Capitulo dezesseis - Shafiq's (part. 2)

108 13 10
                                    

Assim que desceram o enorme lance de escadas, foram em direção a um dos salões da casa, e foram recebidos pelos pais de Emma que os posicionaram na entrada do grande salão de bailes para receber os convidados, este estava perfeitamente decorado, com um lustre exuberante no meio do lugar, mesas enfeitadas na lateral do salão, um piano de cauda estava ao fundo, e uma orquestra tocava uma música calma e tediosa, funcionários uniformizados andavam de um lado para o outro com bandejas de canapés e bebidas em taças com a borda de ouro. Aos poucos bruxos e bruxas iam chegando, um mais esnobe que o outro, parentes mais distantes, amigos dos anfitriões, parceiros de negócios e rivais da empresa também.

Harry ficou impressionado e um pouco assustado de como os Shafiq's esbanjavam dinheiro e poder o tempo todo, Emma parecia igualmente incomodada com todo aquele exagero, mas não surpresa. Depois de quase uma hora, William subiu até onde a orquestra estava e pegou um microfone, parando a música e chamando a atenção de todos ali presentes.

-Boa noite, boa noite. -Cumprimenta a medida que as palmas diminuíram. -Estamos aqui hoje para comemorar o aniversário da SMA, agradeço a todos por comparecerem e virem prestigiar mais um ano de sucesso da nossa empresa, um legado familiar que um dia será da minha filha, que será do filho dela. -Emma revira os olhos cansada daquela cena repetitiva de todos os anos. -Não é segredo que eu faço o impossível pelo que me é importante, como me foi ensinado e como eu ensino, não se chega ao topo com mediocridade, é preciso pensar grande. -E dali se ouviu um discurso patético na visão de uma jovem que se via presa a um futuro tão triste monótono e só como o dos pais, tão vazia.

Emma amava seu pai isso era um fato, mas a busca cega dele pelo poder e riqueza era assustador a maioria das vezes, era ótimo com ela principalmente quando mais nova, ou talvez só era muito bom em comparação a mãe dela, mas agora a jovem Shafiq via nele uma escuridão, uma sombra que não via antes, e isso a amedrontava, qual seria a reação dele se ela dissesse que não quer assumir seu lugar na SMA? Se dissesse que não queria se aproximar daquelas pessoas? Se afastar de vez dos parentes? Ficaria bravo? Decepcionado? Ele a entenderia? A única pessoa que William amava na vida era sua filha, e de resto ele tolerava, no melhor dos casos gostava, mas esse amor superaria as divergências de opinião?

Depois de Emma tocar uma sonata bruxa no piano, a pedido dos pais, e ser aplaudida de pé, foi até Harry que sorria para ela, surpreso, essa garota era uma caixinha de surpresas para ele, ao se pôr ao lado dele o moreno a entregou sua bebida.

-Então você também toca? Nossa, você está mesmo determinada a acabar comigo hoje. -Ele recebe uma risada tímida dela em resposta.

-Nada que você não almeje desesperadamente, estou certa. -Devolve, com a imensa necessidade de estar indecentemente grudada nele.

-Quem almeja o que exatamente? Você parecia bem desesperada para mim não faz muito tempo. -Foi interrompido, antes que ela pudesse retrucar, por uma voz masculina bem atrás dos dois, que os faz se virar em direção ao dono da voz, que Emma conhecia bem.

-Priminha! Belo espetáculo, não é? -Ele diz com um sorriso estranho no rosto, o garoto era realmente atraente, um tipo de beleza rústica, mas sofisticada, tinha cabelos loiros escuros beirando o castanho, e os olhos amendoados e profundos, pouco mais alto que Harry, escandalosamente mais alto que Emma, tinha o rosto perfeitamente simétrico e um corpo definido, pelos anos de luta física, sem varinha. Mas o que sobrava em beleza faltava em caráter.

O jovem Shafiq, filho de Charles, irmão do pai de Emma, e Eliza Avery, era a cópia mais nova do pai, ambicioso ao ponto de ser baixo e cruel para conseguir o que quer, sempre invejou a prima mais nova, e queria tudo o que um dia seria dela, mas isso não assustava Emma, afinal essa briga familiar ocorre desde muito antes do seu nascimento, mesmo sendo jovem uma coisa que ela sabia bem era que dinheiro atrai cobiça, é inevitável.

Until my heart stops beating - Harry James PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora