brisa

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     No navio havia aproximadamente umas duzentas crianças assim olhando, e hoje encontra se trinta e duas.
     Quem vai sentir falta não é mesmo de crianças de rua que nem família tem,os rejeitados.
     No meu caso não me lembro do rosto  de minha mãe, fui trocado por um homem que ela conheceu em um bar.
    Meu pai, não sei dele,não sei se é vivo ou morto ,nem meu nome lembro se tenho um,já que ela sempre me chamava por nomes feios.
     Olha onde estou ,acha mesmo que alguém iria sentir a minha falta, se nem existência eu tenho.
    Aos poucos vou acordando e vejo pela janela redonda do navio o dia, depôs de dias consigo ver a claridade além da escuridão.
      Me sento e vejo um homem em pé virado de Costa para mim,fumando um cigarro.
     Só consigo  ver seu cabelo preto ,liso que chega até brilha ,com sua roupa preta e botas pretas.
    E o homem  mascarado,  ele puxa e solta a fumaça  do cigarro.
    O cheiro toma conta de todo o âmbito e mesmo assim fiz o calado me perguntando  o que faço  aqui.
     Ele se vira e vem em minha direção, puxa uma cadeira e joga a fumaça  do cigarro em meu rosto.
     O que eu te falei,para não banca o herói  não foi isso?
     A sua voz fria e calma toma conta da minha alma, sinto sua energia  tão pesada .
     Deve ser isso que faz meu corpo tremer todo, quando ele fala comigo, tenho medo ,será que é realmente  medo.
     Não é uma voz fina ,e uma voz rouca firme que ao fala meu corpo tremer.
      __ levanta, vai lá fora ver o mar.
     Eu escutei bem ele vai deixa eu andar pelo navio .
     Me levanto rápido nas presas até caio no chão de ansiedade.
      Quando olho em seu rosto  ele balança a cabeça.
     Não sei porque  não vê seu rosto,  e mesmo assim fiquei numa vergonha.
     Quando subo e vejo aquele céu  azul e ao redor  do água fico louco e lindo demais da conta vou para a beira e fico olhando no fundo da água.
    Sei que parece bobo más  me perdir
No fundo do mar,  fiquei encantado ,tudo  muito lindo.
    Corro para a proa do navio e fico em pé olhando o navio descer e subir com a onda que a água faz.
      Levanta o meu braço e fico que nem um bobo sorrindo e gritando para o nada.
     Quando olho para trás as outras crianças vem se juntar a mim.
      Meu olho  enche de lágrimas, estamos compartilhando  da mesma sessão.
     Não tem como não desviar meu olha em busca desse homem,  olha o que ele fez, deixou um sorriso no rosto de cada criança, nem que seja por um minuto .
     Eu consigo encontrar ele, do mesmo jeito em um canto fumando seu cigarro .
     Enquanto isso consegui sentir na minha pele o pingo do começo  de uma chuva,onde todas as crianças dançava na chuva.
     Agora foi a calmaria, será que é
porque vem a tempestade.

  
    

 Só um olharOnde histórias criam vida. Descubra agora