E se, após uma tempestade caótica, você acordasse em uma praia deserta sem se lembrar de absolutamente nada da sua vida?
Tendo certeza que é a pessoa mais azarada que poderia existir, Ana Alice embarca numa aventura - chamamos assim para dar um ar...
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Passei o dia todo nervosa. Arthur e eu havíamos combinado de sair hoje mesmo (já que meio que fizemos as "pazes" ontem).
A única informação que eu tinha até o momento era de que ele ia me levar á um restaurante que gosta muito, e só.
Luísa me disse que eu com certeza não precisaria me preocupar com relação á dinheiro, que ele provavelmente pagaria tudo. Eu também achava que seria assim, mas iria levar por via das dúvidas, óbvio.
Mas, na verdade, minha preocupação estava particularmente concentrada naquelas borboletas no meu estômago.
Era como eu arrepiava só de pensar na possibilidade de está num encontro com Arthur e seus olhos fatalmente brilhantes.
Uma hora antes, Vanessa foi ajudar a me arrumar, para que eu estivesse "perfeita". A noite estava fria, então vesti um vestido justo preto (nada extravagante), e calcei um tênis. De maquiagem, foi tudo bem leve e "glow", com destaque para as partes iluminadas, bochechas rosadas, e um batom leve de cereja, que deu um tonzinho avermelhado pra boca e, de alguma forma, realçou meus olhos.
- Aiai, linda desse jeito, com certeza vai ser minha prima em breve! - Vanessa falava terminando de arrumar meu vestido.
- Eu não me iludiria tão cedo se fosse você.
E era verdade, eu estava me concentrando ao máximo em manter minhas expectativas baixas. Já dizia o velho ditado : "do chão não passa".
Ás oitos horas e 10 minutos exatamente, um carro branco estacionou bem na minha frente, na porta da casa da Luísa. Saí no portão com a minha "escolta" (as duas ficaram escondidas atrás de um pé de jabuticaba do quintal), como se já tivesse feito isso milhões de vezes.
- E aí? Vamos? - Arthur falou assim que abaixou o vidro.
Ele não ia me dar nem um "boa noite"?
- Vamos- me limitei a responder e entrei no banco da frente, preocupada pensando que poderia ter feito a escolha errada.
- Boa noite - ele falou me dando um beijo na bochecha- você tá linda. E pode mandar minha prima sair dos arbustos agora.
Prendi a risada para que elas não ouvissem, e mandei uma mensagem rápida pra Luísa antes de Arthur dar a partida. Enquanto ele dirigia, percebi que entramos em uma área interessante da vila, aquela que víamos cheia de luzes da beira da praia, cheia de restaurantes, lojas e essas coisas. Paramos em frente á um restaurante com uma fachada perigosamente elegante.
- Espero que tenha estacionado no lugar errado- falei, notando os ambientes em que passávamos- não vim preparada pra esse lugar- Ele riu ainda segurando o volante.
- Na verdade, esse lugar que não está está preparado pra você linda assim- sorri pra ele, apesar de não acreditar.
- É lindo - foi tudo o que consegui falar olhando pra entrada com a porta giratória cheia de detalhes e entalhes dourados.
