Pouca sorte ou.. pouco amor?

Cap. XXXIII

SURPRESA!! - gritaram todos.
Surpresa? A minha mãe já me tinha dito que eles vinham jantar cá em casa, mas esbocei um sorriso e fingi não saber de nada.
Foi um jantar divertido, como são todos, no fim cantámos os parabéns e fomos todos á praia, todos mesmo, até a minha mãe. Tivemos todos a conversar e a minha mãe contou que ia-se embora no fim do verão, o Luís olhou para mim com uma cara zangada, talvez porque não lhe tinha contado, mas estou convencida que ela me deixa ficar cá, então não o queria aborrecer com isso, mas agora acho que lhe devia ter contado. 2h 30 quando chegámos a casa, o Luís despediu-se de mim de uma maneira fria, tenho mesmo de falar com ele então assim que ele me mandou mensagem a dizer que tinha chegado, eu liguei-lhe.
- Tou Joana
- Acho que temos de falar né?
- Vou dormir, amanhã ás 19 apanho-te.
- Está bem.. Até amanhã amor, beijinhos
- Até amanhã
Estava a dizer que o amava, mas ele desligou-me o telemóvel na cara, acho que não era preciso tanto, mas pelo menos amanhã vem-me buscar na mesma, por isso dá para conversarmos. Deitei-me e fiquei a pensar no que lhe ia dizer, até que acabei por adormecer.
Acordei ás 11:30, mas fiquei o dia todo na cama, a pensar no que ia dizer ao Luís, ou no que ele me ia dizer a mim, será que ele ia acabar comigo? ele foi tão frio que eu não sei o que pensar, apetecia-me ligar á Luana e á Sofia para falar, mas resolvi ficar na cama. Ás 18:30 ganhei força para me levantar, arranjei-me e ás 19h fui ter com o Luís á minha porta. Entrei no carro e já só me apetecia sair, o Luís estava zangado, eu nunca o tinha visto zangado, só namorávamos há pouco mais de 1 mês, acho que ainda é cedo pra o ver zangado já, mas sei que ele tem uma certa razão, fomos o caminho todo calado até ele estacionar na porta dele.
- Não querias falar comigo? - diz, sem olhar para mim.
- Eu ia-te contar..
- Quando Joana? Quando já tivesses a ir?
- Não! Eu pedi á minha mãe para ficar cá.
- Da maneira como ela falou ontem, não me parece que vás ficar.
- Íamos ver como corria o Verão comigo e com a minha irmã sozinhas cá.
- Devias me ter contado, Joana.
- Eu sei Luís, desculpa.
- Pois Joana, mas agora já não há muito a fazer.
- Vais ficar chateado?
- Pensaste em nós Joana?
- Tás a brincar Luís?
- Não Joana, não estou. Achas o quê? Que vais estar no norte e eu aqui e que vamos conseguir ter uma relação?
- Eu pedi á minha mãe para ficar por ti.
Ele bate com as mãos no volante.
- Não Joana. Se tu tivesses pensado em mim, tinhas falado comigo. Tinhas partilhado tudo comigo, não tinha de vir a saber pela tua mãe.
- Luís, já te pedi desculpa, eu sei que devia ter falado contigo, mas não te queria chatear sem saber se tinha mesmo de ir.
- Tás a gozar comigo Joana ? Não me querias chatear? Qual é a tua ideia afinal? Queres conhecer o meu irmão e a minha cunhada para quê? Para eles gostarem de ti, para eu me habituar a ti e depois ires-te embora?
As lágrimas caíram me cara abaixo, esperava que ele mostra-se alguma compaixão, mas ele continuou frio, como se eu não estivesse a chorar á frente dele.
- É isso que achas Luís? Eu quero conhecê-los porque quero fazer parte da tua vida, porra.
- Para depois ires embora? Pior.... Para me deixares e só me dizeres quando eu já não conseguir fazer nada?
- Eu não te ia deixar, Luís.
- Achas que é um conto de fadas e que íamos ficar juntos com a distância toda que nos ia separar?
- Podiamos tentar.
- Não Joana, não quero isso.
- Olha Luís, pede desculpa ao teu irmão e á tua cunhada, mas eu vou para casa.
- Faz como quiseres.
Abro a porta do carro, mas ele agarra-me no braço.
- Eu levo-te Joana.
- Não quero Luís.
Tirei a mão dele do meu braço, e saí do carro, ele saiu também.
- Joana, eu levo-te.
- Luis, não quero.
- Podes vir comigo sff?
- Não.
- Joana, por favor.
- Não Luís, deixa-me estar.
- Está bem Joana, não insisto mais.
- Obrigado.
E fui-me embora, ainda eram 45 minutos a pé, mas era pela praia e então fazia-me bem ir a pé.