Capitulo quarenta e seis- Visita à Xenofílio Lovegood

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O dia amanheceu da melhor maneira que se era possível na situação atual. Emma passou alguns poucos minutos curtindo preguiça na cama com o Potter, antes dos outros dois acordarem. Podia pensar que era uma das coisas que mais gostava entre eles, a conversa fácil, a naturalidade em se abrir, e o conforto de ser compreendida.

-Bom dia. -Hermione levanta, encarando os dois por alguns instantes, abraçadinhos entre as cobertas, sorrindo e sussurrando como adolescentes normais. 

-Bom dia. -Harry retribui com uma calmaria vitoriosa, e Emma apenas dá de ombros sorrindo, se desvencilhando dos braços dele, para levantar e ajudar Hermione. Ela passa pela Granger que a segue com o olhar como se pedisse uma explicação.

Hermione não compartilhava do bom humor que os dois estavam naquela manhã, embora não estivesse mais com a ira da noite passada. Naquele dia conversaram bastante sobre a aparição da espada, e principalmente, sobre quem seria o dono do patrono o qual o moreno tinha visto, não chegando a uma conclusão. Antes de anoitecer, quando Ron e o Potter saíram para buscar comida, deixando-as sozinhas, Emma se senta à mesa, de frente para a amiga, que levanta seu olhar do livro, antes de finalmente a questionar.

-Desde quando voltaram a conversar?

-Nos resolvemos. –Dá de ombros com um sorriso sútil.

-Ah...isso eu já tinha percebido a...algumas horas, mas desde quando? –A expressão confusa não saia de seu rosto.

-Ontem. –Diz simples. –Vocês já tinham dormido.

-Claro, eu sabia que se entenderiam logo. –Fica a olhando, inexpressiva e depois de alguns segundos estica uma das mãos até alcançar o pulso de Emma. –Agora, pode parar de mentir para mim. Passamos dessa fase, não?

-Do que está falando?

-Que eu te conheço e sei que não é só o problema com o Harry que está te afetando. –Emma a observa piscando com lentidão. –Você continua com uma expressão de quem está segurando uma bomba prestes a explodir.

-Eu devo estar mesmo. –Murmura, soltando o ar que não percebeu prender.

-Quer me contar o que aconteceu? –Um silêncio cuidadoso se segue por poucos segundos, até Emma o quebrar.

-Meus pais são comensais. –Conta de uma vez. Hermione permanece calada, seu queixo cai, e os olhos se arregalam. –Estão...estão trabalhando para você sabe quem. -A Granger respira fundo, havia sido pega de surpresa e não fazia ideia de como deveria reagir.

-Não sabia que era isso que queria dizer quando me contou que não tinha uma boa relação com seus pais. –Ela continua, olhando para o lado, completamente atônica.

-Não era. -Se apressa em explicar. -Descobri pouco antes de ir embora, encontrei Anthony e vim para cá no dia seguinte. -Hermione retoma a fala, depois do que pareceram anos de um interminável silêncio.

-Por que não me falou nada? Estava passando por isso sozinha? Eu até entendo não falar com o Harry naquele momento, mas achei que...-Emma a interrompe antes que tire conclusões precipitadas.

-Não é isso, só não sabia como contar, dizer isso quando estamos aqui lutando contra ele, não estava pronta para processar isso.

-Lógico. Desculpa. 

-Eu também não sabia como seria sua reação, pensei que vocês...bom, eu não sei. -Hermione balança a cabeça incrédula, de alguma forma entendendo exatamente o que a amiga havia pensado.

-Claro que não, Emma. Merlin, eu nunca faria isso. É minha melhor amiga, confio cegamente em você. Todos nós, somos família. -Ela franze a testa, interrompendo sua linha de raciocínio, como se estivesse com medo da pergunta que viesse em seguida. - O Harry já sabe?

Until my heart stops beating - Harry James PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora