E se, após uma tempestade caótica, você acordasse em uma praia deserta sem se lembrar de absolutamente nada da sua vida?
Tendo certeza que é a pessoa mais azarada que poderia existir, Ana Alice embarca numa aventura - chamamos assim para dar um ar...
Oi, gente linda! o capítulo de hoje é provavelmente o mais curto que já escrevi, mas depois detantos capítulos longos, acho que vocês merecem "respirar" um pouco kakaka.
Esse é o nosso penúltimo capítulo💔 mas tenho uma novidade muito legal pra revelar lá noúltimo! não se preocupem que ainda vou encher muito vocês😂 Boa leitura!! 🥰
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Minhas mãos tamborilavam sobre a mesa da casa dos Souza enquanto aguardávamos notícias. Depois que cheguei da minha "fuga", meu pai, tio Geraldo, Rafael e Marcos, o tio policial de Pietro, saíram para executar o plano deles. Ou posso chamar de nosso. Minha mãe logo me fez ir tomar um banho quente e trocar as roupas encharcadas para ficar mais relaxada. Eu não diria que funcionou, mas ajudou consideravelmente.
Luma havia ido embora, precisava resolver algumas coisas com a mãe dela em relação da mudança de Arthur e da família dele. Eu achei que estaria ocupada demais com meu sequestro e minha família pra pensar no meu ex-namorado, mas Vanessa estava passando informações sobre como eu estava pra ele constantemente (ela tentou esconder, mas vi de soslaio quando me levantei para beber água) e Héctor estava tentando me distrair falando justamente sobre como tinha tanta gente interessada e tantos projetos musicais novos para a "Starking" (o nome oficial da banda agora) já que Arthur manda bem demais na composição – e no vocal, óbvio -. Também falou sobre a possibilidade dele e de Pietro terem que se mudar pra São Paulo por três motivos:
1- Arthur estaria lá, porque os pais dele escolheram SP entre as opções que a empresa deu pra eles. (Não vou falar sobre meu choque agora, estou me conformando)
2- Helena também se mudaria pra lá assim que se casasse (o que não demoraria)
3- As gravadoras que eles tinham mais interesse estavam lá.
Eu sabia que ele estava tentando ajudar, falando sobre algo que me distraísse do que estava acontecendo naquele momento (e ignorando os beliscões que Luísa tentava dar escondido sempre que ele citava Arthur), na verdade, estava até mesmo surpresa por ele ter ficado lá o tempo todo. Claro que era em grade parte por causa da Luísa, mas eu me sentia muito feliz mesmo assim, ele estava se esforçando.
Ceci se manteve quieta durante a maior parte da conversa, só falou quando Héctor, todo orgulhoso, mostrou á ela o vídeo não-oficial da banda tocando "por água abaixo". Ela mesma confirmou já ter escutado, assim como praticamente todo jovem de Porto que ela conhecia. Será que meus amigos já tinham escutado? Gostado? Se sim, aposto que iam pirar quando soubessem que foi feita pra mim.
Não que isso importe muito agora.
"Queria alguém pra sempre assim
Pra caminhar na luz do luar
Então você veio pra mim
Por água abaixo
Pelasondas do mar"
Não haveriam mais caminhadas na luz do luar, aparentemente. Pra segurar minha pose e não ter que contar toda a minha história com Arthur para Ceci naquele momento, fingi que precisava ir ao banheiro. No caminho, minha mãe, que conversava com Cíntia e Tia Cristina na sala perguntou se eu estava bem.
Respondi que sim, mas acho que minha expressão me entregou. Acho que não é como se eu pudesse enganar minha mãe. Ela sibilou que se eu precisasse era só chamar, assim como Cíntia, mas eu precisava de 5 minutos sozinha. Entrei no banheiro e me sentei no chão, apoiando minha cabeça na porta..
Áquela altura, será que meu pai e meu tio tinham resolvido tudo? Dificilmente.
Rafael nos deu a informação de que Jonathan estaria em seu apartamento em Salvador, apenas esperando alguém chegar com o dinheiro dele. Mal sabia ele que quem chegaria era a polícia e a única coisa que ele receberia eram duas algemas bem brilhantes nos pulsos. Mesma coisa com o pessoal que estava "me vigiando" e que me prenderam no cenote. Marcos e outros policiais pegariam o carro que supostamente meu pai deveria usar e os surpreenderiam chegando lá no lugar dele no horário marcado.
A maior razão pela qual meu pai não faria isso em outra situação era pela minha segurança, já que se eu estivesse sob o domínio dos sequestradores, eles poderiam me ameaçar ou algo do tipo, mas como eu não estava mais lá, não tinha "nada a temer".
Parando pra pensar nesse plano de Jonathan, ele devia estar desesperado demais para tanto, porque eu poderia recuperar minha memória a literalmente qualquer momento, só precisava dos gatilhos certos (no caso, ele pensou nisso, ao fazer Rafael - se passando por Otto- plantar falsas informações na minha cabeça e reafirmá-las com uma certa frequência, então os verdadeiros gatilhos ficavam longe da memória), e meu pai poderia escolher ignorá-lo e fazer o Brasil inteiro saber sobre meu desaparecimento. Nesse caso a sorte dele foi que algumas pessoas concordaram com a abordagem da busca sigilosa, mas ainda assim...era um plano maluco.
Outra coisa que conversamos com meus pais foi sobre o médico que eu tinha consultado em Vila do Veleiro, pois, segundo minha mãe, quem sofre uma concussão cerebral não pode se movimentar bruscamente, muito menos fazer exercícios físicos. Fiz ambos, já que ele não citou nada sobre isso, inclusive, quando perguntado, disse que não havia praticamente nenhuma contraindicação, apenas disse que melhoraria com o tempo e que eu deveria dormir bem. Provavelmente essa foi a causa de eu não ter recuperado a memória tão rápido quanto outras pessoas: eu não repousei como deveria e estava em um ambiente totalmente diferente do que estava acostumada, o que dificultava muito a volta das lembranças.
Enfim, até nisso acho que Jonathan deu sorte. Mas hoje não. Hoje a sorte dele ia acabar de vez.
Outra coisa que não saía da minha cabeça era o fato de Vanessa ter conhecido Otto (o verdadeiro Otto) e que ele estava com meu anel, pensando que eu tinha, sei lá, morrido. Sorri levemente, desacreditada. Tão perto. Ele estava tão perto.
Como estaria agora?
As únicas pessoas, além da minha família, que aparentemente sabiam que eu desapareci eram o diretor do colégio, o diretor da Bass, Babi e Alice. Bem, Alice por motivos óbvios, mas ela pode ter contado pra ele. Não sei. Não estava conseguindo pensar com clareza.
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Não sei ao certo por quanto tempo fiquei no banheiro, por que eu meio que cochilei lá.
Acordei assustada com batidas na porta e Cíntia chamando meu nome. Quando abri, estavam todos lá fora olhando pra mim (não vou entrar nos méritos do quanto é constrangedor você sair do banheiro com uma plateia te esperando) e minha mãe segurava o celular.
- Seu pai ligou.
Imediatamente, todo o sono acumulado se esvaiu de mim e me vi mais desperta do que nunca.
- E??- olhei para cada rosto presente, aflita- o que aconteceu?
Houve um silêncio que para mim soou eterno, até ela falar, com a voz trêmula
Finalmenteeee! será que Jonathan vai ter o que merece? o que vocês acham?
Um dos temas retratados aqui nesse capítulo foi a negligência médica. Pode parecer absurdo, mas acontece com mais frequência do que imaginamos. Se fosse vocês descobrindo algo assim,o que fariam? Me contem aqui! não se esqueçam de votar e comentar muito!