Pouca sorte ou.. pouco amor?

Cap. XXXV

Era um caminho de 45 minutos, mas eu fiz numa hora e meia, quando cheguei a casa a minha mãe perguntou-me se o jantar tinha durado tão pouco tempo, mas eu não lhe respondi, fui direta para o quarto, deitei-me na cama, tapei-me com os cobertores, meti os fones e adormeci no meio das minhas lágrimas, eram 21h quando cheguei a casa, adormeci rápido e dormi mal, acordei imensas vezes a noite toda, queria saber se o Luís estava como eu, queria saber se ele estava mal, se lhe estava a custar tanto a ele como a mim, mas não lhe disse nada. Ás 8h não consegui dormir mais, levantei-me, tomei banho e vesti-me para ir para á escola, eram 9h quando acabei de me arranjar, fui para a escola a pé e no caminho liguei á Luana para ir ter com ela, estava a dormir mas depressa se arranjou para vir ter comigo, ia lhe contar o que se passou, mas ela estava a contar-me que ia viver com o Sérgio quando acabasse a escola, então acabei por não lhe contar nada. Chegámos á escola e a Sofia estava no portão á nossa espera, fomos ter com ela, a Sofia achou logo estranho eu não ter vindo de carro com o Luís, mas fiz lhe sinal para não comentar nada, e graças a deus, ela percebeu e não disse nada. Estavamos a conversar quando o vi, estava no campo de futebol com os rapazes da nossa turma e as raparigas populares, que estavam todas de volta dele e por incrível que pareça, ele estava a gostar, estava todo sorridente, todo divertido e eu ali, a morrer por dentro por estar a ver aquilo. Fiquei tão angustiada que nem ouvi o toque, só percebi que tinha tocado porque a Sofia e a Luana começaram a entrar. Sala 178, não queria ir, ter de o ver, vê-lo a conviver com pessoas que nos querem mal e estar divertido com elas, magoa-me. Entrei na sala, o Luís estava sentado ao pé da Rebeca, só me apetecia chegar lá e perguntar que merda era aquela, mas sentei-me na mesa de trás, sozinha. Sentei-me na mesma mesa de sempre, só que sem o meu companheiro, que hoje preferiu a pior pessoa que eu conheço. Quando a aula acabou fomos para o bar todos combinar a prenda para a diretora de turma, que fazia anos e nós oferecemos-lhe sempre uma prenda, o Luís e a Rebeca chegaram depois, tinha a cabeça em água mas fingi que estava tudo bem e que não me estava a afetar nada, até que ela se sente no colo dele e ele deixa, ela começa a acariciar-lhe a cara e a dar-lhe beijinhos, a Sofia que estava na outra ponta da mesa olha para mim e a Luana dá-me a mão mas eu não aguento, largo a mão dela e fujo dali para fora, lembro-me de ir até á casa de banho das raparigas, não me lembro de nada do caminho a não ser de sentir as lágrimas a caírem-me cara abaixo, sentia uma mistura de raiva com tristeza, eu sei que tinha errado mas não merecia aquilo, ele nem tinha acabado comigo e já estava com outra, á minha frente. Cheguei á casa de banho e lavei a cara, estava a tocar mas não me importava, eu não ia á aula, quando vou sair da casa de banho dou de caras com a Rebeca. que se vira para mim e fala..