ACAMPAMENTO PARTE FINAL

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• Pov Anastasia •

— Vá para a garagem e tranque as portas, só abra para mim, entendeu?

— Mas... — como assim só para ele? O que ele quer dizer com isso? Ninguém nessa casa me machucaria.

— Sem mas Ana. Vá. — ele sai correndo entre os corredores.

Tento puxar o ar mas ele não vem. Luto contra os meus pensamentos e preocupações e vou para a garagem, tranco a porta assim que entro.

Penso em Phoebe e Ted. Christian vai procurá-los. Ted vai proteger Phoebe. Tenho certeza que sim. Vai ficar tudo bem.

— Ana? Que barulho foi esse? Está tudo bem? — levo um susto ao ouvir a voz de Steve, que estava na garagem.

— O que você faz aqui?

— Estava coloca minhas malas no carro quando ouvi o barulho.

— Christian foi ver o que aconteceu e...

— Eu vou lá também. — ele diz, se aproximando da porta que dá para a cozinha. O impeço.

— Não, por favor, fique aqui comigo...eu...não me deixa sozinha. — não consigo conter as lágrimas. Ele respira fundo e me envolve em seus braços.

— Calma...vai ficar tudo bem.

• Ted •

Puxo Phoebe para perto de mim quando escuto o barulho de uma arma disparando. Ela estremece e me olha.

— Ted, o que foi isso?

— Calma. Eu vou lá ver. — digo me levantando da cama.

— Tá maluco? Não. Fica aqui comigo por favor. — penso bem e decido ficar, Phoebe tem apenas 15 anos, não posso deixá-la sozinha.

— Tudo bem. Vou só checar se as portas e janelas estão trancadas.

• Pov Christian •

Vou em direção ao barulho. Não pode ser. Jack e Elena estão apodrecendo na cadeia. E se alguém tivesse entrado na casa eu saberia, temos sistema de segurança. O disparo ocorreu aqui dentro, e foi alguém daqui de dentro.

— Christian, o que aconteceu? — olho para Kate que sai de um dos quartos, ela está pálida. — Eu ouvi um tiro.

— Eu vou descobrir o que aconteceu. Vá para a dispensa e não saia de lá por nada. Ok?

— Mas e os outros?

— Vou me certificar de que todos estão bem. Agora vá. — ela sai em passos largos. Não falei onde Ana estava para não correr nenhum risco, por mais que eu tenha quase certeza de que ela não está armada. Mando uma mensagem de texto para Ted.

Pegue sua irmã e vá para um lugar seguro, tranque a porta e chame a polícia.

Sigo em frente em direção ao meu escritório na casa. Eu tenho uma arma em todos os meus escritórios desde o que aconteceu com Jack. Não contei isso para ninguém, mas há uma pessoa que me conhece muito bem, que trabalhou comigo por anos. Ela sabe. Andrea sabe sobre minhas medidas de segurança. A porta está aberta. Entro e me deparo com seu corpo no chão em cima de uma poça de sangue. Seu corpo não me choca tanto quanto Elliot segurando uma arma, completamente desnorteado.

— O que você fez? — pergunto, o mais calmo possível, com medo do que ele é capaz de fazer com esta arma.

— Não é o que parece... — sua voz está embargada.

— Elliot. O que aconteceu?

— Ela...ela estava tentando se matar...eu não fiz isso...Christian eu não fiz isso. — ele repete.

— Ela está respirando? — me aproximo de Andrea.

— Não, ela...ela não tem pulso.

— Coloque a arma no chão.

— Você acredita em mim, não acredita? Eu não fiz...eu não fiz isso!

— Coloque a arma no chão Elliot.

Com as mãos trêmulas, ele obedece. Sua roupa está com marca de suor.

— A polícia está a caminho. — digo me aproximando dele. — Não toque em mais nada, fique onde está, isto é uma cena de crime.

— Não! Eu não fiz nada!

— Elliot, não cabe a mim ouvir o que você tem a dizer.

— Eu não fiz isso... — ele começa a chorar assim que as sirenes soam.

Alguns meses depois.

Sempre achei que pessoas ricas se safavam fácil, mas não foi este o caso. Elliot foi condenado por homicídio culposo e passará um bom tempo na cadeia, podendo ir para regime semiaberto se tiver bom comportamento, uma chance que seus advogados caríssimos conseguiram para ele.

Kate tem feito terapia, assim como Steve, eles se aproximaram muito depois do que aconteceu. Não sei se está rolando algo entre eles, mas também não procurei saber, os dois estão passando por momentos muito difíceis. A filha de Steve sentiu falta da mãe nas primeiras semanas, mas depois esqueceu. Kate tem feito um bom papel de mãe com ela, e isso a tem ajudado também, distraindo sua cabeça.

Carrick e Grace estão devastados, então Christian e eu decidimos nos mudar com as crianças para a casa deles, pelo menos por agora. Nesse momento precisamos um dos outros, e nos unir como família. Christian ofereceu dinheiro como uma forma de ajudar o irmão e os pais de Andrea, mas eles recusaram. Não consigo imaginar como seria perder um filho, ainda mais nessas circunstâncias.

— Um milhão por seus pensamentos? — sinto as mãos de meu marido envolver minha cintura. Sorrio de leve e fecho os olhos.

— Nem mesmo um bilhão. — suspiro ao dizer. — Eu te amo.

— Eu também te amo Anastasia, mais do que tudo.

— Acha que um dia as coisas voltarão ao normal? E todos serão felizes de novo? — digo, sem conseguir conter as lágrimas.

— Lutarei até meu último segundo para que isso aconteça. — suas palavras me dão um certo alívio e conforto.

— Será para sempre nós contra o mundo. — sussurro.

— Para sempre, e um pouco mais.

Fim.

Cinquenta Tons de Traição Onde histórias criam vida. Descubra agora