— Preciso do seu carregador, emprestado. Eu não trouxe nada, só meu celular e as chaves de casa.
— Ali. — ele apontou para a primeira gaveta da cômoda e eu abri, peguei, pluguei no meu celular e coloquei na tomada. — Você não trabalha hoje?
— Não... Na verdade, eu só tinha um post para o site. Mas já tá programado e vai ser postado daqui duas horas. — o respondi enquanto conferia no meu celular e estava tudo alinhado da forma certa, deixei carregando ali e me encostei de costas na cômoda e cruzei os braços. — Você já aferiu a temperatura?
— Trinta e oito, ponto dois.
— É, tá melhorando. — encarei meus pés descalços e ele fez um barulho com a garganta e chamou minha atenção de volta para ele.
— Eu vi o vídeo da tua entrevista. Você foi foda, na moral. Tá botando a prova que todas as aquelas noites em claro valeram a pena.
— Eu ainda preciso continuar a faculdade, Geizon. Eu só passei esses meses para EAD, mas assim que eu voltar para o Rio, volto para aquela rotina absurdamente maluca. — eu expliquei e ele assentiu.
— Eu vou está no meio dessa rotina? — direto. Sem dar chances para suspirar ou pensar em uma resposta rápida.
— Eu não sei como te responder isso.
— Você sabe, só não quer deixar teu orgulho de lado com tanta facilidade. — eu neguei e ele riu baixo. — Vem pra cá.
— Eu só fiquei magoada por tempo demais e te ver depois de todos esses meses que se passaram, me deixou sem reação, eu não soube controlar nada. Eu não sabia como controlar e nem imaginava que você ainda tinha um poder tão forte sobre tudo dentro de mim. Eu...eu... — suspirei, respirei fundo e ele ainda esperava que eu me deitasse na cama perto dele, eu me aproximei mas só me sentei na beirada, encostando o corpo na cabeceira e ele me imitou, ficando da mesma forma e a poucos centímetros de encostar em mim.
— Eu não vi só a entrevista. Eu vi e a Anna também me contou que você tá com o jogador. — ele falava devagar, como se tivesse receio de tocar nesse assunto ou estava incomodado. — Eu fiquei muito puto.
— Então, você veio aqui pra mostrar teu ciúmes? Sério?
Geizon negou e puxou minha mão pra ele, entrelaçou na sua e beijou a minha. Eu senti meu corpo inteiro se arrepiando, era a primeira vez que eu sentia ele tão perto por vontade dele e não porque eu o cuidei quando estava com a febre nas alturas. Eu fiquei com os olhos presos na sua mão entrelaçada na minha e a outra que passava o polegar na minha, me dando carinho. Eu não sabia que sentia tanta falta de toques assim até está sentindo de novo.
— Eu fiquei puto de primeiro momento, depois... Meu peito apertou, eu senti uma dor que eu já não sentia a tanto tempo e me custou aceitar que não era o mesmo ciúmes que eu tinha antes... Quando éramos só amigos... — ele parou o carinho e eu olhei o seu rosto. — Meu ciúmes ficou de outra forma, como homem. Homem sentindo ciúmes de uma mulher e não de uma simples amiga.
Senti meu coração acelerando e parando ao mesmo tempo, a confusão era tanta que eu senti até o estômago se contraindo.
— Quando começamos a ficar e eu comecei a notar que estávamos bem ligados e eu cheguei a ficar noites em claro, tentando não me envolver. Mas porra... eu até tentei esconder essa parada e não tentar pensar tanto nisso, me permiti só te curtir e curtir o que tava rolando, mesmo que eu tenha vacilado umas vezes.
— Geizon... não precisa disso.
— Claro que precisa e se não for agora, te espero e um dia te encontro nessas suas voltas. — eu apertei sua mão na minha e ele deu um sorrisinho. — Tu sabe que eu sou todo complicado, enrolado pra caralho e minha mente é mó confusão.
— Não precisa ficar falando assim, eu gosto do teu jeito atrapalhado. — confessei baixinho e ele acabou dando risada. — Mas... Eu não sei se ainda vai dar certo, nos dois juntos.
— Não fala isso nem de brincadeira que minha febre vai a quarenta e cinco só no susto!
— Você não estaria nem vivo, Xamã! — o emburrei batendo meu ombro no seu e acabei me encostando ali, deitando minha cabeça no seu ombro.
— Eu só não quero ficar sem você de novo, eu sei que tive que perder pra aprender dar valor. Eu sei que eu preciso te pedir desculpas e eu vim atrás de você pra isso também, pra me desculpas e entender que foi preciso esse tempo longe pra você entender seu amor. — Eu estava sentindo meu coração batendo tão rápido que seria capaz do Geizon conseguir ouvir, eu apertei mais nossas mãos, juntando ainda mais e juntei a outra, deixando a dele no meio. Eu precisava continuar sentindo ele tão junto de mim, de novo. — Mas não quer ser mais minha.
— Eu nunca te disse isso! Eu só precisei ficar longe. Não pudia continuar alimentando todo esse sentimento sozinha. Eu precisei me afastar de você, mesmo que doesse. — eu o interrompo e ele ficou assentindo devagar me ouvindo. — Eu te amo muito, muito mesmo. É uma das coisas que eu mais senti na vida. Mas eu não tinha como continuar tão junta de você, tão assim...
Apertei sua mão nas minhas e ele respirou fundo, puxou meu rosto pra ele, me fazendo encarar os olhos negros que passeavam por meu rosto como se fotografasse cada detalhe, cada pedacinho e eu não iria julgar. Eu estava fazendo a mesma coisa.
Os olhos um pouco fundos, o nariz que eu sempre gostei de pedir que ele me deixasse morder a pontinha que era amassadinha como batatas. A boca que escondia um sorriso largo que transformava todo o rosto, deixando marcações nas maçãs, os olhos pequenos e expondo todos os dentes brancos e perfeitamente alinhados. Ele deu um meio sorriso, fez um carinho no meu rosto e arrastou o polegar no meu lábio inferior, entreabrindo, descolando do superior e me deixando sem ar.
— Então diz que não me quer por perto. Fala pra mim amor, mas diz olhando nos meus olhos.
— Por favor, não faz isso comigo... — eu implorei quase sem voz e já sem controle da minha respiração. Meu peito subia e descia seguidas vezes. Eu via o pomo-de-adão dele seguir o mesmo ritmo. Estavamos sem controle de nada e próximos demais.
— Eu descobri que eu tô maluco por você. Eu descobri que eu só não consigo conviver com aquela mensagem que você deixou por último... Deixe-me ir.
— Para com isso, por favor... Não é justo. — meus olhos estavam ardendo, já continha água para escorrer deles mas eu tentava segurar.
— Eu não posso te deixar ir, eu não consigo mais passar um dia sem você. Sem falar com você, sem te ver, sem te ouvir. Sem você ser minha. Eu só preciso que você confie em mim.— Ele falava com os olhos presos nos meus, eu pisquei e algumas lágrimas escorreram sem minha permissão, eu não tinha controle nenhum.
Sempre ficava perdida quando me mantinha tão pertinho dele.
Geizon mordeu seu lábio inferior e voltou a alisar o polegar na minha boca, devagar. Eu só fechei os olhos mesmo que isso fizesse mais algumas gotículas de água escorrer no meu rosto.
Senti a respiração do Geizon esquentando meu rosto e dois segundos depois sua boca estava na minha, me selando forte, ele se afastou e eu abri os olhos.
Ele me olhava com cuidado, com os olhos brilhando. A mão que estava no meu rosto passou para a minha nuca e subiu para o meu cabelo, desfazendo meu coque, deixando os cachos caírem livres. Senti ele voltando a mão para a minha nuca, passando os dedos por dentro do cabelo, deixando um carinho e depois puxou devagar, eu fechei os olhos de novo e esperei que ele me beijasse.
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Minha mente ainda vai explodir um dia desses quando eu inventar de enfiar as músicas no meio das falas kkkkkkkkk socorroooooo
Espero que gostem e não me flopem 🗣️🗣️🗣️
Não foi revisado

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Deixe-me ir | XAMÃ
FanfictionMas tive que perder pra aprender dar valor Pra você entender seu amor, mas não quer ser mais minha Então diz que não me quer por perto Mas diz olhando nos meus olhos Desculpe se eu não fui sincero • todos os direitos reservados. • história original...