Pouca sorte ou.. pouco amor?

Cap. XXXI

Já passou 1 mês desde o dia em que fiquei sem pai. O tempo passa a correr, amanhã vou fazer 18 anos, a minha mãe queria fazer o jantar como sempre, mas sinceramente, este ano pedi-lhe para não o fazer, não fazia sentido para mim e tenho de pensar no meu bem-estar. É um sábado, então vou ás compras e ao cinema com o Luís e depois ele vem jantar cá a casa para eu estar com a minha mãe e a minha irmã. A Luana tem ido ter com o Sérgio todos os fins de semana, mas este ela pediu lhe para vir ele para estarem comigo sábado á noite e domingo, então ele vem, o Luís disse-me que ele tinha acabado com a rapariga com quem namorava pela Lu e admito que fiquei aliviada e contente por finalmente existir uma notícia boa no meio deste ano tão horrivel.
Acordei as 9h com a Júlia a ligar-me, a minha vontade foi desligar mas mentalizei me que ela apenas me queria dar os parabéns, então atendi, afinal a chamada era por facetime, estava mesmo a dormir.
- Bom dia Joana
- Bom dia Júlia
- Parabéns prima.
- Obrigado!
- Achas que podemos falar ?
- Acho que já estamos a falar
- Eu queria pedir te desculpa pela atitude que eu tive e pela pessoa horrivel que fui para ti a culpar te de algo que ninguém tinha culpa.
- Tudo bem Júlia, devias era ter falado comigo antes, talvez não tivessemos chegado a este ponto.
- Sim prima, tens razão. Desculpa.
A minha vontade era chorar, ela estava me a pedir desculpa mas não podia apagar todo o meu sofrimento, todos os anos a pensar o quê que eu poderia ter feito para ela ter mudado tanto comigo e afinal, eu não fiz nada.
- Está tudo bem.
- Vá prima, vou te deixar dormir - Riu-se - Beijinhos.
- Beijinhos prima, até logo.
Desligou. Eu voltei a deitar-me e enrolar me nos cobertores a pensar no facto de hoje fazer 18 anos, 18. Levantei-me ás 10h para tomar o pequeno-almoço com a minha mãe e a minha irmã, como sempre, tinhamos a mesa cheia de coisas boas, panquecas, bolos, torradas, a minha mãe adora fazer nos o pequeno-almoço no nosso dia de anos.
- Bom dia meninas!
A minha irmã veio a correr e abraçou-se a mim.
- Parabéns mana !!!!
- Obrigado meu anjo.
- Parabéns filhota. - Diz-me a minha mãe, dando-me dois beijos e um abraço, ao mesmo tempo que me entrega uma carta.
- Obrigado mãe. O que é isto? - Pergunto, apontado para a carta.
- O teu pai no dia em que faleceu deixou três cartas dentro da gaveta, uma para cada uma de nós, mas na minha carta ele pede para vos entregar as vossas apenas no dia em que façam os 18 anos.
O meu coração acelerou, e abri a carta, com cuidado, pelo picotado...