A Neta do Senhor Park

Capítulo 26

Pov Lisa

Com o passar das semanas eu e Rosé nos afastamos um pouco, acho que estava me envolvendo demais em algo inserto e achei melhor ignorar um pouco aquela garota.

Vim com ela para a empresa do avô, estava sentada em uma poltrona fora da sala, arregalei meus olhos quando Irene sentou no meu colo.

— Lisa, estava pensando, a gente podia sair juntas o que acha? – Ela mexeu na gola da minha camisa.

— Não posso Irene, estou conhecendo uma garota.

— Melhor que eu? – Ela mordeu o lábio inferior.

— Por favor não se rebaixe a esse ponto e levante do meu colo.

Ela segurou meu queixo, me fazendo olhar diretamente em seus olhos. Engoli em seco quando a porta da sala do senhor Park foi aberta, saindo o avô dela e ela, encarando aquela cena patética.

Rosé me fuzilava com um olhar.

— Pense no que te falei querida. – Irene beijou meu rosto e levantou do meu colo.

Eu permaneci petrificada, mas acordei quando Roseanne saiu andando, o barulho dos seus saltos me acordou do transe.

Senhor Park ainda estava parado, balançou a cabeça em negativo para mim.

Me levantei e fui até ele.

— Sério Lisa? – Disse ele, passando a andar ao meu lado.

— Juro que sou inocente, ela simplesmente sentou no meu colo.

— Conheço Irene e sei do que ela é capaz. Quero ver você convencer minha neta disso.

Rosé estava em pé abraçada ao próprio corpo no elevador.

Entrei no elevador, preferi não falar nada, fiquei de costas para ela. Quando o elevador parou no térreo Sai primeiro, esperei ambos saírem, caminhei calmamente atrás deles.

Jennie se aproximou com o carro e parou na entrada.

Abri a porta para que ambos entrassem, em seguida entrei no lado de passageiro calada. Jennie me olhava vez ou outra, sabendo que tinha algo errado.

— Qual destino senhor Park? – Disse Jennie.

— Restaurante italiano que sou sócio Jennie, tenho um jantar com o filho de um grande empresário Italiano.

— Sim senhor.

O restaurante não era longe, logo chegamos, Roseanne seguiu na frente com o avô eu fui logo atrás.

Sentei em uma mesa um pouco afastada da que o senhor Park estava, mas o suficiente para fazer a segurança dele e de Rosé.

O rapaz já tinha chegado, ele era simplesmente inacreditável de bonito. O homem tinha uma pele levemente escura, olhos verdes, cabelo perfeitamente arrumado, barba bem cheia mas aparada, e suas roupas eram deslumbrantes.

Não demorou a Jennie aparecer e sentar comigo.

— O que aconteceu? – Disse ela.

— Rosé pegou Irene sentada no meu colo.

— O que raios Irene fazia no seu colo Lalisa?

— Foi um mal entendido caramba, Rosé apareceu apenas no momento errado.

— Lisa não é como se a Irene tivesse tropeçado e caído no seu colo. O que raios você queria que Roseanne pensasse? Irene é lindíssima.

— Eu sei... Ela sentou no meu colo e ficou se exibindo para mim, me chamando para sair com ela.

— Lisa eu sinceramente não julgo Chaeyoung por estar irritada pelo que viu. Eu no lugar dela estaria igualmente.

O garçom anotou nossos pedidos, logo se retirou. Tinha um enorme nó na minha garganta.

— Parece que ela quer que você sinta o mesmo que ela está sentindo. – Disse Jennie olhando para mesa ao lado.

Virei meu rosto e pude ver Roseanne dando total liberdade para aquele homem tocar sua mão e corresponder a suas investidas.

— Vou explodir de ódio Jennie.

— Se controle, isso é coisa para vocês duas resolverem quando estiverem sozinhas e não surte em meio a um almoço de negócios do senhor Park. Você é uma profissional Lisa, não se deixe levar.

Respirei fundo, Jennie tem razão.

Nossa refeição chegou, eu comi pouquíssimo, apenas mexi a comida de um lado para o outro.

Vez ou outra olhava para Rosé rindo com aquele cara e o ódio a cada segundo me dominava mais.

Nos aproximamos apenas quando o senhor Park terminou a refeição e apertou a mão do rapaz em um gesto formal.

Eu estava parada a alguns centímetros de Roseanne, ela não fez contato visual comigo nenhuma vez.

O rapaz veio até ela, segurou suas mãos e trocaram algumas conversas. Por último ele deixou um beijo próximo a boca dela demorado, eu não aguentei e taquei minha mãos no peito dele a afastando dela.

O homem me encarou, Senhor Park me encarou, Jennie me encarou, e Roseanne me encarou.

— Lalisa por que fez isso? – Ela falou sério. — Não tinha nenhum motivo para você ter feito isso. Sinto muito pela inconveniência da minha segurança pessoal Miguel.

Olhei para Rosé a desafiando.

— Tudo bem, sem problemas é o trabalho dela. Me desculpe se fui incoveniente Roseanne. Podemos sair para tomar um drink qualquer noite dessas?

— Claro, será um prazer.

Me irritei mais ainda.

— Cansei dessa merda, faça o que você quiser Roseanne.

Sai andando sozinha para fora do restaurante.

— Lisa! – Ouvi o grito dela.

Parei, mas não me virei, ela chegou próximo a mim.

— O que diabos você está fazendo?

— Me demitindo. – Falei sem me virar para ela.

— Você não pode fazer isso.

— Posso, e estou fazendo isso.

— Você é uma ignorante, estava claramente quase fudendo aquela mulher antes que eu chegasse e agora vem com essa.

— Vai se ferrar Roseanne, volte lá para seu garoto classe alta.

Voltei a andar, podia ouvir os saltos dela tentando me acompanhar. Mas eu claramente andava muito mais rápido.

Tirei meu blazer, deixei sobre meu braço e folguei minha gravata.

Vi um táxi passando, dei com a mão e entrei.

— Para onde senhorita?

— O senhor sabe a localização do inferno?

O homem me olhou pelo retrovisor, seu olhar era de quem entendia perfeitamente o que se passava na minha cabeça. 

— Posso te levar a qualquer lugar?

— Sim, por favor.

Encostei minha cabeça no vidro do carro, senti as lágrimas banharem meu rosto.

O homem não me levou muito longe, ele parou em uma praça. Paguei a corrida e desci.

Sai andando sem rumo pela praça, o som dos pássaros realmente me acalmava.

Deitei embaixo de uma árvore, fiquei olhando para as folhas mexendo, sentia meu celular vibrar freneticamente no meu bolso. Não ousei ao menos retirar ele de lá.

Por que eu fui me envolver tanto com essa menina? Que merda Lisa.

(.) (.)

Ops