Capítulo 10

147 31 141
                                    

Ele só podia estar brincando comigo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ele só podia estar brincando comigo. Estava realmente me chamando pra sair mesmo namorando? Coragem. Ele pensava que eu era o que? Fiquei irritada, de verdade. Me pus no lugar da menina, e não hesitei em ser 100% sincera.

Ana: Quê?

Arthur: Eu...tô te chamando pra sair, se você quiser

Ana: Não, obrigada. Sinceramente, não sei como você tem coragem, eu no seu lugar teria o mínimo de senso e respeito.

E bloqueei o número rápido. Muitos podem achar que foi exagero, mas se eu desse bola o problema seria muito, muito maior.

____________

Dormi mal. Não tive flashbacks nem nada, só uma insônia chata sem explicação. O dia seguinte só foi meio animado porque a Vanessa convidou a gente pra uma "roda de violão" á beira mar que aconteceria na sexta, um dia depois.
Parecia meio...brega? Mas eu estava disposta a curtir um pouco, ainda mais se isso fosse ajudar a parar de pensar na noite do ontem, talvez.
Me arrependi um pouco de ter sido tão grossa, mas no fundo eu sabia que era necessário.
Ver Luísa correndo de um lado pro outro com cartazes e coisas de colégio na mão não me ajudava, ela parecia uma espécie ampliada de barata tonta.
- Os cartazes não vão fugir de você, sabia? - eu já estava mais nervosa que ela pro tal trabalho que tinha que apresentar

- Não posso desacelerar, tenho que acabar isso o mais rápido possível pra ter a mínima chance de conseguir sair amanhã. - Dizia carregando uma caixa com um globo gigante. Eu observava tudo precisamente até ela começar a andar em câmera lenta e tudo embaçar.

Então, era eu que estava com pressa.
Muita pressa.
Quase corria por um extenso corredor branco com um piso escuro que parecia mármore.
- Ele vai me matar, odeio estar atrasada.- eu falava pra moça alta ao meu lado, ela parecia entretida com o tablet na mão

- Não se preocupe, ele está acostumado- disse, simplesmente
Finalmente cheguei ao fim do corredor e bati na imensa porta de madeira polida

- Pode entrar- gritou uma voz masculina de dentro. Me virei pra mulher uma última vez

- Me deseje sorte - ela me olhou sorrindo

- Você não precisa.
*

Então voltei.
- Alô?? Terra para Ana?- Luísa dizia acenando na minha cara.- Guardei a maioria da bagunça, vamos comer alguma coisa

- An?- demorei um pouco pra assimilar suas palavras- Ah..claro, vamos

- Você tá bem?

- Tô, tô sim - Fui até a cozinha meio tonta ainda, eu estava andando rápido demais no flashback. Estava atrasada pra que? Quem era o homem que me esperava? E porque me esperava? Quem era aquela mulher? Decidi não contar pra Luísa esses flashbacks que não me davam grandes informações. O que eu poderia tirar dali? Que era uma pessoa atrasada? Melhor não, só coisas realmente relevantes a partir dali, como possíveis endereços e nomes.
- Eu tô até animada pra essa roda de violão, sabia? - ela disse, abrindo os armários, procurando algo

Por Água Abaixo Onde histórias criam vida. Descubra agora