Pouca sorte ou.. pouco amor?

Cap. XXXVII

Era o Luís. Mas o quê que ele está aqui a fazer? Porquê que ele veio até aqui? Devia mandá-lo embora, mas não tenho coragem.
- Deixa-o entrar. - digo, um pouco nervosa.
- Podemos falar Joana? - pergunta.
- No meu quarto. - respondo, a andar para o meu quarto.
Chegámos ao quarto, apetecia-me mandá-lo para todos os sítios possíveis, apetecia-me perguntar porquê que ele estava aqui, porquê que ele me tinha magoado daquela maneira, eu não merecia. Estava cheia de raiva, mas escolhi a indiferença.
- Podemos falar agora Joana?
- Diz Luís.
- Faltaste á ultima aula.
- Uau, notaste?
- Deixa-te disso.
- Vieste á minha casa para me dizer que eu faltei á aula?
- Queria saber se estavas bem.
- Agora já viste que estou, podes ir embora.
- Vamos ficar assim?
- Desculpa?
- Eu sei que fui um pouco exagerado ontem.
- Ainda bem que sabes.
- Podemos ficar bem?
- Tás a gozar comigo?
- O quê Joana?
- O quê? Achas normal o que fizeste hoje na escola?
- Eu não fiz nada de mal.
- Acho melhor ires-te embora Luís.
- Eu vim até aqui para ficarmos bem Joana.
- Não consigo Luís, não agora.
- Vim perder o meu tempo é isso?
- Vai-te embora Luís. Não quero mais. Se sou uma perda de tempo pra ti, nem sei o quê que vieste cá fazer.
Comecei a chorar, esperava que ele reagisse de forma fria como ontem, mas ele não o fez, caminhou até mim e abraçou-me, eu queria mandá-lo embora, mas não consegui. Senti-me tão bem, que parecia que toda a dor que ele me tinha proporcionado estava a desaparecer. Estávamos abraçados quando ele quebrou o silêncio.
- Desculpa Joana. Eu não te quero perder.
Aquelas palavras, era tudo aquilo que eu queria ouvir naquele momento, mas não lhe respondi, só o puxei para mim e voltei a abraçá-lo. Até que a minha irmã veio ao quarto.
- Desculpem incomodar, mas já fiz o jantar e queria saber se o Luís janta pra pôr a mesa.
- Deixa o jantar no forno, vistam-se que quero levar-vos a um sitio. - Disse o Luís.
Abanei a cabeça em movimento de sim para a minha irmã se ir vestir, ela vestiu-se e fomos para o carro do Luís. Não conhecia aquele caminho, nem sabia para onde ele nos tava a levar, tivemos o caminho todo calado. Quando ele estacionou, estacionou num parque de estacionamento de um restaurante onde só havia carros mercedes, ferrari, bem, não sei bem o que nós távamos ali a fazer.