Capitulo trinta e sete -Finja que não me conhece

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A semana se passou insuportavelmente longa, o casal Howard não escondia a animação em ter Emma como nora, e a satisfação de se aliar aos Shafiq's. Hunter não era uma péssima pessoa, mas Emma estava irritada com ele, e a mania de forçar uma intimidade que não existia entre eles. Chloe estava nas nuvens com a ideia de casar sua única filha com um garoto de sua escolha, na visão dela o par perfeito. Resumidamente, uma tortura inacabável, sem saída próxima, fim detectável ou consequência agradável.

A semana virou mês, e eles continuavam hospedados na mansão. Emma não recebeu cartas de Hermione, nem Ron, muito menos de Harry, mas isso foi o que menos a incomodou, já que, em uma daquelas noites seu pai anunciou o noivado do ¨jovem casal¨ publicamente. Ela estava literalmente passando mal, pediu licença da mesa e subiu correndo aos seus aposentos, vomitou todo o jantar, acordando com uma dor de cabeça terrível, o rosto inchado e os olhos vermelhos. 

É claro que, esse matrimonio era um plano natimorto, não subiria ao altar com Hunter nem sobe pena de morte, mas a situação como um todo era terrivelmente desgastante. Não tinha como deixar sua casa antes do início do ano letivo, e permanecer dentro daquelas paredes era sinônimo de ter que aturar toda aquela encenação. O que fazia, ou o que lhe restava, era rezar a alguém que a missão do Potter terminasse antes que tivesse que cometer alguma loucura hedionda. Era sua família, era detestável, mas era sua, queria arrastar o último ano com um bom controle de danos, sem matar moscas com bazucas.

Havia também, além do fato enojável de estar noiva, alguns momentos esquisitos na mansão. Pelo menos uma vez na semana, desde que voltou, sua mãe a mandava subir, e ela sentia os feitiços que era jogado sobre a porta, as vezes isso acontecia no meio da tarde, outras vezes a noite, mas ultimamente vinha acontecendo no meio da madrugada. Sempre que Emma perguntava, eles respondiam que deixasse isso com eles, ou um simples "deixe de ser intrometida", e vinha estando tão presa em seu próprio casulo que no fim era o que fazia.

No dia 1 de agosto, Emma mandou uma carta para Fleur, dizendo que não iria comparecer à festa, mandando seu presente por uma coruja, mais tarde outra chegou ao quarto da garota, com uma fatia de bolo e uma carta de resposta dos recém-casados. No dia seguinte recebeu uma carta de Ginny falando que no fim da festa foram invadidos por comensais da morte, e que não sabia quem tinha conseguido fugir. Emma não pode responder a carta dela de imediato, mas assim que lhe coube, uma outra correspondência da ruiva já havia chegado tranquilizando suas preocupações. A troca de cartas vinha sendo meramente informativa nas últimas semanas, pensava que os Weasley não queriam arriscar suas posições com nada que não fosse circunstancial nem para enviar, tampouco para receber correspondências de fora.

Ainda naquela noite, o ministério da magia caiu nas mãos de Voldemort, Scrimgeour foi assassinado e Pio Thicknesse assumiu o poder, ficando com cargo de ministro, provavelmente, sob efeito da maldição Imperius. A guerra se tornava mais palpável a cada mover dos dados, e as mudanças cada dia mais perceptíveis, não era sutil, sim brutal.

Em 21 de agosto, o aniversário de Emma, seus ¨sogros¨ fizeram questão de fazer uma pequena comemoração, a enchendo de presentes e mimos. Tudo bem que isso foi legal da parte deles, mas uma parte dela pensou que estavam tentando compra-la, ou se não compra-la, silenciar qualquer outro questionamento.

A Shafiq não fazia nenhuma questão de esconder sua insatisfação com toda a situação, mas todo mundo parecia alienado e não ligava para suas indiretas, sarcasmo ou reclamação. No mais, notava ser mais um peça do jogo, do que de fato uma parcela ativa do plano que os mais velhos confabulavam. O que poderia ser irritante, mas não ruim, ao longo prazo pelo menos; se seria apenas um peão, não lhe cabia nenhuma tarefa, sendo assim, quando dada a hora de sair, seria mais fácil, menos burocrático, e definitivamente fluído.

Until my heart stops beating - Harry James PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora