MORENA.
— Três meses, filha?— É mãe, eu só voltaria lá pra meados de abril. — eu comentei baixinho e ela suspirou.
— Pelo menos com várias lembrancinhas de Paris, namorando o Menino Ney. Já gostei, pode ir.
— Cala a boca, Monalisa! — eu não tinha como não rir, estava gargalhando da retardada que eu tenho como irmã.
— Filha... Mas eu ainda não entendi, porque você ainda está pensando na possibilidade de negar isso? Seria um passo enorme no seu estágio. E isso também elevaria teu currículo lá na frente, quando você já estivesse para procurar emprego nessa área.
— É... ainda não descobri. — cocei minha cabeça com as duas mãos, segurei os cachos e abaixei a cabeça, trouxe a mão para o rosto e esfreguei minhas pálpebras.
— Ela tá apaixonada por ele.
Mona observou e eu assenti concordando.
— Ele não sente a mesma coisa? — escutei minha mãe falando e eu soltei meu rosto, deixando exposto meu nariz vermelho e os olhos marejados que eu escondia. — Ah, meu Deus, minha filha!
Eu neguei e foi a deixa até para que um soluço de choro escapasse, minha mãe deu a volta na mesa e me puxou para um abraço desajeitado, eu agarrei em sua cintura e escondi meu rosto, chorando baixo e deixando que meu corpo se sacudisse e quantas vezes fossem necessárias para acabar com tudo. Tudo que dói e me maltratava por dentro.
Eu sabia, sabia que não levaria muito tempo para que começasse a me deixar levar por meu sentimento e me chateasse ainda mais.
— Era ruim sabe, é ruim... Porque ao mesmo tempo que eu queria ter raiva por está sustentando um sentimento sozinha, eu percebo que não é justo que eu o cobre... Que eu o suplique para me devolver tudo isso aqui. — eu tentei explicar quando já estava mais calma, mamãe estava agora sentada do meu lado e a Mona me olhava atenta, sem soltar nenhuma de suas piadas. — Lá fundo, eu ainda tô esperando até o último segundo para dar a resposta da viagem a Alanna afim de ouvir da boca dele a resposta que eu esperava ouvir há uns dias atrás.
— Filha, eu sei... Eu sei que dói, mas você não pode ficar dependente disso. Não pode só se segurar nesse sentimento e esperar por receber ele de volta.
— Eu sei... Meu lado racional já me alerta sobre isso. — suspirei, ainda sentindo meu corpo trêmulo.
— Vocês não estão mais juntos?
— Eu não sei mana, não sei mesmo. A gente mal tá se falando direito. — dei de ombros e ela assentou devagar, encerrando o assunto ou tentando. — Eu só espero que eu não o perca como meu amigo, pelo menos.
Ninguém disse mais nenhuma palavra se quer. Só me deixaram pensar e ficaram as duas ali comigo.
19h45
— Aqui, Agnes nos chamou para uma resenha lá na Barra.— Eu nem trouxe roupa pra sair, Monalisa.
— Ah, para de graça. Pega uma minha. Vou confirmar que vamos. — ela falou e saiu de novo do quarto. Eu estava deitada no quarto da mamãe, vendo tv e olhando algumas coisas no celular. Quando decidi vê um filme, o eclã do celular acendeu e eu suspirei olhando a tela ainda bloqueada.
Malvadão mermo
Saudades de você.Deixei o celular jogado na cama e sai do quarto, indo atrás da minha irmã. Agora era eu quem precisava sair e encher um pouco a cara.
(...)
@almorena: vamos viver tudo que há pra viver....
Acabou que a festa era da própria Agnes, era só uma resenha pequena, mas estava cheia e principalmente por alguns ali que eu nunca tinha nem visto por foto. Monalisa já tinha me dado perdidos duas vezes e logo voltava passando a mão na boca, retirando algum borrado de batom... Pilantra.
— Malvadão tá ali dentro.
— Ah é? Mas era de se esperar, ele e a Agnes são bem grudados. — eu sorri pra minha irmã e logo a Agnes estava vindo em nossa direção junto da Maria. — A festa tá linda, amiga. Arrasou.
— Aí, obrigada! Foi ideia de Maria, disse que era bom pra já começar o ano agitando.
— E não erra nunca, né, Maria? — Monalisa comentou sem nem a olhar direito, pois estava ocupada olhando para um boy loirinho que passou ao nosso lado. — Que delicinha, quem é esse?
— Pk. Ele é cantor também. Solteiro, investe, Mona. — Maria explicou já pilhando e eu ri.
— Não da ideia, porque ela já deve ter pego uns três aqui pelo menos.
— Quatro e tô indo para o quinto. — minha irmã me respondeu simples, piscou pra gente e foi na direção do Pk.
— Ela é muito doida! — Agnes ria e eu assenti.
— E nem está bêbada, tá? Quando ela fica, é pior.
— Ah, é mesmo. — Maria concordou comigo e nos ficamos as três ali conversando e bebendo.
Monalisa havia sumido real e eu também já não avistava nem mesmo o alvo dela. Deve ter dado em alguma coisa.
Procurei por uma mesinha e achei uma com uma banqueta alta. Me sentei nela, cruzei as pernas e suspirei. Senti um corpo encostando no meu e a voz soprar pouco acima da minha orelha direita e logo a mão enorme de unhas pintadas de esmalte preto estava espalmada na minha coxa.
— Não me respondeu e ainda tá ignorando minha existência nessa festa?
— Você não saiu lá da parte de dentro e eu não iria ficar andando lá pra te procurar. — eu justifiquei baixo sem me virar pra ele e ele apertou a minha coxa, firmando mais a ainda a mão.
— Eu estou com saudades de você. — a boca estava quase colada em minha orelha e eu senti até os pelos da minha nuca se arrepiando.
— E...u tô aqui.
— Você sabe bem do que eu tô falando. — a mão subiu da minha coxa para o quadril, me apertou e eu arfei baixo. — Quero terminar a noite com você em cima de mim. Fazendo teu nome naquela tua sentada.
Eu senti meu corpo se esquentando em segundos, ele beijou meu ombro e pescoço, me soltou rápido e eu me ajeitei na banqueta. Alguém tinha chamado por ele e ele teve que ir atender, mas antes não deixou de passar por mim e sorrir todo descarado.
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Deixe-me ir | XAMÃ
FanfictionMas tive que perder pra aprender dar valor Pra você entender seu amor, mas não quer ser mais minha Então diz que não me quer por perto Mas diz olhando nos meus olhos Desculpe se eu não fui sincero • todos os direitos reservados. • história original...