Eu estava saindo de casa com a minha bicicleta para uma pedalada matinal, ali dentro do condomínio mesmo, quando recebi uma ligação do Hoseok, me pedindo para levar a Amanda, até o hotel onde ela estava hospedada para ela se encontrar com seus amigos.
Não entendi, porque ele pediu logo pra mim, já que o Jimin e o Yoongi, se deram tão bem com ela.
Mais, mesmo assim como eu estava com um tempo livre concordei com a ideia.
Eu não tinha nada contra a Amanda, só temia pela segurança do grupo e também do Hoseok. Ele estava quebrando várias regras, por ter aquela garota com ele. Realmente ela parece ser incrível e muito bonita, mesmo com aqueles óculos enormes. Mais era muito arriscado tudo o que ele vinha fazendo.
Me arrumei e mandei mensagem para aquele número desconhecido que o Hoseok havia me passado e contra minha vontade, peguei meu carro e fui para casa do hyung.
Logo pude avistar uma figura em pé na entrada, ela estava com as cores do outono e combinava com o cenário em sua volta. Seus cabelos escuros estavam lisos e alinhados e ela usava aqueles óculos roxinhos, uma mochila de couro preta, a sua pele morena combinava com o tom do seu sobretudo , ela estava muito fofa o que me fez rir. Assim que ela me viu acenou toda sorridente. Quando ela entrou, um cheiro incrivelmente doce inundou o carro, recolheci o seu perfume da noite anterior. Era o mesmo perfume que tinha ficado no meu casaco.
- Eu fiz para você! - Ela me entregou uma garrafinha térmica.
- Obrigado! - Tomei um gole. Reconheci o gosto familiar, era café gelado.
- Espero que goste. Confesso que fiz poucas vezes, lá no Brasil tomamos mais o café quente.
- Está ótimo! Não precisava se preocupar.
- Eu queria me redimir. Ter que atrapalhar a sua rotina, eu falei pra o Hoseok que chamaria um táxi, mais ele insistiu. Desculpe. - Ela falava com seus olhos em mim, ao mesmo tempo que gesticulava com suas mãos no ar. Umas mãos pequeninas. Ela deve estar nervosa, pensei.
- Sem problemas. Eu estava com um tempo livre mesmo. - Falei ligando o som do carro, sempre dirigia ouvindo música, espero que ela não se incomode.
- Ual! Eu amo o NELL. - Ela fala apontando para o painel do carro, animada quando o som da música começa a tocar.
- Você conhece?
- Sim, é minha banda de K-rock, favorita. - Ela falou com brilho nos olhos.
Durante o percurso, tentei puxar conversa Já que mal falei com ela na noite passada. Ela estava distraída olhando pela janela os carros passando por nós e de tempos em tempos via ela respondendo alguém no seu celular.
- Seus amigos estão te esperando? - Falei ainda olhando para a avenida na nossa frente, iríamos pegar trânsito mais não iríamos chegar atrasados. Ainda tínhamos 50 minutos pela frente.
- Sim. A minha amiga quer comemorar o meu aniversário hoje, já que ontem não foi possível.
- Legal, vocês são amigas há muito tempo?
- Não. Nos conhecemos no vôo, mais nossas almas se conhecem há mais tempo temos certeza disso. - Ela riu, não consegui conter o riso também. Hoje eu estava relaxado na presença dela e estava curioso também.
- O que você faz lá no Brasil?
- Trabalho? - Ela me perguntou.
- Sim.
- Bom, eu sou sócia de em uma distribuidora do ramo alimentício, que atende aproximadamente 48 cidades entre dois estados que dividem uma divisa no Nordeste do país e tenho uma loja de roupas. - Falou sorrindo, deu pra perceber que ela sentia orgulho do que fazia.
- Então, imagino que você é muito ocupada. - Conclui.
- Um pouco, mais é bom assim eu me sinto útil.
- Te entendo.
- Times walking on memories, é linda! - Ela disse - É a minha preferida. - Ela começou a balançar a sua cabeça conforme o toque da música ecoava.
- Seu gosto musical é muito peculiar. - Comentei.
- Isso é verdade, desde pequena eu ouvia música com meu pai. A minha memória mais antiga é do toca discos do meu pai. A noite quando ele chegava do trabalho ele sempre tocava um disco dos Beatles, eu sempre ouvia com ele, gostava de sentar com ele no sofá e ouvir música. Então ele me influenciou desde muito pequena a ser um tanto seletiva.
- Nossa, eu não conheço o seu pai mais pelo visto ele tem um ótimo gosto musical.
- Ele já faleceu, vai fazer dois anos. - Nesse momento ela olhou para as suas mãos que estavam repousadas no seu colo, seus dedos estavam entrelaçados. Percebi que ela estava lutando contra algo.
- Me perdoe, eu não sabia. Eu sinto muito.
- Tudo bem. - Ela olhou pra mim com um sorriso, porém seus olhos estavam lacrimejados. Então ela completou.
- Eu cresci ouvindo vários tipos de música, porém sempre gostei de música internacional. Quando eu tinha por volta dos 13 anos, eu ouvi pela primeira vez uma música de Punk Rock, de uma banda chamada Green Day, foi aí que eu entrei para era roqueira. - Ela começou a rir. - Como eu ouvia muita música em inglês, comecei a aprender e aos poucos fui me aperfeiçoando.
- Quer dizer que você, aprendeu inglês ouvindo música? - Eu aprendi assistindo série americana, não podia acreditar que ela tinha aprendido de forma caseira também.
- Sim, no início. Aí depois um tio de um amigo meu de infância começou a dar cursinho de inglês, aí eu me inscrevi. Aprendi a falar, porque até então eu só traduzia. E quando eu estava morando em outra cidade, já adulta. Antes de aprender a tocar bateria eu fiz um cursinho intensivo de conversação. - Eu fiquei impressionado, ela parecia ser muito determinada.
Seguimos conversando, a sua estadia no país era de vinte dias e ela estava realizando um dos seus sonhos. A cidade era muito mais do que ela tinha imaginado. Eu sorri com o seu comentário. Ela parecia muito feliz e era uma felicidade genuína.
Então, começou a tocar Bycicle, a música que eu tinha feito para o ARMY no nosso oitavo aniversário.
- Sabia, que quando você lançou essa música eu fiquei feliz e triste ao mesmo tempo? - Ela falou me olhando.
- Não. Porque? - Eu não tinha como saber.
- Você fala que quando nos sentirmos tristes é para andarmos de bicicleta, sentir a sensação do vento sob os nossos pés. Essas coisas. - Ela gesticulava com suas mãos no ar.
- Sim.
- Eu não sei andar de bicicleta, então eu fiquei triste porque nunca poderia sentir a mesma coisa que você descreveu na letra.
- Peraí. Você não sabe andar de bicicleta?
- Não. Não ria de mim. - Ela pediu. Mais eu não estava rindo.
- Não vou rir. Você tem vontade de aprender?
- Sim! Claro que sim!
- Então eu vou te ensinar. - Eu falei tão espontaneamente que nem percebi que tinha dito algo. Nesse momento, senti os olhos dela me fuzilar.
- Sério? - Quando olhei o seu rosto ela estava com um sorriso enorme. Era fácil fazer ela sorrir.
- Sim. Só preciso ver a minha agenda, mais eu posso te ensinar sim.
Não imaginei que ela teria aquela reação. Ela entrou em uma crise de risos enquanto batia palmas. Depois que se recuperou.
- Obrigada! Prometo não te decepcionar.
- Eu vou ser exigente. - Não pude conter o riso.
Já estávamos chegando, ao longe eu já podia ver o hotel que ela estava era o Ibis Coreia. Ela também percebeu que já estava próximo.
- Meus colegas já estão ali na frente.
- É aquele pessoal ali logo na entrada?
- Sim, está vendo a garota loira? Ela é a minha amiga Júlia. - Ela falou apontando.
Quando estacionei o carro ainda um pouco distante, por conta do ônibus que estava logo a frente. Me senti desconfortável com o fato dela ter que ir, tinha gostado da sua companhia. Ela era muito divertida.
- Obrigada, Namjoon. Tenha um ótimo dia! - Disse ela saindo do carro.
- Obrigada, Amanda. Divirta-se ! - Falei sorrindo, ela que já estava na calçada de forma instantânea sorriu e ascenou para mim. Ela estava incrivelmente fofa.
Vi ela correndo para se encontrar com o pessoal na entrada do hotel, eu permanecia ali observando, assim que a garota loira percebeu que ela estava chegando, ela começou a bater palmas eu não entendi muito bem o que ela estava cantando com outros dois rapazes que estavam do seu lado, mais imagino que seja a música de parabéns em português.
Amanda, foi recepcionada com um abraço caloroso da sua amiga e depois os outros dois rapazes abraçaram ela também. Não sei porque aquilo me incomodou, percebi que um dos rapazes o mais alto e moreno não tirava os olhos da Amanda, nem por um segundo.
Aquilo me deu um pouco de ciúmes, não sei dizer o porque. Então liguei o carro pra seguir caminho até a empresa, o Hoseok já devia estar me esperando, teríamos um dia cheio.Naquela noite, quando entrei no carro para voltar pra casa, mesmo ela não estando no carro o seu perfume era presente, era como se o fantasma dela estivesse ali.
Durante a pausa para o almoço, ouvi o Hoseok falando com a Amanda no telefone. Pelo o que entendi ela sairia a noite com seus amigos e não voltaria para o condomínio, para a tristeza do Hoseok, que já havia planejado uma noite de cinema com ela. Mais ele não comentou nada, porque ele não queria preciona-la.
Eu só consegui imaginar aquele cara alto olhando para Amanda daquele jeito. Será que ele também estaria junto hoje a noite?
Eu estava exausto, treinamos a tarde inteira uma nova coreografia, sinceramente não sei até quando vou aguentar todo esses movimentos, porém como tenho um contrato assinado preciso suportar mais um pouco.
Foi nessa hora que zapeava os stories do aplicativo de mensagem, vi o do contato: Garota do outono, havia várias fotos, algumas na House of BTS, ela estava segurando dois pelúcias dos BT21, o Koya e o RJ, outra foto ela estava no meio dos nossos bonecos na entrada da loja, tinha um pequeno vídeo dela dançando Mic Drop, na loja com a TV no fundo passando o MV. Eu não pude conter o riso, ela parecia mais coordenada do que eu, para não dizer o contrário, mais se esforçava. Outras fotos ela estava em companhia da Júlia e tinha uma que ela estava com aquele rapaz que eu vi mais cedo na frente do hotel. Eu não gostei muito. Mais segui olhando as outras fotos, ela esteve no Museu aqui da Hybe, tinha várias fotos dela em vários cantos do museu.
- Se eu soubesse que ela tinha vindo pra cá, teria ido dar um Oi no horário de almoço. - Falei alto.
Ashi, o que eu tô pensando??
Nesse momento joguei o celular no banco do passageiro e liguei o carro, era melhor eu ir pra casa.
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Improvável porém, Amor (Concluída)
RomansaAmanda, era só mais uma mulher que tentava ser comum. Comum até se esbarrar com aquele desconhecido misterioso que se tornou seu amigo de forma rápida. Mais com sua viagem chegando, ela se sentia diferente em relação a ele. Será só amizade ou algo m...