Cap. XXX

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Passámos a noite toda acordados na capela, mas tão depressa chegou a hora de o deixar ir. Entrámos para dentro do crematório e apenas vimos o caixão a ir para dentro do forno e de lá sair um pote de cinzas, deitámos-as na Boca do Inferno, onde ele adorava ir, onde ele ia sempre que estava triste. Depois, fomos para casa enfrentar o inferno dos dias que seguiam este, até ao fim das nossas vidas. O Luís foi levar o Sérgio a Coimbra com a Luana, a Sofia foi para casa. Cheguei a casa e fui direta para o quarto dos meus pais, chorar a minha perda agarrada á sua almofada. A minha mãe e a minha irmã entraram no quarto, sentaram se na cama e a minha mãe, com lagrimas nos olhos, disse:
- Meninas, tomei uma decisão. No fim das aulas vamos mudar-nos para o norte, para casa dos avós.
- Mãe, deixa-nos pelo menos passar cá o verão - pede a Raquel, com lagrimas no canto do olho.
- Eu fico mãe. Daqui a 1 mês faço 18 anos, posso perfeitamente trabalhar e estudar. - Digo eu, olhando para ela.
- Podem passar cá o Verão, e depois logo se vê. - Afirma a minha mãe, sem querendo discussões neste momento tão peturbador.
Acho que ela não devia ter tomado esta decisão sozinha, se somos as 3 uma família deviamos tomar as 3 esta decisão, eu não quero e sinceramente, acho que a minha irmã também não. Mas a minha mãe não se preocupou muito com isso. Amanhã já vou á escola, podia ficar em casa, mas não me adianta nada ficar aqui com os meus pensamentos, pelo menos vou-me distrair.
# 1 mês depois #

Pouca sorte ou.. pouco amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora