Capítulo 30

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As desculpas de Otto foram

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As desculpas de Otto foram...desesperadas. Acho que dá pra chamar assim. Frases como "Eu errei", "me desculpa" e "não devia ter falado aquilo" foram repetidas umas 10 vezes. Fiquei com sérias dúvidas depois sobre se eu realmente o perdoei ou só disse que perdoava pra ele ficar em silêncio um pouco.

"É impossível esquecer você", essa foi a frase que ele me disse quando eu estava saindo do hotel, e o tom dela...não me permiti pensar muito á respeito.

Cheguei em casa pouco tempo depois de Luísa ter acabado de lavar o cabelo. O roupão e a toalha enrolada na cabeça dela não negavam.

- Estou fazendo bolo de brigadeiro pras meninas- ela lixava as unhas enquanto falava, e eu havia me esquecido completamente do fato de que Vanessa e Luma iriam assistir filme com a gente mais tarde- como foi com a nova estrela pop do pedaço? O vídeo dele tá viralizando rápido demais! Ele amou o desenho, né? Pode falar

- Amou demais- disse me jogando no sofá- a ideia foi genial mesmo. Obrigada.

- Eu sabia! e pela sua discreta demora, ele te agradeceu muito bem, né?- joguei uma almofada nela.

- Boba- falei enquanto ela ajeitava a toalha quase caída do cabelo- a gente passou a maior parte do tempo conversando, na verdade. Eu atrasei por causa de Otto. Ele me ligou pra eu ir verificar a logística das malas no carro- e pedir desculpas por me arrasar completamente, acrescentei mentalmente. Luísa revirou os olhos

- Humpf! Logística de malas, isso parece uma desculpa descarada pra te ver, isso sim- Eu concordava com ela, em partes, mas não podia transparecer, porque Luísa com ódio de alguém era um circo.

- É, e tinham umas outras coisas também. Coisas bobas.

- Sei...ai meu Deus, o bolo no forno! Já tem uns trinta e cinco minutos, deve ter virado carvão- ela saiu em disparada em direção á cozinha, e eu fui direto pro quarto. Eu até iria ajuda-la com o bolo se não estivesse completando minha missão de ajuda-la a passar de ano do colégio, com o desenho pro trabalho de história.

Violeta Rockefeller estava quase pronta, seu vestido exageradamente detalhado havia me dado um certo trabalho, mas consegui superar.

Suspirei, peguei meus materiais e comecei o trabalho.
Naquele momento só faltava a...larguei o lápis num pulo e arregalei os olhos pra imagem-modelo. Não. Não podia ser. Por um minuto, meus pulmões pararam de filtrar o ar corretamente. Normalmente eu poderia chutar que era asma, se não fosse pelo fato de Violeta Rockfeller estar usando meu anel de esmeralda.

Era ele, e se não era, era uma cópia perfeita. O girassol perfeitamente desenhado na pedra verde brilhante acoplada no círculo de ouro. Ok, um dos dois era um impostor.

Que dúvida, não? Qual seria o verdadeiro? O da herdeira de um dos maiores donos de safras de café do Brasil no século XIX ou o da garota sem memória pertencente á classe média de uma cidade pequena de interior? Nada contra meus pais, mas...

Por Água Abaixo Onde histórias criam vida. Descubra agora