Draco guiou ela até uma espécie de sala de visitas, ou talvez fosse um escritório. Na parede oposta a porta em que eles entraram, havia uma prateleira que ocupava quase toda a parede, com vasos, livros e outras bogigangas que deviam valer uma casa. Entre dois sofás de couro escuro, se encontrava uma mesinha de centro baixa, com o tampo de madeira escura, o carpete era de um tom vinho avermelhado, onde dava ao ambiente um aspecto quente. Mesmo que ainda fosse um pouco sinistro, tudo naquela casa parecia um pouco fúnebre, embora luxuoso.
Malfoy seguiu até a estreita porta no extremo oposto da sala, fechando-a cuidadosamente, antes de virar-se para ela. Ele parecia notavelmente perturbado, talvez amedrontado ou apenas muito surpreso.
-Emma, como veio parar aqui? –Dirige-se a ela.
-Bom...achei que isso tinha sido respondido a quase uma hora.
-Não. Você estava em casa. –Ele dá um passo para o lado, passando a mão no rosto. –Como é qu-
-Você precisa me ajudar. –Interrompe-o. –Não tenho tempo para bater papo. Você-sabe-quem será chamado a qualquer momento, eu preciso tirar o Harry daqui. –Ele a olha abobado.
-Por Salazar...- Reclama, bufando. –Você por um acaso ficou maluca? Deve agradecer por conseguir sair dessa viva e não ficar inventando planos de fuga. –Exclama em um sussurro gritado.
-Agradecer? Meu namorado, e meus melhores amigos estão na sala ao lado com comensais, raptores, um lobisomem e um psicopata a caminho! Ao que exatamente acha que tenho que ser grata?! –Ela respira fundo, olhando-o com uma expressão de partir o coração de qualquer ser que viva e respire. -Draco... –Murmura. –Me ajuda...por favor, não podemos deixa-lo morrer.
-Não tem o que fazer! –Ele dá de ombros, erguendo as mãos para cima, sua voz quase alta demais. –Eu não posso te ajudar, você não entende?
-O Harry não te deixaria lá para morrer, ele no mínimo tentaria. –Diz em um fio de voz. –Não importaria os riscos, nem a rivalidade entre vocês, ele nunca deixaria.
-Não faça isso. –Começa em tom de alerta, trazendo o olhar e atenção dela. –É cruel e está abaixo do seu nível.
-O que exatamente está abaixo do meu nível? –Empertiga-se, petulante, sentindo-se ofendida com a insinuação. –Só estou te pedindo ajuda para salvar a vida de pessoas, pedir que você, nem que por um dia que seja, tome as decisões certas, é errado?
-Não é isso que você quer. Seja honesta, Emma. Não é do seu feitio ser cínica e dissimulada.
-O que?
-Você fica fazendo essa carinha...pedindo coisas com a voz doce, fazendo chantagem emocional, me chamando pelo primeiro nome... Se aproveitando do que eu sinto por você para que eu, arrisque a minha vida e da minha família, para salvar a pele do seu namoradinho. Não vai rolar.
-Não estou me aproveitando de nada. –Retruca, franzindo a testa.- Estou te pedindo ajuda desesperadamente e sendo sincera. Sei que você e ele tem suas diferenças, e que nós temos nossos problemas, mas é a vida dele, Draco. O Lorde das trevas não vai convida-lo para tomar chá, ou uma conversa acalorada, a um duelo justo. Se não quer fazer por ele, faça por mim. Eu sou capaz de qualquer coisa para que o Harry fique bem.
-É...eu sei. -Um silêncio breve, embora pesado, afasta a nuvem em seu rosto pálido.- Mesmo que eu quisesse fazer essa loucura, eu não posso. Simplesmente não dá. –Emma o encara desolada por alguns instantes, como se a espera de que ele fosse ceder e mudar de ideia, o que não acontece.
-Isso não pode estar acontecendo. –Senta na poltrona mais próxima, enterrando seu rosto entre as mãos em um suspiro.
A cada segundo que passava, a cada barulho que o ponteiro do relógio no canto da sala soava, seu medo e desespero aumentava. Não conseguia ouvir nada do que acontecia no outro cômodo. Ela sente suas mãos molharem, assim que se dá conta de que estava chorando, sentia-se impotente, inútil.
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Until my heart stops beating - Harry James Potter
FanfictionEmma | Uma fanfic de Harry Potter Emma Shafiq Eu havia me apaixonado por ele, sabia que não devia, que era errado, mas foi assim desde o primeiro momento, entretanto existiam coisas maiores que nos impediam de estar juntos. Vivíamos ambos em um...