E se, após uma tempestade caótica, você acordasse em uma praia deserta sem se lembrar de absolutamente nada da sua vida?
Tendo certeza que é a pessoa mais azarada que poderia existir, Ana Alice embarca numa aventura - chamamos assim para dar um ar...
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- Espero que a Vanessa já esteja pronta, ela tem mania de atraso- Luísa resmungava enquanto descíamos as tortuosas ruas de pedra. A desculpa que demos era que iríamos passar na casa da Vanessa para que fôssemos pra alguma pizzaria da vila. Ela não desconfiou nem por um segundo. Eu não tinha nenhuma lembrança concreta de momentos especiais e divertidos, mas quando passamos pela porta e vi toda a galera (incluindo os amigos do colégio que eu não conhecia) gritar "SURPRESA!!" e irem abraçar a Luísa, eu pude sentir o que era aquilo, e, ainda bem, parecia familiar. A decoração estava realmente linda, os balões distribuídos em um enorme painel, e a mesa do bolo impecável, tudo nos tons que escolhemos. As pessoas não demoraram pra começar a entregar os presentes pra Luísa (me senti meio mal por não ter nada pra dar, mas não era algo que estava sob meu controle, certo?).
- Luluzinha! Aqui está o seu presente, eu espero que sirva! - Vanessa vinha carregando uma caixa muito bonita em mãos.
- Vanessa, não precisava! Você organizou essa festa toda...- disse, olhando incrédula para o presente á sua frente
- Ai, não reclama não, aniversário sem presente não é aniversário, e abre logo aqui pra saber se gosta.
Quando Luísa abriu a caixa, levamos um susto (no sentido positivo da palavra). Havia um vestido cintilante igual o que a Vanessa estava usando no dia das compras, só que esse era a versão branca. Luísa ficou boquiaberta. E eu também.
- Bom, eu me lembro muito bem que você amou meu vestido azul da Bass, então tomei a liberdade de comprar um pra você também!
Luísa pegou a etiqueta do vestido desacreditada. Aquilo devia ser caro. Muito caro.
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Tirando as palavras da minha boca, Luísa comentou - Vanessa, isso deve ter sido muito caro, não posso aceitar- A garota com o lírio no cabelo cruzou os braços, a expressão entregava a indignação.
- O preço não importa, é seu. Comprei pra você e você vai usar sim senhora, sem mais. Estamos entendidas?- disse apontando o dedo pra cara da Luísa
- Mas..
- Nem tente.
- Ai meu Deus... ok, estamos entendidas- falou sorrindo, dando um abraço apertado na amiga logo depois
