E se, após uma tempestade caótica, você acordasse em uma praia deserta sem se lembrar de absolutamente nada da sua vida?
Tendo certeza que é a pessoa mais azarada que poderia existir, Ana Alice embarca numa aventura - chamamos assim para dar um ar...
Primeiramente quero agradecer ás 1000 leituras!! Gente, vocês são muito maravilhosos! Muito obrigada❤️❤️ Segundamente, gostaria de pedir mil perdões pela demora pra postar, a vida de uma quase adulta não é tão fácil quanto parece haha mas não desistam de mim, por favor! Amo vocês, vocês sabemm. _____________
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Pelo que vi no relógio, faziam aproximadamente 3 horas que eu não saía do quarto. Não queria sair pra correr com medo de encontrar algum conhecido e ter que interromper meu raciocínio. Eu havia repassado mais ou menos 80 vezes as minhas duas opções desde que chegamos da delegacia. Ou eu ia embora com os tios de Otto pra Ilhéus, ou ficava e ia para um abrigo. Na verdade, pensando racionalmente, eu não ficaria muito no abrigo de qualquer forma, já que meus pais sabiam onde eu estava e as pessoas com quem eu tinha contato provavelmente me buscariam caso eu fosse. A grande questão era o fato de eu achar uma semana tempo curto demais pra decidir mudar de vida radicalmente. Mas ainda assim, esperar 10 dias estava fora de cogitação, não queria nem saber como e onde era esse abrigo. Sem saber o que fazer, afundei os dedos nos meus cabelos pela décima vez. Olhei pra todos os lados, quando vi o papel do desenho pro trabalho da Luísa encostado na parede. Aquilo seria minha distração, era minha única saída no momento. Peguei a folha gigantesca e comecei a desenhar. Pelas minhas contas, passei mais três horas fazendo aquilo, até minha mão ficar dormente. Desenhei a família Rockfeller quase toda, com excessão da Violeta. Poderia desenhá-la outro dia, já que a Luísa ainda tinha duas semanas de recesso antes de entregar. Mas eu não tinha duas semanas....parei de pensar naquilo imediatamente, senão iria surtar. Ao guardar o lápis, ouvi meu celular apitar e não pude evitar sorrir.
"Aí, quer sair hoje a noite?"
Era quase como se Arthur pudesse ter lido meus pensamentos. Aquilo era exatamente o que eu precisava, não pensar tanto no amanhã (embora fosse necessário) e focar no agora. Levantei, tomei um banho, e fui pra cozinha, onde sabia que Luísa e Cíntia estavam fazendo a torta. Me ofereci pra ajudar imediatamente, já que elas estavam no começo do processo.
- Ai meu Deus! O que aconteceu com sua mão??- Luísa quase gritou. Quando olhei, meus dedos estavam levemente inchados, alguns com calos roxos e vermelhos e uns cortes que fiz no papel.
- Eu estava desenhando...- respondi sem graça, nem havia reparado naquilo, devia ter pegado o lápis com muita força.
- Desse jeito parece que estava na guerra, isso sim- Cíntia correu pra pegar gelo pra eu passar, e só me deixou ajudar no final, quando viu que tava consideravelmente melhor (menos feio). Contei pra elas sobre sair com Arthur, e as duas se mostraram bastante animadas. Bem, eu estava animada, e nem me importava se minhas mãos estavam roxas ou calejadas. Arthur era músico, entendia mais de danos ás mãos do que qualquer outra pessoa.
____ Fomos ao mesmo restaurante da primeira vez. A noite estava mais quente do que o esperado, e Arthur Lins estava mais lindo que nunca. O cabelo dele estava levemente despenteado, e seus cílios grandes (diria até maiores que os meus) contrastavam perfeitamente com os olhos brilhantes, e como eu NUNCA consigo disfarçar nada, ele não teve dificuldade pra notar que eu o estava encarando descaradamente
