The Proud Man's Contumely (Tradução)

Não vou mais, isso me deixou louco

Harry fechou os olhos. Ele simplesmente deixaria isso acontecer. Não havia nada que ele pudesse fazer para evitá-lo.

Esse fato parecia absolvê-lo, permitindo que Harry admitisse com a consciência tranquila que talvez até desejasse isso de certa forma. Sem fraqueza de caráter, sem falha própria, ele estava sendo libertado das pressões e expectativas infinitas que surgiam simplesmente por ser quem ele era.

Mas mesmo quando o pensamento da morte se tornou mais e mais sedutor, Harry sentiu as mãos geladas o libertarem. Ele abriu os olhos.

O dementador estava se encolhendo para longe dele. Harry estava um pouco desapontado e mais do que um pouco confuso, mas então um grande e cintilante patrono da fênix desceu silenciosamente de cima, suas garras abertas e asas batendo com uma graça lenta e poderosa. Por um momento, Harry esqueceu a precariedade de sua situação e ficou simplesmente pasmo. A besta mítica foi imediatamente seguida por um morcego muito grande e brilhante e uma aranha que parecia uma Viúva Negra albina gigante e luminosa correndo por baixo. Harry estava observando os três tirar o Dementador de vista quando uma mão o agarrou por trás e o puxou bruscamente para ficar de pé.

" O que diabos há de errado com você ?! ", Snape exigiu asperamente, mesmo assim segurando Harry com o braço estendido e freneticamente inspecionando-o para ver se havia algum ferimento. "Você ia simplesmente sentar aí, varinha na mão , e deixar a coisa maldita te beijar?" ele perguntou, segurando o rosto de Harry rudemente para examinar seus olhos e sua cor.

Harry, ainda entorpecido, não respondeu. Ele apenas olhou para o Mestre de Poções, vendo-o sob uma nova luz desde a noite anterior. Havia a raiva e o nojo de costume, mas também angústia e, em certa medida, preocupação na expressão do homem. Harry não sabia o que fazer com isso e então arquivou em sua memória, incapaz de analisá-lo no momento.

Snape, confiante de que Harry ainda possuía sua alma, deu um pequeno bufo satisfeito. Mas antes que ele desviasse o olhar, seus olhos, por acidente, foram capturados pelos de Harry. Snape ficou imóvel, congelado, exceto pela sombra sutil de indagação que pairou sobre suas feições. Nenhum dos dois piscou. Foi uma das experiências mais assustadoras da jovem vida de Harry, trocar um olhar com Snape que não estava cheio de raiva, ódio ou qualquer tipo de animosidade.

"Severus", Harry ouviu Dumbledore chamar da escuridão atrás dele. Isso sacudiu o homem de volta aos seus sentidos. Percebendo que ainda segurava o queixo de Harry com a palma da mão, Snape puxou sua mão como se o contato o tivesse picado. Ele deu a Harry um último olhar incerto antes de se afastar para revelar o diretor.

Ele estava se aproximando rapidamente - mais rápido do que se poderia imaginar que um homem de sua idade seria capaz - e estava acompanhado pela bruxa loira e magra que Harry reconheceu de Grimmauld Place.

"Ele parece estar intacto," Snape relatou rigidamente, dando outro passo desconfortável para longe de Harry.

Dumbledore deu um suspiro de alívio e colocou uma mão pesada no ombro de Harry. "Excelente. Porém, dificilmente me surpreende", ele sorriu. Harry pensou que Dumbledore poderia explodir se parecesse mais orgulhoso dele, e isso deixou Harry um pouco irritado por algum motivo. "O professor Cobbleshot me informou sobre a maneira maravilhosa como você e seus amigos defenderam os outros durante o ataque", ele jorrou. "Eu não posso te dizer-"

"Ron," Harry interrompeu com uma voz monótona, seus olhos se afastando dos do diretor. Como Dumbledore pode ser tão alegre quando Ron ...

Ele não deve saber. Mas Dumbledore não sabia de tudo? Harry precisava dizer a ele, mas ele não conseguia encontrar as palavras. Ou melhor, ele não conseguia falar. O sorriso de Dumbledore desapareceu e ele ficou sério, esperando pacientemente que Harry continuasse.