Destino - B. Rezende

Capítulo 61

Cheguei no estádio acompanhada de dona Vera e da Luiza. Desde nosso jantar noite passada, ficamos conversando muito e nós demos muito bem, o que pra mim era muito importante e sei que pro Bruno também.

- Animada para jogar na Itália? - Dona Vera me questionou.

- Estou sim, você jogou lá né? - ela assentiu.

- Duas vezes!

- Sério? E como foi a experiência? Eu tô um pouco nervosa! - dona Vera riu.

- Foram as melhores temporadas da minha carreira e eu tenho certeza que você vai gostar e aprender muito lá!

- Ai, tomara! - elas riram.

- Antes de você e o Bruno viajarem, vão lá em casa e a gente reuni a família e é até bom que você conhece meus parentes!

- Vocês dois é o assunto mais comentado do nosso grupo de família! - Luiza comentou e eu ri.

- Espero que seja somente coisa boa!

- Te garanto que é! - Lu comentou - A vovó tá doida para te conhecer!

- Bruno me falou um pouco sobre ela!

- E falou para a mamãe muito sobre você! - Vera comentou e eu ri. Ficamos conversando mais um pouco e as duas me contavam histórias de quando o jogador era mais novo. Eu ri muito e já tinha artifícios para zoar o Bruno, porque a mãe dele me mandou várias fotos de quando ele era criança, algumas icônicas. Eu me sentia quite com ele, porque sabia que minha mãe já tinha feito isso também.

- Oi, gente linda! - Beatriz disse chegando atrás da gente, se sentando atrás de nós acompanhada de seus filhos.

- Oi, Bia! - olhei para a Maya no seu colo - Posso paparicar ela mais um pouco? - a mulher sorriu.

- Claro que pode! - se levantou e eu fiz o mesmo, pegando a pequena bebezinha no meu colo.

Me sentei novamente e Vera se aproximou para admirar a criança também. Fiquei segurando uns cinco minutos, mas tive que devolver para Bia pois era hora da mamadeira.

- Tia Laura? - Théo me chamou e eu me virei para ele, que ainda estava meio tímido comigo - Posso sentar do seu lado para assistir o jogo? - sorri.

- Claro que pode, vem cá! - o ajudei e ele se sentou ao meu lado sorridente - Você quer comer alguma coisa? - ele olhou em volta.

- O que será que tem, tia?

- Não sei, mas a gente pode ir lá na lanchonete ver!

- Tá bom, eu quero! - avisei a mãe dele e perguntei se alguém queria algo, mas ninguém quis. Então Théo segurou em minha mão e fomos até a lanchonete, que tinha algumas pessoas. Entramos na fila e ele aproveitou para ir escolhendo. Quando fomos atendidos, pedi o hot dog e o refrigerante que ele queria, com medo da Bia brigar comigo, mas quando voltamos ela riu da cara do filho toda suja de ketchup.

Ela me entregou uma toalhinha de rosto dele e limpei a boca do pequeno, que acenava para o pai e o padrinho já em quadra.

Bruno olhava para a gente sorrindo e piscou para mim, antes de voltar sua atenção a jogo que logo iniciava.

A partida foi tranquila, sem muitas preocupações, já que o time masculino ganhou a seleção sul-coreana com ampla vantagem nos três sets e garantiu o primeiro lugar no torneio. Nos aplaudimos os rapazes e Bruno fez sinal para o encontrá-lo próximo ao vestiário. Assenti e com Théo segurando a minha mão e a sua mochila, fomos todos descendo da arquibancada, depois que boa parte do público já tinha abandonado o estádio.

Bruno dava entrevista e eu sorri ao ver ele todo feliz ali. Bernadinho caminhou em nossa direção e me deu um abraço.

- Torcedores super especiais hoje! - o técnico disse sorrindo, abraçando a Vera - Como você tá?- eu olhava a cena e sorria, obervando a maturidade dos dois, que mesmo separados mantinham uma relação tão linda de amigos. Bruno me falava direto sobre isso e eu sabia o quanto isso o deixava feliz!

- Tô bem e você? Parabéns pelo jogo e pelo torneio ao todo! - a mulher disse.

- Obrigado! Agora é foco nas olimpíadas!

- Sem dúvidas, mas vocês vão tirar de letra! - eles conversavam mais um pouco e eu percebi Bruno vindo em nossa direção, sorridente.

- Oi! Gostaram do jogo? - Bruno me perguntou, me dando um selinho.

- Gostamos sim, vocês jogaram muito bem! - ele sorriu e abraçou o afilhado. Os dois cochicharam algo e Théo desfez o abraço rindo, tirando algo em sua mochila e entregando para Bruno, que logo escondeu e não dando tempo de perceber o que era. A atenção do jogador se voltou para mim.

- Tenho uma surpresa para você! - o olhei e escutei os pais deles rirem ao meu lado.

- Que surpresa, Bruno? - eu perguntei e ele se afastou um pouco.

- Na verdade, eu queria te perguntar uma coisa! - ele disse me olhando sorrindo e meu coração errou a batida e no meu estômago parecia que tinha borboletas voando.

- Ai, meu Deus! - eu comentei e ele riu. Observei que o pessoal do time estava ali em volta, nos observando.

-Bom... - ele começou dizendo, pensando nas suas próximas palavras, um pouco tímido - Não escondo que gosto muito de você e eu tenho certeza que esse sentimento é recíproco. Nos conhecemos há pouco tempo e como a gente disse uma vez, foi coisa do destino a nossa história! Já agimos como namorados, mas eu queria ter te perguntado uma coisa faz um tempo, para oficializar as coisas! - ele comentou sorrindo e eu já quase chorava, não acreditando que ele faria isso realmente. Bruno se ajoelhou na minha frente, com uma caixinha aberta tendo dois lindos anéis dentro. O pessoal a nossa volta soltava alguns gritinhos, o que fez a gente rir - Você quer namorar comigo, Laura? - sorri, limpando as lágrimas que caiam no meu rosto.

- Sim, eu quero! - ele sorriu e se levantou me beijando, o que fez o pessoal gritar ainda mais.

- AÊ FINALMENTE, BRASIL! - Douglas gritou e nós dois rimos durante o beijo.

- Sabia que você estava tramando algo, Bruno! - comentei no pé do seu ouvido e escutei sua risada.

- Espero que você tenha gostado, namorada! - sorri.

- Gostei muito, namorado!