Comecei a andar e andar e quando dei por mim estava á porta da Sofia, o meu consciente queria falar com o Miguel, mas não sabia se era o correto. Acabei por bater á porta, e por sorte ou azar, foi o Miguel que a abriu.
- Olá Ju!
- Olá Miguel! Desculpa vir sem avisar mas, a Sofia está?
- Bem, só cá estou eu... se servir, porque não estás com boa cara.
Não respondi. Só entrei e fui até o quarto de visitas, que é onde ele está, como sempre.
Sentámos-nos e ficámos lá horas e horas a falar. Já sentia falta de o ter cá e poder conversar com ele sobre todos os meus problemas, sem tabus. E, ao fim de tantas horas de conversa, sentia-me melhor. Acabámos por jantar os dois na sala, uma pizza. Quando de repente a porta abre e entra por ela a dentro a Sofia, a Luana, o Sergio e o Luís. O Luís muda de expressão mal olha para mim, sentada no sofá, com as pernas em cima do Miguel a partilharmos uma pizza. Todos me cumprimentaram menos ele, mas pelo menos teve a decência de cumprimentar o Miguel.
- Ju? Podes vir comigo ao quarto? - pergunta a Sofia.
- Claro que sim!
Vamos para o quarto dela, sentamos nos na cama.
- Como é que estás? o Luís contou-nos que terminaste com ele.
- Olha Sofia, honestamente estava mal, muito mal. Vim cá a casa procurar por ti, mas como não estavas acabei por ficar á conversa com o Miguel e agora estou muito melhor.
- O Miguel sempre teve esse efeito em ti. - faz uma pausa. - E tu nele.
- O quê que queres dizer com isso?
- Teres terminado com o Luís tem alguma coisa haver com o meu primo estar cá?
- Porquê que perguntas isso? - pergunto, incrédula.
- Oh - suspira.- Ambas sabemos da tua crush pelo Miguel e a dele por ti.
Antes que responda alguma coisa, o Luís entrou no quarto e ficou vermelho de raiva do que tinha acabado de ouvir.
- Então foi por isto que acabaste comigo, Joana?
Conti-me. E só Deus sabe o quanto me conti para não lhe dizer umas quantas.
- Luís, tu sabes perfeitamente porquê que eu terminei contigo.
- Não percebia bem, mas agora faz tudo mais sentido.
A Sofia limita-se a sair do quarto, a nos deixar lá sozinhos.
- Luís, não tentes pôr as culpas em mim quando a unica pessoa que errou aqui foste tu.
- Tens razão Joana. - faz uma pausa e suspira. - Eu errei em ter confiado em ti, em te ter apresentado a minha família, em te ter contado a minha história, em achar que podias gostar de mim, achar que podias ser diferente, mas não és. És igual ás outras todas e só estavas comigo pela fama, o dinheiro e sexo.
Magoou-me, apesar de saber que era mentira. Apesar de saber que o amava com todas as minhas forças e que não merecia nem uma única palavra que tinha acabado de ouvir.
- É mais fácil pensares assim Luís? Que não foste tu que deixaste uma rapariga sentar no teu colo na nossa primeira discussão, que não foste tu que desapareceste durante dias e andavas a sair com a tua ex, que não foste tu que estavas a jantar com a tua ex-namorada enquanto eu andava louca e super preocupada contigo e que não foste tu que ainda hoje estavas deitado na cama com a tua ex-namorada.
- E no entanto vieste-te logo enfiar em casa com outro rapaz, também fui eu que te pus cá? Quando fizeres sexo com ele também vou ser eu a despir-te e pôr-te na cama com ele ?
Dei-lhe uma bofetada. O meu coração já não aguentava ouvir mais nada. Saí de lá a seguir, a correr. E só parei em casa.
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Pouca sorte ou.. pouco amor?
Ficção AdolescenteJoana, uma rapariga simples e nada popular está agora no 11° ano. Vai ver a sua vida mudar por completo apenas no seu primeiro dia de aulas, é o inicio de uma grande luta. Será que Joana a vai superar?