⚠️ Este capítulo pode conter gatilhos ⚠️
A mão de Leonardo pressionavam o meu pescoço, me faltando ar e me deixando praticamente imobilizada. A boca gelada dele tocava a minha pele, me trazendo repulsa.
- Te falei que hoje você não fugiria de mim, Laurinha! - disse soltando meu pescoço. Tossi, sentindo o ar correr melhor pelos meus pulmões.
- Eu quero sair daqui! - disse tentando me levantar, mas ele me apertou e me jogou novamente na cama.
- Você não vai para lugar nenhum, Laura! - disse olhando bem no fundo dos meus olhos.
- Laura! - alguém me chamava.
- Laura! - senti alguém me sacudi. Acordei assustada, me sentando na cama e olhando ao redor e vendo Bruno me olhar curioso. Tentei controlar a minha respiração, ao perceber que não era real - Tá tudo bem? - Bruno me perguntou, se sentando ao meu lado, limpando algumas lágrimas que eu nem tinha percebido que estavam escorrendo pelo meu rosto.
- Foi um pesadelo! - eu sussurrei e ele se levantou e pegou um pouco de água e eu tomei.
- Tá melhor agora? - assenti - Está quase na hora do jantar? Quer trocar de roupa e ir lá embaixo com o pessoal? Vai ajudar a se distrair um pouco!
- Quero sim! - ele assentiu e me ajudou a levantar. Ele guardou o copo e eu fui até a minha bolsa, pegando uma calça. Fui até o banheiro e troquei meus shorts, ajeitei meus cabelos e lavei meu rosto. Saí e Bruno me aguardava, sentando na cama - Vamos agora?
- Já está pronta? - assenti, guardando minha bermuda na bolsa - Então podemos ir!
- Você falou algo com meus pais? - eu disse saindo do quarto acompanhado dele.
- Com o Luan, ele vai pegar o voo das 21 horas para cá! - ele fechou a porta e entrelaçou as nossas mãos.
- Ok, tudo bem!
- Ah, antes que eu esqueça: quando você for entrar no Instagram e no Twitter, não se assusta com a quantidade de mensagens ou coisas do tipo!
- Por quê?
- Digamos que um vídeo daquele idiota te batendo circulou vazou e meio que ainda tá tudo meio caótico! - ele riu, nasalmente, sem muita graça.
- Foi por causa desse vídeo que vocês descobriram?
- Não, a Rosa e a Gattaz nos contaram, elas tinham feito um boletim de ocorrência, mas faltava seu depoimento ou... o flagrante! - sua voz falhou - Bom, de um jeito ou de outro iriamos descobrir! - assenti.
- Tudo bem, mas eu nem estou muito afim de olhar meu celular não! - eu disse enquanto descíamos as escadas.
- Laura, já acabou, ok? Ele não vai te perturbar ou qualquer coisa parecida e eu vou estar aqui também, ok?
- Ok! - ele beijou a minha mão e eu sorri.
Descemos o restante das escadas, chegando no hall do hotel que estava cheio, com várias pessoas andando para lá e para cá. Eu paralisei, olhando aquilo, por estar com a sensação de que todas me olhavam e me julgavam. Senti vergonha de mim mesma! - Bruno?
- Oi? - ele disse me analisando.
- Eu... Eu não tô me sentindo bem aqui!
- Por quê? Tá sentindo o quê?
- Eles devem estar falando de mim, devem estar me culpando pelo que aconteceu, eu... - senti uma falta de ar enorme e meu estômago revirou.
- Laura, olha pra mim! - Bruno pediu e segurou meu rosto - Respira! - tentei acompanhar sua respiração - Ninguém está falando nada, tá? Você não teve culpa, para! Não se machuca assim!
- Eu quero sair daqui!
- Tudo bem! - segurou minha mão e voltamos para a área das escadas.
- Vamos subir de elevador, porque eu acho que vou vomitar daqui a pouco! - eu disse sentindo uma náusea enorme. Bruno me guiou rapidamente para o cubículo e em questão de segundos, estávamos na porta do quarto novamente. Ele abriu a porta e eu adentrei correndo, assustando Bernadinho que estava numa ligação ali.
- Desculpa! - eu pedi para ele, antes de adentrar correndo no banheiro e trancando a porta. Ouvi os dois conversando do outro lado da porta, enquanto eu me abaixava na frente do vaso sanitário, passando mal.
- Laura, abre a porta! - Bruno disse do outro lado enquanto eu sentia meu estômago doer, provavelmente por agora estar vazio. Me levantei, dando descarga e caminhei até o lavatório, lavando minha boca e meu rosto, que estava completamente molhado pelas lágrimas - Laura! - sequei meu rosto e abri a porta, dando de cara com o jogador - Pedi para o Júlio vir te ver! - ele me informou, segurando meu braço e me guiando para me sentar na cama. Bernadinho me olhava, assim como seu filho.
- Me desculpa, eu acho melhor eu voltar para o meu quarto, não quero ficar atrapalhando vocês! - eu disse me levantando e indo pegar minha bolsa.
- Deixa disso, Laura! Não está atrapalhando nem nada! - Bernadinho disse, pegando a minha bolsa e a guardando de novo - Eu quero que você fique aqui com a gente! - eu assenti e ouvimos batidas na porta.
Bruno a abriu, revelando o médico do outro lado. Júlio me fez algumas perguntas, incluindo sobre o que tinha acontecido mais cedo com Leonardo.
- Tudo bem, Laura! Eu vou passar uns remédios para você se acalmar um pouco e também conseguir dormir, porque se não eu acho que a noite vai ser longa! Fora isso, o resto de tudo que você tá sentindo só vai passar à medida com que você for superando isso, vou pedir para a psicóloga conversar com você amanhã! - assenti e ele fez algumas anotações no papel
Bruno pegou a receita com o médico e a analisou. Júlio me deu um abraço e se despediu, saindo do quarto. O jogador revirou suas coisas, em busca da sua carteira e seu celular.
- Eu vou lá comprar os remédios! - ele disse e seu pai assentiu.
- Não é melhor você jantar primeiro? - o questionei, porque provavelmente devia estar com fome.
- Não se preocupa, depois eu como junto com você! - assentiu, depositando um beijo na minha testa e saiu. Bernadinho se sentou ao meu lado e me abraçou, fazendo carinho na minha cabeça.
- Tá se sentindo um pouco melhor agora? - ele me perguntou.
- Estou!
- Ótimo, não se preocupa porque não é trabalho nenhum cuidar de quem a gente se importa!
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Destino - B. Rezende
FanfictionMal sabia ela que a primeira convocação para a Seleção Feminina de Vôlei traria muito mais mudanças além de sua carreira profissional.