Capítulo 34

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Simone estava fazendo o possível para eliminar os nós de tensão nas minhas costas. Era inútil, ambas sabíamos. Não importava o quão habilidosa ela fosse, os nós voltariam com força em breve, talvez nem saíssem.

Normalmente, ela estaria fazendo quaisquer perguntas sobre que cremes ou sais de banho eu prefiro, mas hoje estava quieta. Eu pedi. Não tinha a mínima condição de falar sobre frivolidades quando aquilo estava prestes a acontecer

- Está bom, Simone- disse, me levantando da cama de massagem- obrigada.

- Mas ainda não está completamente relaxada, Ceci- falou, me chamando pelo apelido. Simone era minha massagista desde que nos mudamos pra Porto Seguro, há 4 anos. Certamente tínhamos certo nível de intimidade, mas isso não permitia muitos questionamentos.

- Estou bem- me enrolei no roupão e calcei as pantufas- está dispensada por hoje, obrigada mais uma vez. Damião estará com o carro na entrada e o barco está esperando no píer 2.

Não esperei nenhuma resposta, não precisava. Ela e a equipe dela já sabiam tudo aquilo de cabeça, eu só estava sendo gentil. As vantagens de se ter um spa em casa eram muitas, mas poder sair da sessão e já ir direto pro conforto da minha cama em menos de 10 minutos era libertador. Mas não hoje. Hoje eu iria entrar no closet, escolheria a primeira roupa que eu visse, pegaria o carro (Damião pegaria, na verdade, mas dá no mesmo) e me reuniria com a minha família na "casa ao lado". Tecnicamente eu poderia ir a pé, mas, bem, Damião era pago por algum motivo, certo? E além disso, se eu fosse caminhando, pensaria muito no meio do caminho, e hoje definitivamente não era um dia pra pensar muito, não pra mim, que já sentia minhas pálpebras tremendo.p

Entrei no quarto com a expectativa de concluir meus planos, mas fui barrada por uma surpresa.
Em cima da cama, havia uma mesa portátil de café da manhã coincidentemente carregada pelas minhas comidas favoritas: croissants de creme de avelã, mini torta de limão siciliano , patês com torradas e uma quiche de ricota com bacon. Lúcia me olhava espantada, com a jarra de suco e o copo na mão, totalmente desprevenida.

- Achei que chegaria daqui há alguns minutos ainda, Ceci- Não respondi, pois estava muito ocupada olhando aquele buffet pessoal que montaram. Lúcia não precisou me olhar duas vezes pra saber que precisava me dar alguma explicação- seus pais me disseram pra fazer isso pra você hoje, querida, mas não disseram o motivo. Apenas deram a ordem e saíram para a casa de seu Ricardo.

Eu estava perplexa. Claro, era a cara dos meus pais esse tipo de coisa pra me manter longe das preocupações, mas naquele dia? Eu quase podia me sentir insultada. Dispensei Lúcia, entrei no closet, e quase peguei um croissant. Aquele doce era sim uma das melhores coisas que eu já havia provado na vida e eu adorava, mas não havia ninguém no mundo que gostasse mais de doces franceses do que ela.

Por Água Abaixo Onde histórias criam vida. Descubra agora