Depois de contar tudo na mesa, Cíntia e Sr Souza concordaram que eu deveria entrar em contato com Otto, só que sob a supervisão deles. Além disso, pelo menos um deles iria comigo caso eu fosse encontrá-lo pessoalmente.
Após o jantar, fui pro quarto da Luísa "fofocar" antes de dormir (basicamente esse momento se constituía dela falando sem parar e eu só concordando), ficamos lá por umas duas boas horas falando sobre assuntos aleatórios, até chegarmos nas minhas descobertas de identidade mais recentes- Que bom que você tá descobrindo mais coisas sobre você, tô tão feliz- apesar da afirmação, sentia uma pontada de desânimo em sua voz
- E porque parece desanimada assim?- ela arregalou os olhos, talvez estivesse achando que eu não percebi.
- Porque...- ela suspirou levemente- ai, isso vai parecer muito, muito egoísta, mas a cada descoberta nova, é mais uma coisa que pode te afastar da gente, sabe? E pra mim você já é praticamente uma irmã...- ela massageava as mãos, como se fosse aliviar uma tensão
- Ai, meu Deus- a abracei- mesmo quando eu voltar pra minha casa, ainda nos consideraremos irmãs, não importa o quão longe estivermos. Sempre vai ser assim- garanti
- Promete?
- Prometo.
O momento "irmãs" foi interrompido por um trovão e uma chuva muito, muito forte.
- Eu acho que já vou pra cama- falei indo em direção a porta
- Vai lá, vou dormir também, não é todo dia que se pode dormir ouvindo a chuva por aqui - sorri pra ela
- Exatamente.
Fechei a porta e fui o mais rápido que pude para o meu quarto. Pelo janela consideravelmente grande, eu podia observar a chuva caindo lá fora.
Observando fixamente, me veio um lampejo de memória na cabeça.______
Eu corria em direção á cobertura mais próxima, seguida com dificuldade de uma pessoa atrás de mim. Eu era sempre mais rápida, parecia. Assim que chegamos á um lugar coberto (uma sacada alta de uma casa), nos sentamos exaustas no pequeno lance de degraus que havia ali. Estávamos ofegantes, e já era noite.
- Ok...ok- ela dizia procurando o ar, era uma garota- o que fazemos agora?- Bom, você pode fazer um chocolate quente pra mim, pra começar- falei, empurrando seus ombros de leve
- O que? - Ela se virou pra mim- primeiramente, essa é a SUA casa! E segundamente, eu sou sua melhor amiga, não sua empregada- falou com uma falsa indignação. Mesmo com as coisas meio embaçadas, dava notar que possuía cachos.
- Ah, era só o que faltava, aqui é praticamente sua casa também. E sobre o "segundamente", no pacote de melhor amiga tá incluso o papel de empregada também - ela revirou os olhos.
- Acho que vou ter que dormir aqui hoje- Disse se levantando
- Você acha? Eu tenho CERTEZA- me levantei em seguida- Uma noite das meninas de última hora!
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Por Água Abaixo
Подростковая литератураE se, após uma tempestade caótica, você acordasse em uma praia deserta sem se lembrar de absolutamente nada da sua vida? Tendo certeza que é a pessoa mais azarada que poderia existir, Ana Alice embarca numa aventura - chamamos assim para dar um ar...