Pouca sorte ou.. pouco amor?

XLIII

Estivemos até ás 5 da manhã sem notícias, foi uma espera horrivel, ninguem nos dizia nada e eu só me lembrava que tinha acontecido o mesmo com o meu pai e as notícias não tinham sido muito boas.
Chegou o médico e chamou pelo irmão do Luís para falarem em privado, o Luís não falava, não chorava, não reagia e eu estava a ficar ainda mais assustada.
O irmão do Luís voltou e agarrou-se a ele, a chorar. Pensámos o pior.
- Ela está bem.
- Então mas isso não é bom? - pergunta o Luís.
- Sim é, mas ela estava grávida.
O Luís começou a chorar mas não deixou de perguntar.
- E já não está?
- Não maninho, já não está.
O Luís foi-se embora, desatou a correr e tanto eu como o irmão dele perdemos-lhe o rasto.
Aconteceu-lhe o mesmo.... com a Soraia.
O irmão dele ofereceu-se para me pagar o taxi mas pedi-lhe para vê-la antes de ir embora, ele sorriu-me e disse logo que sim.
Entrei e encontrei-a a chorar a olhar para a barriga, não lhe disse nada, apenas me fui aproximando dela devagarinho, ela olhou para mim e quebrou o silêncio.
- Já tínhamos pensado em convidar-vos para padrinhos, ia ser um bebé tão amado.
- É o nosso anjo da guarda daqui para a frente.
- Eu sei Joana, deves tar a achar que fazemos outro, mas este já estava a crescer dentro de mim.
- Não querida, eu não penso isso Tatiana. Mesmo que faças outro, nenhum vai substituir o que perdeste.
Ela abraçou-me.
- O Luís tem muita sorte em ter-te na vida dele.
- Tu também me tens na tua!
- Vou cobrar isso!
- Cobra á vontade , mas agora vou deixar o teu bebe grande vir cuidar de ti que ele está numa pilha de nervos
Abracei-a e ela sussurrou-me um obrigado, muito sentido.
Estava a sair do quarto quando ela se dirige a mim :
- Joana ?
- Sim Tatiana
- O Luís não me vem ver?
- O Luís foi-se embora
- Ah.. já percebi, desculpa
- Se eu conseguir falar com ele eu digo para ele ir te ver.
- Não te preocupes pequenina.
Saí, apanhei um uber e fui para casa dormir.