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Me soltei dele escutando ele bufar e fui para a cozinha para arrumar as coisas que ele trouxe.

— O que você quer ver hoje? Que não seja enrolados, de novo, pelo amor de Deus, Morena! — ele falava alto lá da sala.

— Ahn.... Não sei, Gei.

— Tem que ser desenho, bê?

— Procura alguma comédia romântica. Já tô indo. — esperei o bip do microondas e tirei a pipoca de lá, abri o saco e virei em uma tigela. Já tinha enchido duas taças com sorvete e calda. Peguei os finis que ele trouxe e botei junto na bandeja. — Merda! Esqueci do suco.

— Suco? Com isso tudo de besteiras na bandeja.

— Pra equilibrar né amor, eu malhei igual uma desgraçada hoje. — ele resmungou algo e eu fui pegar o suco de maracujá na geladeira. — Não tá fácil ser gostosa, você me entope de besteiras, é doce, é gordura, é tudo!

— Pra mim você já é uma delícia, no ponto certinho.

— Virei marcador de ônibus? — me joguei no sofá com a taça de sorvete na mão e observava ele puxar a blusa para fora do corpo, parei a colher na boca só observando aquela delícia de homem. Mas desviei quando ele tirou a blusa da cabeça e foquei no meu sorvete.

— Você entendeu, para de gracinha. — ele pegou o sorvete dele e se sentou do meu lado.

— O que você escolheu?

— Amizade colorida. — ele riu olhando pra mim e eu o olhei de canto de olho. — Qualquer semelhança...

— Bobão, nada haver. — eu revirei os olhos e ele me olhava pronto pra soltar uma gargalha— Para Xamã. Sério! — empurrei seu rosto e ele selou a palma de minha mão.

— Para você de ficar se fazendo de difícil, Morena. Tu sabe que eu sou maluco pra beijar essa boca aí. — ele passou a mão livre por meu rosto e arrastou o polegar na minha boca, abrindo um pouco os lábios. Eu suspirei e tirei sua mão.

— Olha lá, já saiu da introdução. Vai começar. — o fiz olhar pra tevê e ele deu um suspiro pesado.

Porra, não vou negar... Eu também gostaria muito de beijar ele, de sentir o gosto, o carinho de outra forma além de como amizade. Mas, sei lá... eu fico até em dúvida de apenas dar um beijo nele.

Geizon é bem complicadinho quando quer. Já o vi dar indícios de uma possível voltar com a Lua, inclusive chorar por ela e semanas depois estava de rolo com a ex-bbb, fiquei mordidinha de ciúmes sim...

Mesmo sabendo que  de início teria sido um marketing da cerveja, mas no fim eles acabaram se pegando algumas vezes. E em pelo menos três delas eu presenciei, engoli meu ciúme quietinha mas não arrisquei de contar pra ele e nem pra ninguém.

Eu só tenho medo de me arriscar e perder todo esse carinho por fogo de palha. – não que eu não quisesse me queimar ou achasse que não valeria apena. –, mas o medo era meu inimigo.

Olhei para o Geizon rapidamente e ele estava concentrado no filme e estava com a colher pendurada na boca e o queixo sujo da calda. Parecia uma criancinha.

Eu ri baixinho e passei o dedo por seu queixo e lambi a calda do meu dedo, ele encarou o meu movimento e eu fiquei com os olhos preso nele, que lambeu levemente os lábios, umidecendo e eu senti meu corpo formigar, ele intercalou o olhar entre meu dedo que ainda estava na boca e os meus olhos. Eu suspirei saindo daquele transe e desviei o olhar dele, tirei o dedo da boca, deixando minha taça vazia na bandeja e limpando meu dedo no guardanapo.

— Para de me olhar desse jeito, vai, eu tô ficando sem graça...— reclamei tentando focar no filme mas Geizon não tirava os olhos de mim.

Cruzei ainda mais meus braços abaixo dos seios e suspirei, Geizon começou a passar a mão no meu cabelo, ajeitando os fios para trás e eu suspirei.

— Geizon, para, por favor vai...

— Olha pra mim, bê. — pediu calmo e se eu já não estava nem ouvindo direito o filme, agora muito menos, olhei, apoiando o rosto no meus braços que agora estavam apoiados em meus joelhos erguidos. — O que te impede?

— Você? — ergui minhas sobrancelhas e ele bufou antes de soltar uma risada baixa.

— Eu, amor, sério?

— Para vai! Não quero estragar tudo isso.

— Eu não vou te fazer mal, Morena.
— ele agora estava com a mão no meu rosto, fazendo um carinho e eu suspirei, levantei meu rosto para que eu conseguisse olhar melhor nos olhos dele.

Geizon tinhas os olhos negros mais brilhosos que eu já pude ver de tão perto, a boca desenhada estava entre aberta e ele respirava quase ofegante.

Eu fiquei quase paralisada olhando seus detalhes que mal consegui perceber o quanto ele já estava bem perto de mim. Eu fechei os olhos quando senti seu hálito fresco misturado com o aroma do sorvete de flocos bater levemente no meu rosto, sentia tua respiração quente. A mão estava em minha bochecha, fazendo carinho com o polegar.

Eu estava em transe total, o cheiro dele era delicioso de tão perto, sua boca roçou na minha e eu abri meus lábios com aquele movimento. Ele afastou um pouco, selou a ponta do meu nariz e minha bochecha direita.

Eu abrir os olhos procurando pelo os deles e Geizon estava outra vez na minha frente, eu estava com o corpo formigando mas não era o mesmo medo de antes, era ansiedade, eu só queria que ele me beijasse logo e me deixasse sentir o gosto dele na minha boca.

Achei que tudo estava exposto nas minhas linhas de expressão mas ele hesitou.

— Só... só me beija, por favor!

Os olhos negros se encheram com pontos de luz fortes e bem brilhantes, Geizon deu um sorriso ladino e me puxou pela nuca juntando nossas bocas de uma só vez.

Era o encaixe perfeito, tipo aquelas pecinhas de brinquedos infantis que a Akasha me fazia montar com ela em todas as vezes que nos víamos. Agora minha mente tá em êxtase para que eu consiga lembrar o nome das peças.

Geizon tinha uma das mãos embolada nos fios do meu cabelo e minha nuca, me segurava firme como se eu quisesse fugir dele a qualquer instante. Eu me entreguei totalmente ao beijo e deixava nossas línguas brincarem por todos os cantos. Ele soltava levemente minha boca mas voltava a me beijar em segundos, parecia que nunca teria fim, sua outra mão estava em meu quadril, me segurando, acarinhando e me mantendo em sua frente. Eu suspirei quando ele soltou minha boca de vez e abri os olhos quase com desgosto de me separar dele.

Mas ele continuou ali, bem pertinho de mim. Com os lábios vermelhos de tanto me beijar e respiração descompensada, sua mão saiu de minha nuca para mexer em meu cabelo os jogando para trás, tirando os fios do meu rosto e ombros. Geizon olhava atento ao movimento de meus fios e tinha um quase sorriso querendo escapar de minha boca.

Eu respirei fundo e continuei o olhando até ele voltar o olhar pra mim. Desviei para sua boca e desta vez fui eu quem tomou a iniciativa, tomando sua boca na minha para voltarmos ao segundo beijo. Agora eu segurava em sua nuca e deixava minhas unhas arranhar ele um pouquinho, Geizon tinha um gosto muito bom e eu já poderia me declarar viciada o suficiente para passar muito tempo o beijando.

Parei de beijar ele, o dando dois selinhos demorados e abri um sorriso tímido quando ele me olhou nos olhos.

— Eu tô sentindo meu coração bater na garganta, sem sacanagem.

— Respira e vamos tentar focar no filme, menino Mogli.

Eu tô surtando com esses dois ✨✨✨✨✨✨✨🎉🎉🎉

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