Acordei cedinho com a claridade, que entrava pela fresta da janela, bem no meu rosto. Fiquei deitada um pouco, só pensando na vida. Hoje seria um dia importante!
Minhas companheiras de time estavam de folga e José Roberto faria a convocação hoje de quem seriam as escolhidas para irem a Nova York também. Eu realmente não sabia o que esperar mas conversando com o Bruno na última semana, ele disse que eu possivelmente seria chamada porque eu logo estaria boa para voltar e era nisso que eu acreditava.
Júlio e Ale estavam bem otimistas também pois já fazia quase um mês desde a minha lesão e eu já estava 70% recuperada. Depois de uma semana de molho, mais uma semana frustante na fisioterapia, os últimos quinze dias tinham sido prósperos.
Bruno tinha me acompanhado em quase todas as sessões de fisioterapia e vez ou outra a gente ficava a noite toda na academia. E por isso, acredito eu, que já conseguia caminhar sem aquela bota e também sem as muletas, mesmo que mancando um pouco, mas ainda tínhamos uma preocupação quanto à jogar. Estava também à uma semana sem tomar os remédios para dor, o que era um alívio para o departamento médico por conta do exames antidoping.
Depois de todo apoio, sobretudo do Bruno, e também das minhas sessões de terapia, eu estava me sentindo melhor psicologicamente e entendi que para melhorar fisicamente, eu também precisava pensar positivo e acho que foi um dos pontos que me ajudou nessa melhora considerável, além do Bruninho.
Mas na próxima semana eu teria que me virar sem o capitão do time masculino porque eles viajariam hoje para Nova York para o Torneio Pré-olímpico de vôlei, que nada mais era que as eliminatórias para a competição que se aproximava.
Me levantei e fui fazer minha higiene e também trocar de roupa porque eu ainda tinha muito trabalho pela frente. Enquanto eu arrumava minha cama, ouvi batidas na porta e eu já sabia quem era. Sorri ao abrir a porta e quase que no mesmo instante os lábios do Bruno se encontraram com os meus.
- Não sei se vou conseguir ficar longe de você nessa semana! - ele murmurrou com seu rosto no meu pescoço.
- Também não sei se vou conseguir mas se tudo der certo, segunda eu já estarei em Nova York te perturbando!- ele riu.
- Mal posso esperar! - ele disse me beijando novamente. Ficamos trocando beijos e abraços por uns cinco minutos até o telefone dele tocar. Ele bufou e atendeu - Oi, pai! Tá bom... Já estou indo!
- Estão te esperando? - ele assentiu.
- Queria ficar mais um pouco mas não vai dar, meu bem! - ele disse me dando um selinho.
- Tudo bem, você tem que ir! - eu sorri um pouco triste. Também não queria me separar dele.
- Vejo você segunda?
- Se Deus quiser! - eu disse juntando minhas mãos e ele riu - Boa viajem!
- Obrigado! - me beijou - Te aviso quando a gente chegar lá e se cuida! - sorri.
- Você também! - nos beijamos pela última vez e ele saiu. Suspirei fundo, já sentindo uma puta saudade dele. Voltei a arrumar minha cama para poder ir tomar meu café da manhã. Depois de comer, fui caminhando até a sala de fisioterapia.
- Bom dia! - eu disse para Alexandre assim que adentrei na sala.
- Bom dia, Laurinha! - ele disse arrumando uma bolsa com alguns equipamentos - Já vamos iniciar, ok? - eu assenti e me sentei para aguardar ele.
Assim que Ale terminou o que estava fazendo iniciamos a massagem e depois nos encaminhamos para a academia para eu usar a esteira. Paramos às 12hrs para almoçar e depois às 15hrs porque eu pedi para assistir a convocação que Zé faria.
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Destino - B. Rezende
Fiksi PenggemarMal sabia ela que a primeira convocação para a Seleção Feminina de Vôlei traria muito mais mudanças além de sua carreira profissional.