Capítulo 29

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O sol estava nascendo, aparentemente

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O sol estava nascendo, aparentemente. Lindo e cálido, o mar assumia um tom de cristal aos nossos pés.

- Obrigada por ter vindo- Falei pra garota ao meu lado

- Sinceramente, ainda não sei como você me tirou da cama uma hora dessas. Estou processando ainda.

- Mas esse cenário é a coisa mais perfeita! Não tem lugar ou hora melhor , Ceci. Os fotógrafos já devem estar chegando

- E ai deles se não estiverem.

- Então seremos pacientes

- A minha advogada não vai ser nada paciente quando eu processá-los por me deixar aqui plantada ás 5 da manhã- prendi o riso

- Coitados deles

- Coitados de vocês. Você está mais que inclusa no processo

- Prometo te recompensar

- Em dólar, de preferência- ela cruzou os braços como uma criança emburrada

- Em dólar então, madame.
*

O sonho daquela noite tinha sido pouco mais que um borrão. Aquilo tinha que ser vital demais pra mim, por que 5 da manhã... não dava pra tirar a razão de Ceci, seja lá quem ela fosse. Seja lá quem ela fosse. Aquele pensamento doeu um pouco, porque ela não parecia, nem de longe, alguém distante de mim, e eu não me lembrava de nada dela.

Fiquei reflexiva durante todo o café da manhã, indo e voltando daquela praia. Indo e voltando da minha festa de aniversário. Daquele quarto cheio de garotas. Daquela corrida matinal com um velho amigo. Daquele escritório em algum compromisso importante. Daquela caminhada rápida no pátio da escola com uma recém-novidade misteriosa. Daquela aula de natação de uma amiga que entrava em apuros assim que se aproximava do mar. Daquele dia chuvoso com minha mãe. Do anel com meu pai.

Tudo aquilo estava muito, muito perto. Apenas alguns dias de distância nos separavam. Mas porque raios eu me sentia tão distante? Porque nenhum dos meus amigos entrou em contato comigo? Otto não havia contado á eles sobre mim? Meus pais não haviam contado a ninguém? eu poderia estar redondamente errada, mas aquelas pessoas dos flashbaks pareciam se importar comigo. Mas talvez fosse só impressão. Minha cabeça não parava de pensar, mas eu me recusava a mandar qualquer mensagem pra Otto depois das coisas que ele me disse.

No almoço, toda a minha tensão foi embora por alguns instantes por conta da melhor noticia da semana. Não, do ano.

- O Alberto quer contar uma coisa pra vocês- disse Cíntia, colocando a lasanha fumegante na mesa com um sorriso enorme no rosto. Luísa apertou minha mão debaixo da mesa, tensa

- Ela está sorrindo, relaxa- cochichei.

- Pode ser sorriso de nervoso- ela se abanou de leve com o guardanapo

Por Água Abaixo Onde histórias criam vida. Descubra agora