Capítulo 4

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A manhã seguinte não parecia tão convidativa

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A manhã seguinte não parecia tão convidativa. Tinha demorado pra pegar no sono e me manter acordada estava sendo um sacrifício. Luísa ainda estudava pro tal seminário, então tive uma ideia pertinente e produtiva: Pesquisaria sobre Porto Seguro. Veria fotos, leria as notícias, saberia de algo mais.
Pude usar o celular da Luísa, já que ela estudava pelo notebook (e eu estaria contribuindo pra ela não se distrair com os aplicativos.) Logo que joguei o nome no Google, vieram algumas matérias sobre o conflito e tudo mais, mas eu examinaria aquilo depois, no momento minha prioridade seria identificar o espaço. Fui direto nas imagens e me deparei com um lugar lindo, histórico, com inúmeros pontos turísticos, festas imperdíveis etc.
Aquilo me trazia uma familiaridade lá longe, mas seria estranho se eu dissesse que as pérolas do quebra-cabeça da Luísa me traziam muito mais? Estranho, mas era.
Passei para as notícias, haviam várias manchetes detalhando o tiroteio, mas nada daquilo estava me acrescentando. Uns diziam que era uma dívida, outros que era briga de facções...que coisa estranha era aquela?
Desci mais pra baixo e as manchetes já não chamavam mais tanta atenção assim, eram coisas como:
"Aniversário de Porto Seguro é comemorado com grande festa no centro histórico"
" Alunos do colégio Aquino Senna fazem apresentação teatral marcante em estádio"
" Porto Seguro recebe 10% mais turistas esse ano se comparado ao ano passado, dizem estatísticas"
" Inauguração do novo Shopping patrocinado pelos Tigre Branco atrai pessoas de várias partes do país"
"Novos restaurantes são inaugurados na praia de Taperapuã"

Só informações inúteis. Coisas que ocuparam minha memória no lugar das coisas realmente relevantes que eu supostamente deveria ter lembrado. Mas eu esperava o quê, afinal? Olhar pra uma palmeira e lembrar que escrevi meu nome nela com uma pedrinha? Ou ver um banco na praça e reviver a memória de que brincava ali na infância? Eu não poderia ser ingênua nesse nível também. Bloqueei o celular e entreguei pra Luísa novamente.

- Terminei 100%, agora dá pra gente dar uma volta. Minha sorveteria favorita é aberta aos domingos, podemos ir lá agora se quiser.- disse, terminando de arrumar a escrivaninha.

- Quero, acho que tenho que me distrair um pouco.

Já citei isso mil vezes, mas não custa reforçar que a rua da Luísa é extremamente complicada de se locomover. Nunca vi pedras tão grosseiras

- É histórico. Meu bairro foi um dos primeiros daqui, por isso que ainda tem as pedras, meio que pra preservar.

- Ah, claro. Preservam a rua, mas não pensam na segurança das pessoas, qualquer um poderia tropeçar ali fácil, fácil, sabia?

Ela começou a rir
- Ai, Ana, você é hilária.

Na verdade, eu estava falando sério, mas preferi não contrariar .

- Ali! Estamos quase chegando, você vai ador...ah não- ela parou e fez cara de desânimo.

- O que foi?

Por Água Abaixo Onde histórias criam vida. Descubra agora