Dias atuais
MORENA.
Eu estava separando as coisas para fazer uma vitamina de banana com aveia, tinha chego do treino do cross há uns quinze minutos, fui fazendo outras coisas como ajeitar rapidamente meu quarto e a sala que tinha uns objetos espalhados e acabou o tempo passando rápido e eu não comi um pós treino. Ainda estava sem fome e resolvi só tomar uma vitamina simples de banana com aveia. Estava cedo ainda, não se passava nem das seis da tarde e mais a noite eu poderia comer algo mais, se sentisse fome.
Coloquei as bananas, a aveia e os outros ingredientes em cima do mármore da pia e estava me esticando para pegar o liquidificador quando meu celular tocou denunciando uma ligação no wpp, deixei tocar enquanto estava concentrada na minha vitamina, estava batendo quando começou a tocar de novo e eu abri a boca em um sorriso de orelha a orelha quando vi o o nome do contato "Malvadão mermo", aceitei a chamada e apoiei o celular na parede e na pia.
— Porra, já tava ficando puto ein. — ele exclamou segurando a risada e eu gargalhei. — Tava fazendo o que?
— Batendo uma vitamina pra mim. — mexi no copo desconectando ele do motor do liquidificador e tirei a tampa para virar o líquido em uma taça. — O que você tem pra hoje, malvadão?
— Nada bê, hoje eu tô largado.
— Hummm... Também tô sozinha hoje, A Anna foi para o Filipe. — resmunguei e ele falou algo e eu não entendi pois a música que saia da tv na sala tinha atrapalhado. — Pera aí, pretinho!!
Sinalizei pra ele esperar na chamada e corri na sala, abaixei o volume da tv e voltei para a cozinha dando um gole na minha vitamina. E acabei derrubando um pouco fora da boca e via Geizon me olhar atento, sem ao menos piscar por um milésimo de segundo.
— Você gosta disso né? De prender minha atenção em você, Morena.
— Que? — me fiz de doida e ele gargalhou. — Vem pra cá, vai?! Por favorzinho. Não tô afim de ficar sozinha hoje.
— Vai me botar pra dormir na sala de novo igual teu surto da última vez? Se for nem saio de casa, prefiro dormir agarrado no Ragnar.
— Ah é, bobão?
Ele estava erguendo uma das sobrancelhas e eu ri baixinho lembrando de sexta passada, quando eu estava no fim da TPM e surtei com ele por uma coisa minúscula e o fiz dormir na sala. Sozinho.
— Podemos usar a sala de outra maneira, ou não? — provoquei só para ver o que ele iria fazer e ele começou a esboçar um sorrisinho safado no cantinho direito da boca.
— Tô indo agora. — ele desligou a chamada e eu só fiz rir.
— Louco!
Geizon e eu nos conhecemos a cerca de quatro meses atrás quando eu trombei com ele na Bahia. Eu mal o conhecia, mas depois que descobri a fundo quem ele era. Só fazia o chamar de malvadão e ele achava graça. Não rolou nada entre a gente de primeiro momento, foi mais conexão mesmo e ficamos por umas semanas.
Aliás até hoje, nunca demos nenhum beijo além daqueles dois selinhos lá na Bahia, apesar de sempre ficarmos nessas provocações. Eu não sei explicar bem direito como funciona e se é que temos algo para que eu explique.
Nós só estamos, sei lá? Nos conhecendo? É, acho que é isso... Nos conhecendo.
Eu gosto de tá junto dele, de ouvir suas piadas horríveis, sua gargalhada grosseira, sua danças sem ritmos, ver tv, séries, filmes ou só ficarmos conversando por horas sem nunca deixar de ter assunto.
Eu não sei como definiria algo assim... Mas com o tempo vamos descobrindo algo mais ou não, talvez seja só isso. Amizade.
Não é que ele não faça meu tipo de cara, porque ele faz. Muito.
Geizon Carlos é um moreno lindo, cabelos negros e lisos, pele muito bem bronzeadinha e tattuada, todo grande tanto em sua altura de um metro e oitenta e um como em seus ombros e costas largas – particularmente, são as minhas partes favoritas, depois dos olhos pouco abertos depois de um sorriso largo – e é quase um príncipe na questão de como me trata e me cuida.
Acabei passando alguns minutos pensando sobre aquele indiozinho descarado, que quase me esqueci que ainda precisava de um banho para receber ele aqui em casa.
Acabei passando alguns minutos pensando sobre aquele indiozinho descarado, que quase me esqueci que ainda precisava de um banho para receber ele aqui em casa.
Tomei um banho frio, estava muito quente aqui no Rio e eu poderia facilmente passar horas de baixo daquela água fresca, mas não pudia, terminei de lavar meu cabelo e desliguei o chuveiro já puxando uma toalha para me secar e enrolar no corpo, sequei meu cabelo em outra toalha para tirar o excesso de água, passei o pente por ele e deixei assim para terminar de secar ao natural. Escovei os dentes e sai do banheiro, voltando para o meu quarto.
Por voltas das 19h30 escutei a buzina do carro do Geizon e fui para a sacada.
— Vai vir abrir não é?
— Pula o muro, otário. — mordi o lábio pra esconder meu sorriso e ele bufou.
— Bora bê, abre o da garagem pra guardar o carro aí na vaga da Anna Estrela. — eu ri dele e apertei o botão no controle do portão, ele foi se abrindo e Geizon manobrou para entrar. Fiquei esperando a Ranger está toda dentro da garagem e apertei o botão para o portão se fechar.
Sai da sacada e desci a escada de acesso a garagem, parei no meio dela e fiquei observando o bonitinho pegando algumas sacolas no banco de trás e pendurar uma mochila no ombro.
— Te chamei pra dormir só, não te pedi em casamento não Geizon!
— Não pediu ainda... — escutei ele rir e fechar a porta e clicar o alarme. — Coração até acelerou agora né? Pode falar, pai é brabo.
— Você gosta de uma graça né, garoto. Me poupe. Trouxe o que de bom para alimentar sua futura noiva?
— Hm... Confirmou o pedido é? — ele já tava perto de mim o suficiente para beijar o topo de minha cabeça e eu conseguir inalar seu perfume. — Trouxe umas besteiras que eu tinha lá em casa, quer fazer fondue e ver um filminho?
— Você é bem inteligente, por isso que te amo. — agarrei suas bochechas apertando elas e ele revirou os olhos, peguei as bolsas e me virei para subirmos de volta pra casa. — Hum... Sorvete de flocos!
— Só não é mais gostoso que a visão dessa bunda rebolando aqui na minha frente. — Geizon comentou baixinho ao pé do meu ouvido e seu braço passou pelo meu quadril, me prendendo nele e deixando ele livre para beijar minha nuca e pescoço. — Não se arrepia que eu vou ser obrigado a beijar tua boca.
— Vai beijar nada, não. Socega!
Me soltei dele escutando ele bufar e fui para a cozinha para arrumar as coisas que ele trouxe.
15 votos e 20 comentários e eu volto com o segundo capítulo.

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Deixe-me ir | XAMÃ
FanfictionMas tive que perder pra aprender dar valor Pra você entender seu amor, mas não quer ser mais minha Então diz que não me quer por perto Mas diz olhando nos meus olhos Desculpe se eu não fui sincero • todos os direitos reservados. • história original...