MORENA.
Quando paramos o dia já estava para amanhecer e eu precisava de outro banho. Geizon já tinha subido antes para o quarto, eu estava esperando minhas forças voltarem para dentro do meu corpo e me de guiar escada acima. Catei minha blusa do chão e levei a calça do Geizon junto, já que ele tinha se vestido de volta na boxer, embolei as peças e segurei no colo, meu cabelo já estava solto de novo e eu sentia o peso do suor nele.
Peguei uma garrafa de água e tomei o rumo da escada, subindo de dois em dois degraus. Entrei no quarto indo direto para o banheiro, deixei as roupas no chão e tomei um banho gelado, lavei meu cabelo ou não iria dormir só de ficar coçando meu couro. Depois de está seca e ter feito o mesmo com o meu cabelo, me enrolei numa toalha e sai de lá indo direto pegar uma roupa no closet. Me vesti com uma calcinha de algodão e uma blusa do Geizon.
— Vai dormir não, é? — falei quando voltei para o quarto e vi o Geizon sentando na poltrona da sacada, fumando.
— Vem aqui. — bateu em uma das coxas e eu fui quase na ponta do pé, bocejei cansada e ele me sentou em seu colo, eu passei as mãos nos fios lisos molhados e ele riu.
— Não aprende mesmo né, vai dormir com o cabelo molhado até quando?
— Se eu pegar alguma parada, tu cuida de mim. — se defendeu e soltou a fumaça contra o meu rosto, me tirando o riso.
Deitei meu rosto na curva entre seu ombro e pescoço e fiquei quietinha observando ele fumar, soltar a fumaça e travar o maxilar enquanto olhava o céu que já estava quase todo claro.
Ele estava cheiroso, com a porra de um shorts com estampa de oncinha e uma blusa de manga, meu menino Mogli estava escondido essa noite.
Inalei a fumaça e fechei os olhos me deixando levar por ela e pelo cansaço que já tomava conta de mim.
(...)
Acordei com as cortinas que se sacudiram com um vento forte e gelado que vinha de fora, Geizon já não estava mas ali na cama. Me espreguiçei já querendo rolar para o outro lado e continuar dormindo, mas olhei o relógio do armário que ficava bem coladinho na cama e vi que marcava mais de duas da tarde, meu estômago roncou no mesmo instante e eu saí debaixo daquela coberta quentinha e senti o frio que estava.
Fechei a porta da sacada, logo aquietando as cortinas, peguei um moletom do Geizon de cima de uma cadeira, passei por minha cabeça e senti o cheiro dele, inalei mais e suspirei. Terminei de ajeitar e parecia que eu usava até um vestido de tão grande. Fiz tudo o que era pra minha higiene matinal e desci prendendo meu cabelo com um elástico.
Geizon estava de costas sentado na mesa de jantar com o notebook aberto, me aproximei devagarinho e o abracei por seus ombros e pescoço.
— Bom dia, bê!
— Boa tarde né, preto. — falei rouca e ele me olhou rindo. — Não ouse comentar sobre isso.
— Quê foi, pô? Posso rir não?
— Idiota. — bati em sua testa e ele riu mais ainda, parecia que se eu falasse mais ficaria sem voz. — O que minhas coisas estão fazendo aqui?
Observei meu computador, a bolsa que eu costumo levar pra faculdade e duas apostilas.
— Peguei com a Anninha, ela me mandou mensagem dizendo que tu precisaria para estudar e eu fui lá buscar.
— Você é um príncipe. — selei sua boca e ele ainda tava rindo da minha voz. Tentei limpar a garganta para ver se melhorava mas acabou arranhando e doendo. — Culpa tua, Geizon, que merda.
— Sinal que tu sabe da uma mamada boa. — ele comentou já se soltando de mim porque sabia que eu daria uns tapas nele. Ele saiu correndo dali e eu acabei rindo.
Abri meu notebook colocando ele para ligar e fui para a cozinha comer algo. Geizon me avisou que tinha comida dentro do microondas, passei para um prato e botei para esquentar. Peguei refri na geladeira, botei junto de gelo no copo e me arrependi quando golei, tava gelado pra caralho e minha garganta tava tirando uma com a minha cara.
— Amooooor. — eu chamei por pura manhã e ele veio da área de limpeza deixando o saco de ração do Ragnar no chão.
— Que foi?
— Caralho, tá doendo minha garganta cara. — ele segurou no meu rosto e eu resmunguei.
— Desculpa...??
— Para idiota! — empurrei seu rosto, dando risada e encostei minha cara no seu peitoral. — Preciso beber alguma coisa quente, pra ver se alivia. Para de rir e pensar putaria, Geizon Carlos!
— Ô amor. — ele falava em tom de riso e puxou meu rosto pra cima. Selou minha boca e minha testa. — Almoça um pouco pelo menos e eu faço um chá pra você, tá?
— Tira esse risadinha da tua cara. — ele negou rindo. — Para.
— Vai comer, vai, garota. — me soltou e o Ragnar chegou ali latindo, obviamente pedindo por sua comida. — Bora pai, bora.
O beep do microondas ecoou e eu peguei meu prato, coloquei um garfo e peguei copo do refrigerante.
Voltando para a sala e botando tudo na mesa, comi com calma enquanto logava no computador e separava as coisas para dar uma estudada. Só essa semana eu tinha quatro provas para encarar e tava foda. Ainda precisava ver um estágio, já tô desde a volta das férias procurando e tava difícil.
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Deixe-me ir | XAMÃ
FanfictionMas tive que perder pra aprender dar valor Pra você entender seu amor, mas não quer ser mais minha Então diz que não me quer por perto Mas diz olhando nos meus olhos Desculpe se eu não fui sincero • todos os direitos reservados. • história original...