senta-se em um banco do Central Park.

Lembra de algo parecido?

Incrivelmente, a Senhorita Tate acabava de atar as duas pontas da vida. Em um dia chuvoso, em um banco do maior parque da história deste planeta, ela acabava de conhecer o amor da sua vida; já no outro acabava de descobrir o novo amor do amor da sua vida.

A chuva se intensificava, assim como as lágrimas de Margaret.

—Com licença, Senhorita, é melhor que vá para um lugar seguro. A Senhora pode ficar doente. -Diz um oficial de polícia.

Ela, sem rumo, vai para casa, ou melhor, o lugar o qual chama de casa. Entra, se encosta na porta e senta no chão. A cabeça dela estava atordoada, cheia de perguntas e negações.

Ao ouvir o abrir e fechar de porta, Laís corre para a sala, vem alegre para se redimir quando...

—Mamãe! Mamãe? Tá tudo bem? Por que você tá molhada?

Margaret não responde, estava de olhos fechados.

—Você tá assim por minha culpa? Desculpa! Desculpa, mamãe. Do fundo do meu coraçãozinho...

—Tá tudo bem, Laís. -Diz o dragão abrindo os olhos.

A pequena abraça a mãe.

—Mas por que você tá molhada? E tá....-ela é interrompida.
—Eu fui lavar a alma, tudo bem?
—Não entendi, mamãe.
—Melhor não entender. -Diz ela começando a chorar.

A garotinha tenta acalentar a Margaret de todas as formas.

—Aconteceu alguma coisa com o Andrew, mamãe?
—Não. -Diz ela com a voz diferente.
—Não é não.
—Ele só não me ama mais, tá bom assim?

[...]

De manhã na casa de Larissa:

—....

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