Siga Esse Senhor e Preste atenção em não zombar dele

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Harry acordou com um ruído parecido com o de metal tilintando que via com todo o seu corpo, e que era de uma cor que não era uma cor, mas todas as cores ao mesmo tempo, sem ser branco. Todos os seus sentidos de alguma forma se fundiram. Quanto mais ele lutava para se orientar em um ou outro, mais emaranhados eles se tornavam. Foi só quando ele se rendeu a isso que a sensação se dissipou. Fora da luz brilhante e prismática, as dimensões escuras de uma sala esculpiram sua forma. Conforme seus membros gradualmente se lembraram de que existiam, Harry se concentrou no som de alguém sussurrando por perto e no tilintar resultante de vidro batendo contra vidro. Fora do alcance de visão de Harry, Dumbledore se ocupou em consertar a destruição feita em seu escritório.

Escritório de Dumbledore.

Harry só então percebeu que nunca o havia deixado. A masmorra onde ele se encontrou com Voldemort era apenas um elemento de sua própria mente. Ocorreu a Harry que provavelmente significava algo, algo simbólico e importante, mas ele não estava com humor para analisar tais sutilezas.

Ele descobriu que estava envolto, desconfortavelmente, na cadeira da escrivaninha de encosto alto de Dumbledore. Do ângulo de sua cabeça apoiada na dobra do apoio de braço, Harry podia ver claramente o lugar onde o retrato de Fineas Nigellus deveria estar. A pintura se foi, deixando um espaço flagrantemente vazio em uma parede tão densamente coberta de retratos que de outra forma parecia ter sido construída a partir deles. Harry olhou para o local, tentando reunir algum remorso pelo que tinha feito, mas logo percebeu que não havia nenhum nele para reunir. Esse conhecimento o perturbou muito mais do que pensar no ato em si.

"Já acordou?"

Harry sentiu uma mão em seu ombro, mas não se preocupou em se virar e olhar para o diretor, nem pediu desculpas pela sala devastada.

Mas então, a sala não foi devastada. Harry olhou ao seu redor tanto quanto foi possível, sem realmente se mover e percebeu que tudo estava certo. As prateleiras eram, em comparação, um pouco vazias, mas para qualquer um não familiarizado com elas, o escritório de Dumbledore pode não parecer errado de forma alguma.

Depois de um momento de silêncio, Dumbledore conjurou uma maca, mas Harry objetou, "Eu posso andar." Sua voz soou estranha em seus ouvidos, áspera e oca.

Dumbledore não parecia tão certo. Mesmo assim, ele fez desaparecer a maca e se moveu para ajudar Harry a se sentar.

Novamente, o menino não queria nada disso. Sem ajuda, ele se endireitou e se levantou, trêmulo, agarrando-se à mesa para se apoiar. Dumbledore parecia preocupado, mas cauteloso, e ficou a um passo ou mais de distância de Harry. Perto o suficiente para pegá-lo se ele tropeçasse, mas bem fora do alcance de Harry. Ele achava que Harry era volátil, como uma bomba que pode explodir com o menor manuseio incorreto? Lembrando a raiva fria que tinha acendido nele antes, que tinha entrado em erupção a partir dele para lançar resíduos para cada coisa frágil à vista, Harry não tinha tanta certeza de que não era a verdade. Ele não se conhecia mais. Ele não conhecia seus limites ou suas capacidades.

Pior, ele simplesmente não se importou.

"Remus está esperando por você lá embaixo," Dumbledore ofereceu gentilmente.

Claro. Houve uma tragédia. Dumbledore era um homem ocupado. Ele tinha pessoas para aplacar, danos para controlar. Dizer que Harry tinha sido um inconveniente era um eufemismo grosseiro.

Harry sorriu com desprezo, então se controlou e afastou esses pensamentos de sua cabeça. Eles não eram dele, eram? Será que Voldemort ainda está espreitando em algum lugar de sua mente? Harry achava que não. O ódio que acompanhava aquela presença se foi. Ou melhor, a única aversão que Harry sentia agora era por si mesmo.

The Proud Man's Contumely (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora