Cap. XXII

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• Eu também te amo.
Que bom ouvir isso.
• Mas agora tenho mesmo de ir dormir, beijinhos.
Beijinhos.
Não vou mentir, estes dias parecia que nunca mais passavam, só queria estar com o Luís, e parecia que cada vez demorava mais, estava cheia de saudades.
Dia 29. Tinha autocarro as 9:30, chegávamos ás 14:30. Viemos a viagem toda a fazer a lista de coisas para o ano novo, era estranho passar o ano novo sem os meus pais, mas estava entusiasmada por isso. O nosso autocarro atrasou se um pouco e só chegámos ás 15, o Luís estava lá á nossa espera. Assim que cheguei, saltei para o colo dele e dei lhe um abraço enorme. Tinha uma mensagem, da minha prima, esta agora é que foi estranha.
Olá Joana, só quero que saibas que vou acabar os estudos para a minha madrinha em NY, espero que tenhas um feliz ano novo.
• Olá. As maiores felicidades e boa sorte. Feliz ano novo também.
Foi de coração, espero mesmo que ela se adapte. Ligámos aos nossos pais para dizer que chegámos e fomos para a nossa casa, arranjar as malas. Enquanto arranjámos as malas, o Luís fez massa á carbonara para almoçarmos. Almoçámos, arrumamos os três a cozinha e fomos para casa do Luís. Apesar de não ter pais, o irmão do Luís é medico e eles teem uma grande vida. Eles teem cinema em casa, piscina no quintal e piscina coberta, quatro quartos todos com casa de banho, todas as casas de banho teem jacuzi. Bem, é uma boa casa. Tivemos a tarde toda a ver filmes, jantámos pizza e a minha irmã foi para um dos quartos de hóspedes descansar, eu e o Luís ficámos sentados nas cadeiras dele do quintal.
- Sabes Joaninha, antes que isto tudo avance, eu quero acabar uma conversa que começámos na primeira vez que fomos á praia á noite.
- Das tuas namoradas?
- Sim.
- Então?
- Tinha 15 anos, era um chavalo que achava que sabia tudo e tinha a mania. Era o mais popular da escola e namorava com a rapariga mais popular da escola, eu gostava dela sabes. Gostava muito, foi a única rapariga que apresentei ao meu irmão, mas eu não tinha noção do quanto gostava dela. Eu sempre fui um rapaz com muitas namoradas, tanto que perdi a minha virgindade com uma amiga do meu irmão, que era bem mais velha que eu, mas pronto. Eu e ela, a Soraia, namorámos 1 ano e meio, até que um dia eu peguei no telemóvel dela e descobri que ela tinha outra pessoa. Fui me embora e fiquei mal sabes.
- Por isso é que estiveste outra vez com muitas pessoas a tentar magoá-las?
- Não. Eu acabei com ela no dia a seguir e ela disse me que estava grávida. E eu disse lhe que o filho podia não ser meu, discutimos muito nesse dia, até que ela me mostrou a ecografia e ela estava de 2 meses e só tinha conhecido aquele rapaz há 1 mês, por isso o filho era meu.
- Isso quer dizer que és pai?
- Não. Depois dessa discussão ela saiu da minha casa a correr e foi atropelada. Desde aí ela nunca mais falou comigo, mudou de escola, de cidade, apagou as redes sociais e mudou de número.
- Então como sabes que o teu filho não está vivo?
- Falei com os pais dela. Eles ligaram me dois dias depois disso a dizer que ela tinha sido atropelada e que o meu filho estava morto.
- Não sei o que te dizer, só lamento.
- Só queria mesmo não ter segredos contigo.
- Agradeço-te a confiança.
Conforme disse isso, ele levantou-se e pediu me um abraço, estava em lágrimas. Eu dei lhe um abraço, olhámos um para o outro, olhos nos olhos, agarrei lhe na cara e beijei-o. Não sabia sequer se beijava bem ou não, só o beijei. Ele afastou-me..

Pouca sorte ou.. pouco amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora