Capítulo 37 - Precisamos da sua ajuda.

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L4 olhou pela janela, abismado com o pequeno número de movimento. A cidade estava praticamente deserta, o que era insano. Todos se escondiam dentro das casas, tentando ao máximo passar despercebido por Imperatore, o que não estava funcionando. Podia notar o tanto de lugares abandonados, nem as lojas abriam mais. A cidade estava praticamente morta.

Eles tinham acabado de passar pelas Torres, havia rondado ali algumas vezes, observando a movimentação, o objetivo era achar um lugar em que poderia passar e entrar nas Torres, mas não era como se existisse muita proteção mais, os portões estavam praticamente abertos, sem nenhum segurança para evitar a entrada. Imperatore sabia que a luta aconteceria e aparentemente se sentia bastante confiante.

O ataque teria que ser nas Cinco Torres, isso era óbvio. Imperatore tinha praticamente se trancado ali dentro, junto com vários Lampírios e humanos, o que era baixaria até mesmo para ele. Realmente não se importava nem um pouco com a população.

O PEDDE não tinha servido para muita coisa ainda, mas tinha mostrado para eles algumas coisas importantes, que poderiam ajudá-los na luta final. Por exemplo, as notícias sobre como os Lampírios eram criados, eles tinham acabado com quatro máquinas sem saber que eram apenas cinco, eles destruíram achando que era apenas mais uma das milhares que Imperatore possuía. L4 sabia que precisava destruir a última máquina se quisesse acabar totalmente com a possibilidade de Imperatore ganhar.

— Um pouco assustador, não acha? — disse Pi14, apontando para a rua.

L4 concordou que sim. O Piloto havia colocado as luvas que ele sempre carregava em volta da cintura e segurava o volante com felicidade. Não era difícil perceber o quanto ele se sentia confortável atrás de um volante. L4 não sabia dirigir, não tinha um carro antes da Escolha, e depois, poderia simplesmente se teletransportar, que considerava ser bem mais fácil.

— A gente está ficando sem tempo — disse o Piloto novamente.

Eles sempre estavam sem tempo, era algo que tinha se acostumado. L4 encostou a testa na janela, voltando a olhar a cidade, mas não estava realmente prestando atenção no que acontecia. Seus pensamentos estavam com M10. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele piscou, tentando afastá-las. Tudo que sempre fez foi ajudar os outros, o mundo era injusto.

— Você sabe que não foi sua culpa, certo? — disse Pi14, aparentemente lendo seus pensamentos — Foi uma escolha.

O Lutador não queria responder, aquela conversa já doía o suficiente, não queria deixá-la pior do que já estava. Podia até não ser sua culpa, mas se ele estivesse prestando atenção em Imperatore, aquilo não teria acontecido.

— M10 nunca será esquecida.

L4 olhou para o menino, também notando lágrimas em seus olhos. Ele raramente demonstrava sentimento pelos outros, no começo todos achavam que ele odiava os Escolhidos. Sempre se mantendo afastado, longe, sem realmente falar com eles. Demorou um pouco até perceberem que era apenas seu estilo, sua maneira de lidar com as coisas. Uma qualidade que ele sempre admirou era a lealdade e Pi14 tinha aquilo de sobra.

Uma cena em um dos becos chamou sua atenção, havia alguns Lampírios, aparentemente quatro. Franziu o cenho, estavam longe das Torres, não sabia o que os Lampírios faziam ali, até notar que um deles segurava uma menina pelo pescoço, enquanto outros expulsavam o resto das pessoas que tentavam salvar a garota.

— Qualé, L4. Fala comigo.

— Para o carro — pediu.

— O que? Eu não falei aquilo para te irritar.

— Para o carro, Pi — ordenou.

O cinto o segurou na frenagem. Ele se soltou, começando a correr insanamente pela rua. Um dos carros estava passando do lado contrário, quando notou já era um pouco tarde, conseguiu pular no capuz do carro enquanto parava. Sentiu as costas doer pelo impacto. Ele se impulsionou, voltando a correr, irritado pela falta de atenção, ao longe conseguia ouvir o Piloto, mas não parou para olhar para trás.

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