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Eu estava deitada de lado na cama enquanto Geizon estava de bruços, me cheguei mais nele e deitei parte do meu corpo em suas costas nua, com a mão esquerda eu levei até a tatuagem em sua nuca, começando a fazer o dedo indicador passar por cima de cada linha do desenho, ele não estava dormindo, só estava assim, deitado, tínhamos acabado de transar á alguns minutos.

Eu refiz o movimento da tatuagem ainda umas duas vezes até ouvir Geizon suspirar e emitir um estalo vindo de sua garganta.

— O que você quer falar, Morena?

— Hum...?

— Fala, eu sei que tu tá pensando aí em alguma parada. — a voz saía abafada por ele está com parte do rosto entre um dos braços que estava sobre o travesseiro.

— Você ficou estranho... Depois daquela nossa conversa no carro.

— Tenho motivo pra ficar? — virou o rosto rápido pra mim e eu me assustei, me afastando dele.

— Não precisa ser grosso também né, eu só quero que você me entenda.

— Eu te entendo pô, mas não posso dizer que não me incomodei.

— Geizon...

— Eu tô ligado pô, a gente ainda tá nesse lance gostosinho, mas eu sou afim de tu maior tempão. Pra mim, namorar contigo não seria nada de ruim.

— Tá e você gosta o suficiente pra está apaixonado por mim? — eu vi ele ficar perdido, engolir a seco e entendi a resposta da minha pergunta. Neguei, suspirei e levantei da cama pegando minha blusa no chão e a colocando.

— Morena...

— Vou beber água. — justifiquei já saindo do quarto, talvez um pouco de água fizesse o bolo de incomodo que ia da garganta a ponta do estômago, se desfazer.

Final de dezembro.

Hoje já era a véspera de natal. Eu estava exausta, quase dormindo dentro do Uber a caminho de mesquita.

Na última semana de novembro eu finalmente havia conquistado um estágio e desde então estava igual uma louca tentando me dividir entre a faculdade, o estágio, alguns trabalhos de modelo que estavam aparecendo um atrás do outro e as vezes tinha até dois no mesmo dia. Foram toda essa rotina eu ainda tinha meus treinos, minha mãe, minha irmã e o Geizon.

Depois daquela nossa conversa, se é que pode ser chamada assim, nos dois continuamos juntos mas no fim de tudo foi quase um combinado de ambas as partes que nenhum dos dois devia satisfações ou algum tipo de exclusividade. Sendo só ficando ou transando.

E foi nesse ritmo que na festinha que rolou de encerramento de mais um periodo, que eu terminei a festa na cama com o Luis Otávio. Eu estava um pouco bêbada, mas nada inconsciente e tinha plena certeza do que fazia. Mas só não esperava me arrepender tanto no dia seguinte.

— Já chegamos, senhora. — o motorista me despertou e eu abri os olhos, sorri sem graça para ele e paguei a corrida. — A mala já está aberta.

— Ah, obrigada. Tenha boas festas. Boa tarde. — sai do carro e abri a porta da mala, pegando minha mochila e algumas bolsas do que eu havia trago do supermercado para juntar na ceia com minha mãe.

— Achei que teu namoradinho vinha junto. — Monalisa falou do nada e eu me assustei.

— Vai assustar a mãe, filha da puta. Toma as bolsas, faz algo pra agradar a Deus.

— Você é muito abusada, cara. — ela me ajudou com as bolsas e nos entramos em casa.

Depois da separação dos meus pais e uns anos depois a morte dele, nossa ceia sempre fomos apenas nos três e as vezes alguns vizinhos apareciam rapidamente pra dar felicitações.

A família da minha mãe era toda do interior do Paraná e ficava muito ruim de irmos passar as festas de fim de ano lá, tirando a mamãe, que em todo Réveillon ia para lá e ficava quase uma semana, com meus avós, tios e primos.

Passamos o resto da tarde terminando alguns pratos como um pavê de chocolate, um bolo de abacaxi e o arroz temperado, de resto minha mãe já tinha feito sozinha mais cedo.

Quando se passava das oito, já tínhamos tudo arrumado na mesa da varanda dos fundos. Luke estava escondido de baixo da mesa e usava uma proteção de amarração de pano que Mona e eu vimos na internet que dizia ser bom para evitar que cachorrinhos se assustasem tanto com os fogos.

No natal não eram tantos assim, mas preferimos prevenir do que remediar, no último Natal, Luke chegou a passar mal de tanto medo e nervosismo. Sem contar que acabou mordendo o pulso da Mona enquanto tentávamos acalmar ele.

— Você trouxe a caixinha? — Mona apareceu na varanda e eu assentia enquanto golava da minha cerveja.

— Trouxe mana, tá lá em cima na minha mochila. Pode pegar lá.

Ela saiu do meu campo de visão e eu senti meu celular vibrando no meu colo e o peguei atendendo direto sem nem olhar.

— Alô?

Leticia, sai aí.

— Sair aonde garoto, você não tava em Inhoaíba? — eu exclamei surpresa e ele deu risada.

Vim deixar teu presente, bora, sai aí.

— Espera, indio. — desliguei a chamada rindo da euforia dele.

Deixei ali e peguei meu copo, enchi e dei a volta na casa, passando pelo jardim da lateral e logo saindo na entrada. Abri o portão e Geizon estava do outro lado da rua, encostado no carro. 

Eu atravessei a rua e ele sorriu largo quando me viu ao desviar o olhar de algo no final da rua.

— Eu não trouxe seu presente, achei que só iria te ver no final da semana.
— selei sua boca e ele deu de ombros, me puxou pela cintura e me agarrou nele, segurando na minha nuca e iniciando um beijo curto.

— Eu comprei com a ajuda da Akasha e espero que você goste. — ele me deu uma bolsa preta com a logo da Gucci, deixei meu copo em cima do teto do carro e abri o presente. Eu morri de amores quando vi um cinto lindo e uma bolsa pequena, tira colo.

— Eu amei! Depois vou mandar uma mensagem pra Natasha pra ela mostrar para a pequena.

— Ela tá lá na minha mãe.— ele riu baixinho e coçou a nuca e eu enrruguei a testa. Ela não iria ficar com ela no Natal. — A Natasha mudou de ideia.

— Hummm... Então você mesmo diz a ela que eu amei o presente e vou usar muito. — guardei as coisas na bolsa e ele balançou outra bolsa na minha frente. — Outro?

— Aran, esse aí é meu. Foi foda escolher, o site tinha uma caralhada de opções.

— Sabe que isso é um loja de lingeries né?

— Lógico. Tô garantindo minha foda de virada de ano.

Ele gargalhou da cara que eu fiz, eu peguei a outra bolsa e abri ela, tinha dois conjuntos de lingeries, uma branca e uma vermelha.

A branca era um conjunto de sutiã rendado, com um suporte bem fixado e na parte dos seios tinha uma tela transparente. A calcinha também era de renda e pequena.

A vermelha era uma camilosa, de seda, nos seios tinha uma renda bem trabalha mas ainda assim era transparente. Vinha junto de uma calcinha fio dental.

— Gostou?

— Como você escolheu sozinho?

— Ficando de pau duro só em imaginar você vestido uma delas pra mim.

— Falando merda no aniversário de Jesus, você vai ir pro inferno! — Bati em seu ombro e ele passou os braços pelo meu quadril, me prendendo de volta nele novamente. — Eu amei, todos. Obrigada!

— Feliz Natal, Malvadona. — eu ri, ele era muito idiota.


Sei que tá bem chatinho aqui, eu mesma já dei uma desanimada. A falta de comentários tbm desencadeou isso.

O enredo mais dentro do nome da fic vai começar mesmo nos próximos capítulos.


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