Acordei trabalhando. Por mais que minha cabeça não saísse dos flashbacks e de Arthur, eu iria fazer o desenho que prometi á Luísa, pro trabalho de história dela. A família Rockfeller era composta por cinco integrantes e minha imagem-modelo tinha muitos detalhes. Minha ideia era fazer tudo em tamanho real, então levaria um tempo. Reparei um pouco neles antes de começar, eram uma família bonita, típicos aristocratas.
Fiquei quase uma hora pra desenhar metade de John Rockefeller, o patriarca. Desanimei ao olhar pra Violeta, como ela fazia as próprias roupas, colocava tudo o que tinha direito. Ela seria a última, sem dúvidas.
Passei a manhã inteira desenhando e esperando alguma mensagem de Arthur dizendo que já teve alta.
A tarde fui obrigada a dormir para que conseguisse me manter acordada pro nascer do sol na praia.Acordei 6 e meia já checando celular, mas não tinha nada. Arthur havia recebido as mensagens que eu mandei, mas não tinha me respondido. Será que ele não tinha tido alta? Mandei mensagem pra Vanessa perguntando se ela sabia do paradeiro, e ela respondeu 40 minutos depois dizendo que não fazia ideia. Iríamos nos encontrar só ás 11 da noite, então ele tinha praticamente quatro horas pra dar algum sinal de vida.
O que não aconteceu.
Sr Souza nos levou de carro até a última estrada a beira mar que tinha pra descermos até a praia.- Tenham uma boa noite, se divirtam com juízo viu...AI!- nós duas viramos rapidamente pra ele, assustadas com o grito.
- Pai, o que foi? - Luísa perguntou, com uma expressão preocupada
- Só a coluna de novo.
- Você precisa marcar essa cirurgia logo, é sério. Consegue chegar em casa assim? Posso pedir pra algum amigo vir te ajudar...
- Não precisa, filha. Isso não foi nada -deu um beijo na testa dela- mas marcarei o mais rápido possível, prometo.
Descemos do carro sem o clima de animação com o qual entramos nele. Luísa falou bem menos que o normal depois disso, e eu entendo, afinal grande parte do motivo do pai dela ter vendido o negócio da família era pra pagar aquela cirurgia.
- Não se preocupe, vai ficar tudo bem- falei, passando os braços em volta dela. Caminhamos assim até avistarmos várias cabanas iluminadas pelo que pareciam ser varais de luzinhas, uma fogueira estava acesa entre elas. Absolutamente lindo. Quando chegamos mais perto, avistei Vanessa, Luma, Pietro e Héctor, mas nada de Arthur. As meninas logo chegaram perto e já começaram a conversar com a gente.
10 minutos depois, senti mãos cobrindo meus olhos.- Boa noite, princesa- aquela voz ainda levemente rouca falou atrás de mim.
- Meu Deus, pensei que você tivesse morrido - falei assim que me virei pra Arthur.
- Mas você parece bem calma, eu significo tão pouco assim? - disse sorrindo ironicamente
- Não, na verdade - coloquei os braços em volta dos ombros dele - precisei tomar calmante. Tô anestesiada.
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Por Água Abaixo
Teen FictionE se, após uma tempestade caótica, você acordasse em uma praia deserta sem se lembrar de absolutamente nada da sua vida? Tendo certeza que é a pessoa mais azarada que poderia existir, Ana Alice embarca numa aventura - chamamos assim para dar um ar...