Capítulo 3 - Larga essa faca Pi

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— Larga essa faca Pi.

A voz veio do menino de olhos verdes ao seu lado. Não em um tom agressivo, era simplesmente um aviso. Pi14 não parecia ter ouvido, continuando a mexer com a faca em sua mão, um sorriso falso no rosto. Olhava da faca para L3, deixando bem claro suas intenções.

Talvez seu coração devesse começar a bater mais forte, a mão suar, por causa da adrenalina de um perigo próximo, mas se sentia bem, indiferente. Duvidava que Pi14 faria alguma coisa e mesmo que fizesse, não é como se importasse bastante, seu problema era com os encapuzados.

— Solta essa faca PI... você sabe que não vai levar a nada — disse P50, com a voz fraca e ansiosa, evitando o seu olhar.

Por mais que fosse um ato corajoso, notava-se que seu estilo estava mais para se esconder do que encarar.

— PI, eu não vou repetir — Dessa voz a voz veio mais firme, como se os olhos verdes fosse um pai que acabara de ser desobedecido.

O rapaz deu um passo, ficando na frente de L3, usando seu corpo para protegê-la. L3 quis sorrir, não sabia que ele era feito a prova de balas. Todos pareciam muito tensos, tirando L3. Nem ela entendia muito bem a calmaria nessa situação. O rapaz agora à sua frente, também não parecia muito preocupado, mas tinha o maxilar flexionado.

No instante em que ES9 surgia atrás de PI14 para retirar a faca de sua mão, o rapaz a lançou com força, passando perto do rosto de L3 e fincando na parede. E35 deu um suspiro alto de alívio e os ombros de P50 deram uma relaxada.

— Belo lançamento — disse L3.

PI14 parecia muito focado no fato de assustá-la. Não tinha dado certo. A garota havia acabado de sobreviver a uma queda e uma luta com cinco encapuzados. Não era uma faca que iria amedrontá-la. Ela não entendia o porquê de seu ódio, mas se o menino quisesse uma briga, ela daria uma para ele.

— E qual é o seu nome? — perguntou aos olhos verdes.

— L4 — respondeu, com um sorriso.

A menina cerrou os olhos e franziu as sobrancelhas.

— E que droga esses nomes significam? — perguntou, irritada.

Se o rapaz tinha o mesmo nome que ela, provavelmente eles eram irmãos. O que explicaria o motivo de ter confiado facilmente nele. Mas tudo parecia uma estupidez gigante.

— Pois bem, como explico... nós somos uma sociedade e nossos nomes são referência às nossas funções, por exemplo, eu sou o P50 e sou o Programador. Pi o Piloto. E a Engenheira e por aí em diante... vocês dois são Lutadores — explicou, animado.

— A Escolha é feita quando fazemos dezoito anos. Quando somos escolhidos, a nossa melhor habilidade se torna nossa função. O que não nos impede de aprender algo além, mas nunca será tão bom quanto a sua função principal. Por exemplo, você ensinou o Pi a arremessar uma faca, mas ele nunca será tão bom nisso como ele é atrás de um volante — disse E35, com uma voz firme.

L3 olhou para a faca fincada na parede a alguns metros de si, realmente não tinha sido um lançamento ruim, ele tinha escolhido errar, isso era óbvio.

— O que significa o número? E como assim escolhidos, fomos escolhidos para o quê? — perguntou L3.

— Para proteger as pessoas... eu sei... parece clichê, mas é o motivo. Desde a junção lutamos contra Imperatore... vem do italiano, significa Imperador. Ele criou seus protetores, os Lampiríos — explicou P50, retirando os óculos e limpando na camisa — Ah sim... e os números são as pessoas que passaram antes de você, já tivemos L1 e L2 no passado, quando L1 morreu você o sucedeu.

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