CAPÍTULO QUINZE

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Assim que entramos, mild me puxou pra pista de dança. Seu corpo mechendo desconsado por ter bebido muito, e dei risadas de cara de Pato que ele fazia. Quando a música acabou, fomos nos juntar aos meninos no balcão. Uma loira platinada excessivamente voluptuosa já estava ao lado de mew, e mild e gulf contorseu o rosto de repulsa.

   _ Parece que Vegas vomitou em um bando de abutres - disse mild em tom de deboche.

_ Vai ser assim a noite toda, mild. É só ignorar - disse boat, indicando com a cabeça um grupinho de garotas e garotos parados ali perto. Eles olhavam pra loira, esperando pela vez deles.

Mew acendeu um cigarro e pediu mais duas cerveja. A loira mordeu o lábios carnudos cheios de gloss e sorriu. O barmen abriu as garrafas e as entregou para o mew. A loira pegou uma delas, mas ele a puxou da sua mão.

_ Hum... não é pra você - ele disse, entregando-me a cerveja.

Meu impulso inicial foi jogar a garrafa no lixo, mas a mulher parecia tão ofendida que sorri e tomei um gole. Ela saiu pisando duro, bufando de raiva, e ri baixinho porque o mew pareceu não notar nada.

   _ Como se eu fosse comprar cerveja pra uma mina qualquer num bar - disse mew, balançando a cabeça. Ergui minha cerveja e ele levantou um dos lados da boca em um meio sorriso. - Você é diferente você e um homem interessante 🌻.

Bati de leve a minha garrafa na dele.

_ Um brinde a ser o único homem com quem um cara sem nenhum critério não quer transar - exclamei, tomando um grande gole de cerveja.

_ Você está falando sério? - ele me perguntou, puxando a garrafa da minha boca. Como não falei nada, ele se inclinou na minha direção.

_ Em primeiro lugar.... eu tenho critério, sim. Nunca transe com uma pessoa feia. Nunca. Em segundo lugar, eu queria transar com você. Pensei em te jogar no meu sofá de cinquenta maneira diferente, mas não fiz isso porque não te vejo mais assim. Não e que eu não me sinto atraido por você, só acho que você é melhor do que isso.

Não consegui esconder o sorriso presunçoso que se espalhou por meu rosto.

  _ Você acha que eu sou bom demais pra você.

Ele desdenhou do meu segundo insulto.

_ Não consigo pensar em um único cara que seja bom o bastante pra você.

Minha presunção se dissipou, dando lugar a um sorriso comovido e grato.

_ Obrigado, mew - falei, colocando a garrafa vazia no balcão.

Ele me puxou pela mão.

_ Vamos - disse, me levando pelo meio da multidão até a pista de dança.

_ Eu bebi demais! Vou cair!

Mew sorriu e me puxou pra junto dele, me agarrando pelo quadril.

_ Cale a boca e dance.

Mild e boat apareceram ao nosso lado. Boat dançava como se andasse vendo videoclipe demais do Usher. Mew quase me deixou em pânico com o jeito como pressionava o corpo contra o meu. Se ele usava aqueles movimentos no sofá,  eu conseguia entender por que tantas pessoas se arriscavam a ser humilhadas pela manhã.

Ele segurou forte meu quadril, e notei que a expressão dele estava diferente, quase sério. Passei as mãos em seu peito perfeito e em sua barriga de tanquinho, os músculos tensionados ao ritmo da música, debaixo da camiseta apertada. Virei de costas pra ele e sorri quando ele envolveu minha cintura. Com o nível de álcool em minhas veias, quando mew puxou meu corpo contra o dele, os pensamentos que me vieram à mente eram tudo, menos de amizade.

   A próxima música começou, e mew não fez nenhum sinal de que quisesse voltar para o bar. O suor escorria em gotas pelo meu pescoço, e as luzes multicoloridas do estrobo me faziam sentir um pouco zonzo. Fechei os olhos e apoiei a cabeça em seu ombro. Ele pegou minhas mãos e as colocou em volta de seu pescoço. Suas mãos desceram pelos meus braços, pelas minhas costas, e por fim voltaram ao meu quadril. Quando sentir seus lábios e depois sua língua no meu pescoço, me afastei com um pulo.

Mew deu uma risadinha, parecendo um pouco surpreso.

_ Que foi, 🌻?

Fui tomado por uma fúria súbita, e as palavras penetrantes que eu queria dizer ficam presas na minha garganta. Fugi até o bar e pedi mais uma Corona. Mew se sentou na banqueta ao meu lado, erguendo o dedo pra pedir uma pra ele também. Assim que o barman colocou a garrafa na minha frente, virei-a e bebi metade antes de batê-la com tudo no balcão.

_ Você acha que isso vai fazer alguém mudar de ideia a respeito da gente? _ perguntei, puxando a mecha do meu cabelo que insistia em cair colocando no lugar certo.

Mew riu.

_ Estou pouco em lixando pro que pensam da gente.

Lancei-lhe um olhar hostil e virei o rosto pra frente.

🌻 - ele disse, encostado no meu braço.

Eu me afastei.

_ Nem vem. Eu nunca ficaria bêbado o bastante a ponto de deixar que você me levasse para aquele sofá.....

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