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MORENA. 2h49
— Monalisa mandou te avisar que ela foi dar uma voltinha com o Pk. — Neo me falava com um riso na cara e eu acabei rindo junto.

— Filha da puta! Me trás pra festa e me larga aqui por causa de macho.

— É a vida, né, Morena.

— Tomar nesse rabo aí, vai ô! — bati em sua cabeça e ele se afastou rindo.

Eu bebi do meu copo e me levantei para ir embora, a cobertura era nova e eu ainda não tinha visitado a Agnes aqui antes e com isso me perdi quando tentava ir ao banheiro. Achei depois de errar entrando em dois quartos. Me livrei de boa parte da cerveja que eu bebi, lavei as mãos, ajeitei meu cabelo e tirei os borrados do meu batom, depois de passar ele de novo.

— Tá, agora tenho que voltar pra sala e aí eu consigo sair. — eu falei baixo, rindo de mim mesma. O que o alcool não faz meu pai.

Passei pelo corredor e tive que para me escorando na parede para que duas meninas passassem carregando outra que parecia dar um pt dos brabos.

Sai na cozinha, mas fiquei paralisada quando por pouco não me enfiei no meio de uma conversa que eu preferia não ter ouvido.

—..... Gravidez.

— Tu tem certeza? — Geizon estava de costas pra mim e a Thais estava ao seu lado, mostrando a ele algo no celular.

— Aqui, eles também me enviaram por email. E eu resolvi te contar logo, antes de voltar pra São Paulo.

Meu corpo estava gelado, eu sentia o suor passando na reta da minha nuca e descendo pela coluna. Eu forcei meus calcanhares a girar meu corpo e voltar para onde eu estava. Abaixei minha cabeça para que ninguém me visse chorar. Eu não sei em qual momento eu entrei em colapso, mas já estava nele.

Meu corpo estava arrepiado, gelado, suando frio, me fazendo soluçar com o choro e quase me deixando tonta. Não enxergava nada e nem ninguém, só levantei a cabeça quando consegui de alguma forma sair dali e pegar o elevador.

— Não acredito que isso tá acontecendo... — murmurei sozinha e sequei o rosto, mesmo sendo inutil porquê o choro não parava de descer.

GEIZON.

Tá certo isso aí mesmo, né?

— Claro que tá, Xamã. Eu acabei indo em uma médica aqui do Rio. 0 bebês, o atraso foi só por alguma alteração hormonal mesmo. — ela explicava e eu olhava o negativo daquele exame. — Mas achei que iria ser errado não te avisar, mesmo que eu não esteja grávida de um indiozinho.

— Fez certo pô. Papel de mulher, mesmo.

Eu ri tranquilizado, ainda ficamos conversando um pouco mas ela logo foi embora dizendo que voltaria pra São Paulo ainda nessa manhã.

Eu dei uma volta toda pela resenha e não achava a Morena em nenhum canto. E nem a irmã dela. Bebi o resto de cerveja que estava no meu copo e larguei de lado. Saí da cobertura e enquanto esperava o elevador, peguei meu celular para ligar pra Morena.

— Alô?

— Onde cê tá amor? Já chegou em casa?

— Não! Não tô em casa. Eu tô ocupada Geizon, o que você quer? 

MORENA.
— Tá tudo bem contigo? Tua voz tá estranha.

Eu respirei fundo, encarando as malas que estavam ja abertas em cima da minha cama.

— Vida?

— Tá, eu só tô um pouco bêbada. Tenho que desligar, tá? Depois a gente se fala.

Não esperei ele responder. Desliguei a chamada e o celular. Quem tinha que ser avisado sobre a minha resposta da viagem, já sabia e era isso o que me importava.

Eu já tinha ido a europa há uns meses atrás e com isso tinha algumas coisas que me ajudariam caso estivesse frio, o que era sempre o mesmo clima. E se eu precisasse de algo mais. Compraria.

Fechei as duas malas depois de arrumadas, meus documentos, celular, carteira e carregador coloquei numa bolsa média.

Estava tudo decidido. Meu vôo sairia do Galeão as seis da manhã. Agora era pouco mais de quatro horas. Eu ja estava pronta, desci as malas e quando as vi parada próxima a porta me dei conta que eu estava mesmo tomando essa decisão.

Respirei fundo me lembrando da Alana me dizendo que eu me apaixonaria por Paris antes mesmo de conseguir ter saudades do Brasil e quem sabe até não arrumaria um francês por lá.

Se ela soubesse que eu aceitei a viagem por pura vontade de esquecer um carioca de um metro e oitenta e um de altura, um sorisso largo que deixa os olhos menores.... Ela me chamaria de tola.

Claro que eu também sei o peso disso na minha carreira, mas agora, agora eu só queria fugir de todo e qualquer contato com o Geizon. E sua nova paternidade, talvez até um relacionamento que renderia com a mulher que o faria pai de novo.

A mesma que fez com que ele se esquecesse de um combinado que já tinhamos feito a semanas antes da virada.

Eu só sei que eu vou.
O que viria depois, seria apenas lucro de tudo que eu arrumasse por lá.

(...)
Precisei ir retirar a passagem e já aproveitei para fazer todo o procedimento antes do vôo. Estava distraída olhando para outro lado enquanto o carinha etiquetava minhas malas e vi a Thais Braz, junto de mais duas pessoas.

Ela conversava, sorrindo largo e tinha uma das mãos a frente da barriga, no seu braço também havia um casado branco pendurado, o mesmo com a logo do Malvadão. Eu engoli a seco, desviei o olhar dela e foquei nos meus pés, encarando as botinhas pretas.

— Pronto senhora, já irão chamar seu voo e assim você pode ir para a area de embarque... — o atendente me explicava alguns detalhes que eu já conhecia mas não seria mal educada em interromper ele.

Agradeci pelo atendimento e fui para onde ele disse que logo eu poderia migrar para a sala da qual eu esperaria para entrar no avião.

12 horas depois... ↪️ Paris.

Estava da janela do meu novo quarto olhando parte da cidade luz. Era completamente encantadora e realmente não era nada impossivel não se apaixonar por ela.

A noite era linda, um céu limpo e completamente repleto de pequenas estrelas. Fechei a cortina outra vez e me voltei para a suíte. Me livrei das minhas botas, o casaco grosso que usava e peguei meu telefone na bolsa. O ligando e ligando ao wifi do hotel, avisei a minha mãe e minha irmã que já estava bem. Falei um pouco com a Anna e abri minha conversa com Geizon onde já tinha oito mensagens dele me procurando. Respirei fundo antes de começar a digitar.

3/3
Atrasei né?
Mas está aqui o ultimo e ainda tem um bônus. Libero daqui a pouco.
Comentem!

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